PARA UMA NOVA GRAMÁTICA DO PORTuGUÊS - USP

3y ago
17 Views
2 Downloads
364.51 KB
53 Pages
Last View : 10d ago
Last Download : 3m ago
Upload by : Jamie Paz
Transcription

http://groups.google.com/group/digitalsource

PARA UMA NOVA GRAMÁTICA DO PORTUGUÊSMARIO A. PERINISÉRIE PRINCÍPIOSDireçãoBenjamín Abdala JunlorSamira Youssef CampedeiliPreparação de textoLenice Bueno da SilvaArteCoordenação e projeto gráfico (miolo)Antônio do Amaral RochaArte-finalRené Etiene ArdanuyJosevai Souza FernandesCapaAry NormanhaIMPRESSAO E ACABAMENTO:NC-RÁF6ISBN 85 08 01660 310a edição6 impressãoTodos os direitos reseivados pela Editora ÁtkDa Rua Barão de Iguape, 110CEP 01507-900Caixa Postal 2937— CEP 01065-970São Paub-SPlnteinet: ht’/www.atjcacombre-mali: editora@atica.com.br

SumárioPrefácio 5Introdução 9Um exemplo 12Doutrina explícita e doutrina implícita. 15Incoerência e autoritarismo 18Tres problemas básicos 21O formal e o semântico 21A noção de paradigma gramatical 27Classes e funções 36As bases da nova gramática 42Problemas da descrição semântica 42Semântica eA descrição do significado na gramática 50Traços discursivos na descrição gramatical 54A elipse e os constituintes vazios 60Classes de palavras 715. Os dados da análise. 856. Vocabulário crítico, 897. Bibliografia comentada 91

PrefácioEste livro surgiu do reconhecimento da necessidade de se elaboraruma nova gramática do português. Enquanto a “crítica da gramáticatradicional” vai pouco a pouco conquistando um lugar nos cursos de Letras,sente-se agudamente a falta de alternativas viáveis: se a gramáticatradicional é inadequada, o que colocar em seu lugar? O lingüista, ao criticara gramática tradicional, freqüente mente se choca com a objeçãoirrespondível: é indispensável continuar trabalhando com uma gramáticacujas deficiências são evidentes, pois não existe outra que se possa utilizar.Não que não haja descontentamento em todas as áreas interessadas:os professores sentem que a doutrina gramatical é ultrapassada, incoerentee muitas vezes simplista até a ingenuidade; os alunos tendem adesencantar-se de uma disciplina que só tem a oferecer-lhes um conjunto deafirmações aparentemente gratuitas e sem grande relação com fatosobserváveis. Na sala de aula, às vezes o único refúgio são as atitudesautoritárias, quando ó professor não se sente em condições de liderardiscussões verdadeiramente racionais sobre gramática.Ora, não se pode esperar do professor de Português, por mais bemformado que sej a, que vá elaborando sua gramática à medida que sedesenvolve o curso; ele é um profissional do ensino, e não um lingüista: nãotem o treinamento (nem o tempo) para levar a efeito pesquisa tão longa ecomplexa. A responsabilidade deve cair, sem dúvida, sobre os pesquisadoresda universidade, das áreas de Lingüística e de Língua Portuguesa: a essescabe a obrigação de criar a nova gramática.As falhas da gramática tradicional são, em geral, resumidas em trêsgrandes pontos: sua inconsistência teórica e falta de coerência interna; seucaráter predominantemente normativo; e o enfoque centrado em umavariedade da língua, o dialeto padrão (escrito), com exclusão de todas asoutras variantes. Todos os três pontos merecem atenção cuidadosa; sóteremos uma gramática satisfatória como base para o ensino quando os trêsestiverem devidamente repensados. Assim, a gramática deverá, primeiro,colocar em seu devido lugar as afirmações de cunho normativo: nãonecessariamente suprimindo-as, mas apresentando o dialeto como uma daspossíveis variedades da língua, adequada em certas circunstâncias einadequada em outras (é tão “incorreto” escrever um tratado de Filosofia nodialeto coloquial quanto namorar utilizando o dialeto padrão). Depois, agramática deverá descrever pelo menos as principais variantes (regionais,sociais e situacionais) do português brasileiro, abandonando a ficção, cara aalguns, de que o português do Brasil é uma entidade simples e homogênea.Finalmente, e acima de tudo, a gramática deverá ser sistemática,teoricamente consistente e livre de contradições.Ë este último aspecto do planejamento da nova gramática que nosocupará aqui. Como é inevitável em um livro tão pequeno, fui obrigado a

