BORIS FAUSTO: HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIA

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIAPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA - PPGHISBORIS FAUSTO: HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIAO FAZER-SE DE UM HISTORIADOR DA REPÚBLICA EM INTERLOCUÇÃO COM ASCIÊNCIAS SOCIAISFABIANE COSTA OLIVEIRABRASÍLIA2016

FABIANE COSTA OLIVEIRABORIS FAUSTO: HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIAO FAZER-SE DE UM HISTORIADOR DA REPÚBLICA EM INTERLOCUÇÃO COM ASCIÊNCIAS SOCIAISTese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História, daUniversidade de Brasília, como requisito obrigatório para obtençãodo Título de Doutor em História (Área de Concentração: HistóriaSocial).Orientador(a): Profa. Dra. Lucilia de Almeida Neves DelgadoBRASÍLIA2016

FABIANE COSTA OLIVEIRABORIS FAUSTO: HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIAO FAZER-SE DE UM HISTORIADOR DA REPÚBLICA EM INTERLOCUÇÃO COM ASCIÊNCIAS SOCIAISTese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História, da Universidade deBrasília, como requisito obrigatório para obtenção do Título de Doutor em História.BANCA EXAMINADORAProfa. Dra. Lucilia de Almeida Neves Delgado - UnBPresidente da BancaProfa. Dra. Maria Helena Rolim Capelato - USPExaminadoraProf. Dr. Noé Freire Sandes – UFGExaminadorProfa. Dra. Diva do Couto Gontijo Muniz – UnBExaminadoraProf. Dr. Arthur Alfaix Assis – UnBExaminadorProfa. Dra. Ione de Fátima Oliveira - UnBSuplenteBrasília, 24 de fevereiro de 2016.

AGRADECIMENTOSEscrever os agradecimentos é, antes de tudo, um ato de rememoração de umalonga e árdua trajetória que compreende desde o instante da escolha do tema depesquisa até o momento em que a escrita exige, em razão dos prazos institucionais,um ponto final. Ao longo dessa trajetória, muita coisa mudou, em especial, no queconcerne às relações de amizade. Em razão das circunstâncias próprias da vida,alguns estimados amigos deixaram de fazer parte de meu cotidiano tanto quantogostaria, ao mesmo tempo em que outros foram agregados a minha história epassaram a partilhar comigo suas experiências e expectativas. Deste modo, nãoposso negar que a escrita dos agradecimentos gera em mim enorme ansiedade.Sentimento provocado, primeiro, pelo receio de cometer o esquecimento de algumnome de pessoa que se fez importante para a concretização deste trabalho. E,depois, pelo temor de que minhas palavras não sejam capazes de traduzir fielmentea gratidão que nutro por cada pessoa que o nome será aqui registrado. Assimsendo, só me resta a esperança de que minhas possíveis faltas sejam perdoadastanto pelos nomes porventura esquecidos quanto por aqueles que não se sentiremagradecidos à altura de seu empenho para a concretização deste trabalho.À minha orientadora Lucilia de Almeida Neves Delgado, quero declarar a minhaenorme admiração intelectual. Antes mesmo que nossos colóquios se fizessemrealidade, eu já buscava em seus textos a interlocução necessária para desvendar aHistória do Brasil República. E, assim, por longo tempo, acalentei o desejo de sersua orientanda até que então a vida me concedeu essa oportunidade. Estabelecidaa relação de orientação, não apenas confirmei o meu apreço profissional, comodescobri uma pessoa dotada de caráter e de sentimentos nobres. A ela reservo todoo meu carinho, respeito, lealdade, amizade e gratidão. Não há um só dia em quenão me sinta grata por sua leitura atenta e criteriosa, por sua generosidade epaciência, pelo tempo partilhado, pela sensibilidade com que lidou com as minhasfaltas.Ao professor e amigo Noé Freire Sandes, quero registrar o meu apreço profissionale pessoal. Antes de nossas conversas, o meu interesse estava voltado para odebate da relação entre intelectuais e política, tendo por objeto o CEDEC. E, foramsuas considerações e críticas que me desafiaram a tomar Boris Fausto como objetode pesquisa. Por isso, a ele devo o meu encontro com Boris Fausto. Na condição deprofessor, agradeço-lhe a atenção dispensada à leitura de meus textos e assugestões apresentadas quando do meu exame de qualificação. Na qualidade deamigo, sou-lhe grata pelo apoio incondicional e pelos anos de partilhas sinceras.À professora Diva do Couto Gontijo Muniz, quero afirmar meu respeito e minhaadmiração profissional. O nosso primeiro encontro ocorreu no momento do processoseletivo para admissão no curso de Doutorado do Programa de Pós-Graduação emHistória da UnB. Desde então, suas sugestões e críticas passaram a compor aconstrução deste trabalho. A ela agradeço a leitura atenta de meus textos e assugestões apresentadas quando do meu exame de qualificação.Aos professores do Programa de Pós-Graduação em História da UnB, agradeçopelas contribuições apresentadas nas disciplinas que tive a oportunidade de cursar.