selecionar alguns assuntos, deixando outros de lado; portanto, tomei comotópicos os que me parecem ser as grandes falhas da doutrina gramaticalvigente. Em cada caso, parto de uma crítica da posição tradicional; emseguida, proponho as linhas gerais de uma solução. O resultado, espero,contribuirá para dar idéia de uma proposta para uma nova gramática doportuguês.Para isso, foi necessário abordar certo número de questões teóricas.Com efeito, é minha opinião que, se a gramática tradicional está em tão mauestado hoje em dia, isso se deve em grande parte a uma injustificada timidezem abordar os problemas gramaticais dentro de uma perspectiva teórica, ouseja, com a preocupação de generalizar. Alguns estudiosos de gramáticachegam a exprimir certa desconfiança da teoria, que consideramdesvinculada das questões reais de análise gramatical. Neste livro, parto dacrença de que essa atitude é equivocada, e que não há, simplesmente,esperanças de se chegar a uma prática gramatical realmente racional — e,portanto, educacionalmente valiosa — sem uma fundamentação teóricasuficiente.O presente trabalho é parte de um projeto maior, que espero levar aefeito nos próximos anos, de elaboração de uma nova descrição do portuguêspadrão (uma nova gramática portuguesa). Mas a publicação da novagramática, em si, cairá no vazio se não se fizer acompanhar de um amplodebate sobre os fundamentos do ensino gramatical: seus objetivos e asmaneiras de atingi-los. Este livro deve, pois, ser encarado como um convite àdiscussão dos grandes traços de uma nova gramática portuguesa, que possaservir de apoio à renovação do ensino gramatical entre nós. Mais do que asubstituição de uma doutrina gramatical por outra (o que seria de utilidadequestionável), creio que se deve almejar a criação de novas atitudes,caracterizadas por maior responsabilidade teórica, maior rigor de raciocínio,libertação do argumento da autoridade — em uma palavra, mais espíritocrítico. Só assim poderá o ensino da gramática proporcionar um campo parao exercício da argumentação e do raciocínio, contribuindo para a formaçãointelectual dos estudantes.A leitura deste livro não pressupõe treinamento específico emLingüística. Os termos técnicos utilizados são definidos no próprio texto, ouno vocabulário crítico final. Exige-se apenas conhecimento da gramáticatradicional e uma mente aberta para a discussão de seus fundamentos. Issonão significa que o texto seja sempre fácil de ler. Há complexidadesinevitáveis, em especial nos pontos em que a perspectiva adotada difere maisprofundamente das idéias tradicionais. Mas certamente ninguém ignora agrande complexidade da linguagem humana, nem o estado de ignorância emque nos encontramos a esse respeito. Aqui, como em toda a parte, fugir aoproblema não é maneira de começar a resolvê-lo. A tarefa que nos espera élonga e difícil; mais uma razão para que não a adiemos.Alguns amigos me ajudaram na realização deste trabalho, de diversasformas. Em especial, mencionarei Mary Kato, Jânia R do Nascimento. A eles,e aos demais, meu muito obrigado.

1 IntroduçãoTodos concordam que é necessário descrever a língua em novosmoldes. Antes, porém, de iniciar o trabalho, será preciso chegar a um acordosobre que moldes serão esses. Lembremo-nos de que se trata de prepararuma gramática pedagógica: isso significa que uma das tarefas a enfrentar é ade selecionar (ou, mais provavelmente, inventar) uma linguagem paratransmitir os resultados da investigação lingüística das últimas décadassem, por um lado, falsificá-los, nem, por oqtro, tornar o texto inacessível aquem não seja um lingüista profissional.Ë evidente que alguma “falsificação” será inevitável, na forma desimplificações, na forma de soluções inseguras, apresentadas ao lado desoluções bem fundamentadas, na forma sobretudo de uma certa escassez(nunca ausência completa!) de argumentação polêmica. Creio que essasituação é não apenas suportável, mas indispensável. Certa mente é assimque procedemos autores de textos de Física, Biologia ou Sociologia: ninguémtenta colocar já no primeiro momento, ou em textos dirigidos a nãoespecialistas, todas as complexidades da teoria, ou toda a confusão dasdiscussões acadêmicas. O objetivo é, antes de tudo, comunicar resultados,deixar entrever métodos e evitar dar a impressão de que a disciplina é umconjunto de princípios fixos e universalmente aceitos.Dentro das linhas acima indicadas, o primeiro problema é a escolha doarcabouço teórico a ser adotado. Ë desejável neutralizar, tanto quantopossível, os grandes problemas não-resolvidos da teoria lingüística moderna;apresentar-se-á, assim, uma visão propositalmente superficial, que permitaa tomada de um “panorama geral” aceitável para muitos lingüistas. Comoum exemplo, tome mos o problema fundamental da relação entre estruturaobservável (superficial) e interpretação semântica (o significado). Há nomomento algumas dezenas de soluções concorrentes, todas insuficientes,para esse problema; optar por uma delas, arbitrariamente, seria pretenderque todos aprendessem os detalhes de um modelo (com todo o trabalho queisso implica) sem nenhuma garantia de que seja, ou venha a ser, um modelopredominante em Lingüística (isso se deve exigir, é claro, de lingüistasprofissionais; mas nunca de professores de línguas, cujo interesse emLingüística -embora grande, é instrumental).Creio que existe a possibilidade de uma solução de compromissosegundo as linhas seguintes: incluiremos na gramática uma dupladescrição, a saber (a) uma descrição em termos formais da estruturasintática superficial; e (b) uma descrição de aspectos da interpretaçãosemântica, colocada, na medida do possível, em paralelo com a descriçãosintática. No caso da sintaxe e da morfologia, far-se-á um esforço no sentidode preservar, onde possível, a nomenclatura tradicional. Já no caso dasemântica não vejo como isso possa ser feito, dada a inexistência pura esimples de uma terminologia semântica minimamente coerente dentro dagramática tradicional.O grau de exaustividade desses dois componentes seránecessariamente muito diferente, em vista do atual estado dos estudos

lingüísticos. Parece-me indicado fazer da descrição formal (morfossintática) alinha mestra da descrição, e apenas nesse aspecto se tentará dar uma visãorazoavelmente abrangente da estrutura da língua. Quanto ao componentesemântico, será preciso estabelecer metas mais modestas: ele será esboçado,procurando-se generalizações, mas sem oferecer propriamente um conjuntoestruturado. A semântica terá de ser, a rigor, uma espécie de antologia deapêndices à descrição gramatical. Não vejo inconveniente nessa solução, queme parece a melhor nas atuais circunstâncias.Já que convém, dados os objetivos pedagógicos da gramática,conservar tanto quanto possível a linguagem tradicional, faz sentido iniciar adiscussão explicitando os pontos fracos da doutrina gramatical vigente.Procurarei isolar neste trabalho as grandes questões básicas que não sãoadequadamente tratadas dentro da gramática tradicional (de agora emdiante, abreviadamente GT). Minha abordagem é teórica: preocupo-me emexplicitar as crenças e princípios gerais que subjazem à prática da análise.Nisso o presente trabalho contrasta com a maioria das obras correntes; comefeito, é incomum discutir-se as bases teóricas da GT: a maior parte dostrabalhos se concentram na análise de problemas específicos (uma raraexceção é Hauy, 1983). O resultado, como tentarei mostrar, é uma gramáticaconstruída sobre um caos teórico, não sendo de admirar que ela sejatambém caótica.Antes, gostaria de fazer uma advertência: nos exemplos aqui citadosnão é minha intenção acusar os autores das gramáticas atuais deincompetência ou de falta de honestidade intelectual. Eles são, e creio quemuitos deles o reconhecem, vítimas de uma tradição que fez da tarefa dogramático pouco mais do que uma compilação estéril. Acontece que, até bemrecentemente, havia pouca alter nativa fora dessa linha; faltavam trabalhosde análise da língua feitos sobre bases sólidas, e os próprios princípios daLingüística moderna eram, por assim dizer, privilégio de uns poucos eleitos.A partir do grande desenvolvimento dos estudos lingüísticos no Brasil quepresenciamos nos últimos anos tornou-se possível pensar realisticamente naelaboração de uma alternativa à gramática usual. A crítica aqui feita,portanto, é uma crítica à gramática, não aos gramáticos.Um exemploVoltemos agora ao nosso tema principal. Uma definição comum de“sujeito” é a seguinte:(1) “O sujeito é o termo sobre o qual se faz uma declaração”. (CUNHA,1975, p. 137.)A partir dessa definição podemos tirar um exemplo da poucaconsistência da GT. (1) é a única definição de sujeito dada n a gramática; éde se esperar, pois, que ela reflita a noção de sujeito válida para toda aanálise. Quero dizer: no momento em que apresentamos (1) como a definiçãode sujeito, assumimos o compromisso de mantê-la como a definição desujeito em toda a gramática. Em outras palavras, o termo “sujeito”corresponde a uma noção unificada e consistente, à qual as regrasgramaticais podem fazer referência. De outra maneira, para começar, não secompreenderia a necessidade de definir sujeito.

Ora, logo adiante na mesma gramática, encontramos a afirmaçãoseguinte:(2) “Algumas vezes o verbo não se refere a uma pessoa determinada,ou por se desconhecer quem executa a ação, ou por não haver interesse noseu conhecimento. Dizemos, então, que o sujeito é indeterminado”. (CUNHA,1975, p. 141.)Já aqui se desrespeita a definição dada algumas páginas antes. Se éque existe sujeito indeterminado, ele deveria ocorrer nos casos em que sedesconhece o ser sobre o qual se faz a declaração; afinal, a definição desujeito só menciona essa característica dos sujeitos. No entanto, (2) estáformulada como se o sujeito tivesse sido definido em termos de quem praticaa ação.A gramática, nesse ponto, é inconsistente, ou pelo menos incompleta(não menciona a presumível conexão entre o sujeito e o ser que pratica aação). E esse não é um caso isolado; é um exemplo dentre muitos,decorrências de uma atitude muito generalizada de falta de um esforçoteórico constante. Ao se enunciar uma afirmação gramatical como (2), épreciso estar consciente de certas crenças que subjazem à afirmação; nocaso de (2), está sub jacente a crença de que o sujeito exprime o nome do serque pratica a ação. O esforço teórico a que me refiro consiste em tentarconciliar essas crenças subjacentes em um corpo doutrinário logicamenteconsistente — uma teoria gramatical. E isso falta na GT.Se tivesse de apontar a grande falha fundamental da nossa tradiçãogramatical, eu escolheria justamente essa: a ausência de conscientizaçãoadequada do importe teórico das afirmações que constituem a gramática.Esse problema está na raiz do divórcio entre a doutrina gramatical, tal comoexplicitada em definições como (1) ou (2), e a prática da análise, tal como seobserva quando um exemplo concreto é considerado (ver a seção 2). E estána raiz também da baixa qualidade de nossas descrições gramaticais. Nomomento em que assumimos a responsabilidade de vincular nossa análise, etoda ela, a uma teoria geral do funcionamento da língua, os defeitos ficamevidentes para qualquer um. Como disse acima, somos todos vítimas de umatradição deformada; e sua maior deformação é precisamente o tipo deirresponsabilidade teórica que acabamos de ver.A tarefa de fazer a nova gramática principia, por conseguinte, por umaconscientização das deformações da doutrina e da prática gramaticais. Nessetrabalho não pre- Doutrina explícita tendo restringir-me à crítica, tãofreqüente e sempre fácil demais, da GT; mas vou começar pela crítica, tendoa preocupação de isolar os grandes problemas gerais. Espero que a partir daíseja possível começar a colocar novos alicerces, com o objetivo de construiralgo de novo no lugar do que for eventualmente descartado.2 doutrina explicita e doutrina implícitaVoltemos à definição de sujeito, a saber:(1) “O sujeito é o termo sobre o qual se faz uma declaração”.

Já vimos que, em outras passagens da gramática, uma outra definiçãode sujeito (o termo que denota o ser que pratica a ação) aparece debaixo dopano. Agora vamos examinar alguns exemplos concretos de análise. Digamosque se peça a uma pessoa gramaticalmente treinada para identificar ossujeitos das orações abaixo:(3) Carlinhos corre como um louco(4) Carlinhos machucou Camilo(5) esse bolo eu não vou comer(6) em Belo Horizonte chove um bocadoEla dirá que o sujeito de (3) e de (4) é Carlinhos; o de (5) é eu; e (6) nãotem sujeito. Essas análises estão de acordo com a prática corrente, e creioque são de aceitação universal. Mas até que ponto se harmonizam com adefinição (1), também geralmente aceita? Ë surpreendente verificar como sãonumerosos os choques entre a definição e a análise. Em (3) pode-se dizersem problemas que a oração veicula uma declaração sobre Carlinhos, esobre ninguém mais. Já em (4) isso não fica assim tão evidente:não haverá aí também uma declaração sobre Camilo? Quandochegamos a (5) a situação se torna ainda mais desconfortável: como defendera tese de que (5) é uma afirmação acerca de mim, e não acerca do bolo?Final mente, (6), que é uma oração sem sujeito, necessariamente (segundo adefinição) não deveria estar declarando nada sobre coisa alguma; noentanto, (6) exprime claramente uma declaração sobre Belo Horizonte.Isso exemplifica uma contradição bastante clara entre a definiçãoexplícita de sujeito e a prática de identificação de sujeitos tal como seencontra quando da análise de casos concretos. Tais contradições são, emgeral, toleradas, e mesmo ignoradas, por aqueles que trabalham com a GT. Arazão para isso é, a meu ver, a seguinte: existe na verdade uma dualidade dedoutrinas gramaticais dentro do que chamamos gramática tradicional. Umadessas doutrinas está expressa, mais ou menos, nas gramáticas usuais.Essa doutrina (a que podemos chamar “doutrina gramatical explícita”, ouDGEx é que inclui definições como (1), acima, que conceitua o sujeito como otermo sobre o qual se faz uma declaração. Sabemos, porém, que as mesmaspessoas que propõem ou aceitam tais definições não as seguem na prática.Quando enfrentam a tarefa de encontrar o sujeito de uma oração, sempreanalisam orações com chover como não tendo sujeito, muito embora, comovimos, tais orações possam perfeitamente fazer declarações sobre algumacoisa.Ê que existe aqui, subjacente a essa análise, uma outra definição desujeito, que aplicamos quando quere mos encontrar o sujeito de uma oração.Ë importante frisar que essa definição implícita é tão bem conhecida,embora em nível não-consciente, quanto (1). Se tomarmos algumas pessoascom instrução gramatical, elas terão tanta facilidade em citar (1) quanto emencontrar o sujeito de (5) ou (6). Essas pessoas dirão que o sujeito de (5) éeu, e dirão que (6) não tem sujeito, em geral sem perceber que isso não podeser feito com base em (1).

Tudo se passa como se a aprendizagem da gramática envolvesse duastarefas não-relacionadas. Primeiro, é preciso aprender, entre outras coisas, aidentificar o sujeito de uma oração; depois, é preciso aprender a definição desujeito. Mas note-se: a identificação dos sujeitos não se faz com base nadefinição aprendida; faz-se com base em alguma outra definição, nuncaexteriorizada, mas inegavel mente existente (por que senão, como explicar oalto nível de coincidência entre as diversas pessoas ao identificarem ossujeitos das orações?). Aprendemos (1), mas não a levamos a sério.Identificamos o sujeito da maneira que sentimos ser a mais adequada, muitoembora isso nos coloque em choque com a DGEx., de que (1) é uma parte.Ou seja, aprendemos a identificar o sujeito apesar do nosso conhecimentoda DGEx. (que aqui nos aponta um caminho que não seguimos), e não porcausa dele. Para explicar esse fato, postulo a existência de uma doutrinagramatical implícita (DGImp.), que não é nunca explicitada, nemreconhecida como existente, mas que na verdade guia nossas decisõesdentro da prática da anál

sociais e situacionais) do português brasileiro, abandonando a ficção, cara a alguns, de que o português do Brasil é uma entidade simples e homogênea. Finalmente, e acima de tudo, a gramática deverá ser sistemática, teoricamente consistente e livre de contradições. Ë este último aspecto do planejamento da nova gramática que nos

Related Documents:

achievement reaches the international advanced level. In 2018, TICA merged and acquired an OFC central air conditioning enterprise . TICA's excellent system integration capability and the world-class OFC water chillers help increase the integrated COP of the efficient equipment room to 6.7 to 7.0. TICA---We're striving.

achievement reaches the international advanced level. In 2018, TICA merged and acquired an OFC central air conditioning enterprise . TICA's excellent system integration capability and the OFC water chillers help increase the integrated COP of the efficient equipment room to 6.7 to 7.0. TICA---We're striving.

Near-Term Update Plans, RRA-GRAM Fairing Currently methodology in Earth-GRAM does not handle transitions between RRA and GRAM very well Generated 2013 RRA cases to examine effect on GRAM profiles of temperature, east-west wind and north-south wind Faired over a region of 5 km (25-30 km) between RRA and GRAM.

Candidatura de 201 4 Exame de Matem tica . M aquina de calcular cient ca (n ao gr a ca). A prova e constitu da por dois grupos, I e II. O grupo I inclui 7 quest oes de escolha mul tipla. { Para cada uma delas, s ao indicadas quatro alternativas, das quais apenas uma . Tr es lados do jardim con nam com o lago e os outros tr es cam de nidos .

No 7 44.8mm 59.7mm Melting point of Pewter 230 degC Inserts for Nova Chucks: Insert Thread Diam. Pitch . NOVA Galaxi, NOVA Saturn, NOVA DVR 3000, NOVA XP, NOVA 1624 and 1624 II (North America) Laguna Revo M 1″ 10TPI LH BSF . Woodfast Lathe 450 Faceplat

Parts Drawing - Control Box and Board Ultimate Nova/Super Nova 37 56 12 58 11 51 50 6 48 49 9537A 19 7 30 47 395 495 595 Parts List - Control Box and Board Ultimate Nova/Super Nova 395, 495, 595 Ref. Part Description Qty. Ref. Part Description Qty. 6 115494 SCREW, mach, phillps, pan hd 6 7

Considera es finais Utilizar o jogo como recurso did tico uma forma de associar teoria pr tica. um recurso interessante e eficiente que permite uma rela o mais pr xima da matem tica com o dia-a-dia do aluno. Para Micotti, Òa

** UMA 40 uses one 0.75 cu ft bin; UMA 70 uses one 2 or 3 cu ft bin (for 3 cu ft bin, add 9-in to height); UMA 100-250 uses one 3 cu ft bin; and UMA 450-750 uses two 3 cu ft bins. 55-Gallon drum base available on UMA 150-750. UMA 150-250 uses one drum