Em especial, agradeço aos professores Arthur Alfaix Assis e Henrique Modanez deSant’Anna por se mostrarem sensíveis às minhas questões pessoais, oferecendome o apoio necessário para a concretização deste trabalho.Aos amigos especiais que fiz desde 2011, quando me tornei professora do InstitutoFederal de Goiás - IFG, agradeço a torcida, o modo com que trataram as minhasausências nesses últimos anos e a generosidade com que se dispuseram a me ouvirfalar sobre Boris Fausto. Sônia Aparecida Lobo, Rainer Gonçalves Sousa, TaíseTatiana Quadros da Silva, Gizele Geralda Parreira, Walmir Barbosa, Rogério dosSantos Bueno Marques, Roni Krause, Maria Eliane Rosa de Souza, Maria AbadiaCardoso, Flávia Pereira Machado, Paulo Miguel Moreira da Fonseca, RicardoGolovaty, Weder David de Freitas e Marcelo Lira mostraram-se, em várias ocasiões,parceiros incondicionais. Ao querido Rainer, faço um agradecimento especial. Suadisposição em conseguir a cópia da tese de doutorado de Boris Fausto e em pegarna USP a documentação que faltava para fechar as fontes de meu trabalho mecomoveu e me encheu de gratidão. Agradeço-lhe, também, pelas vezes em quecobriu as minhas faltas na coordenação do PIBID. À querida Sônia, agradeçoespecialmente aos seus esforços no sentido de diminuir a minha carga horárianessa reta final da escrita da tese, ainda que isso tenha resultado na ampliação donúmero de suas disciplinas. Seu exemplo tornou-me uma profissional melhor.Às amigas queridas e companheiras de traslado Goiânia-Brasília-Goiânia, CarolinaSoares Sousa e Maria Vany de Oliveira, agradeço as horas, os risos e as históriaspartilhadas. A presença de vocês nesses anos fez-me seguir adiante. À Carol, façoum agradecimento especial. Não foram raras às vezes em que se colocouprontamente a trazer as cópias das teses existentes na USP que precisava para aescrita da tese e não conseguia agenda para ir buscar. Além disso, em inúmerasocasiões, ela carregou sobrepeso em seus ombros para entregar na biblioteca daUnB os livros que havia tomado de empréstimo. A ela agradeço a sua fiel amizade eo modo pelo qual tornou esses anos mais leves.Aos amados e fiéis amigos, quero anotar o meu imenso carinho. Os momentos quepartilhamos foram singulares e seguem protegidos do esquecimento. Martha VictorVieira, Marlon Salomon, Raquel Machado Gonçalves Campos, Fabiana de SouzaFredrigo, Adriana Moraes, Aruanã Antônio dos Passos, Lia dos Santos, MônicaFerreira, Patrícia Duarte, Aline Fernandes, Denise B. B. de Vasconcelos, LaudeniceS. Paixão, Jorge Humberto Silva e Cristina Falaguasta fazem parte da minha históriade vida. A vocês agradeço a cumplicidade, o carinho, a torcida e o apoioincondicional.Aos meus familiares queridos, Sueli da Costa, Fabio Costa Oliveira, Augusto Antôniode Oliveira, Alete Maria de Oliveira, Eliane Ataíde, Charles Antônio Oliveira, CarlaAtaíde, Salete Lopes, Valdete, Magali Antonia Arantes, agradeço a torcida diária e apresença enriquecedora em minha vida. À minha mãe, faço um agradecimentoespecial. A determinação com que suportou as suas dores em silêncio nos últimosmeses deu-me provas de seu cuidado e respeito para com o meu projetoprofissional. A ela agradeço a maneira como soube compreender as minhasausências.À querida Rejane Bonomi Schifino, agradeço a generosidade com que se dispôs ame ajudar com o abstract. O seu empenho em fazer parte dessa etapa da minhavida foi maior que a distância que nos tem separado nesses últimos anos.

Ao meu estimado colega de graduação Diogo da Silva Roiz, agradeço as dicas queme conduziram ao Centro de Apoio à Pesquisa em História “Sérgio Buarque deHolanda” – CAPH. Apesar da distância e dos muitos anos sem contato, ele mostrouse próximo e atencioso como nos tempos da graduação.À minha querida amiga Karina Anhezini, agradeço o empenho em conseguir omaterial bibliográfico de que necessitava. As dificuldades enfrentadas no decorrer dapesquisa valeram a pena em razão de nosso reencontro.À querida Teresa Malatian, agradeço o tempo em que foi responsável pela minhaformação acadêmica. Sua presença em minha vida foi fundamental para a minhaconstrução como pesquisadora.Aos meus alunos do IFG, principalmente aos meus orientandos do PIBID e do TCC,agradeço a tolerância e o respeito a mim dispensados ao longo da realização destetrabalho. É possível que, depois de minha orientadora, vocês tenham sido os quemais me ouviram falar de Boris Fausto.Por fim, é preciso agradecer ao CAPH, especialmente à Profa. Dra. Márcia ReginaBarros da Silva e à funcionária Maria Aparecida Araújo Ferreira, por ter tornadopossível a consulta da documentação institucional da FFCL-FFLCH/USP mesmodiante do movimento de paralisação das universidades paulistas. Além desse centrode pesquisa, agradeço a seção de Serviço de Alunos de Graduação da FFLCH daUSP, na figura do servidor Hilton José Soares. Sua disposição em contribuir para oandamento de minha pesquisa tornou possível não só o acesso à documentaçãorelativa ao curso de História dos anos de 1960, como também o conhecimento dohistórico escolar de Boris Fausto.

RESUMOO presente trabalho situa-se no campo de estudos da historiografia brasileira e tempor objeto a produção histórica de Boris Fausto, empreendida entre fins dos anos de1960 e primeira metade da década de 1970. Nesse sentido, interessam a estetrabalho especialmente as teses de doutorado e livre-docência desse historiador.São elas, respectivamente: “1930: historiografia e história” (1969), publicada com otítulo “A Revolução de 1930: historiografia e história” (1970); e, “O trabalhadorurbano e o conflito social na República oligárquica (1890-1920)” (1975), intitulada nomomento de sua publicação como “Trabalho urbano e conflito social (1890-1920)”(1976). Ao perscrutar os escritos desse historiador, tem-se por objetivo compreendêlos, tal qual propõe Michel de Certeau (2006), como produtos da combinação de umlugar social, de uma prática científica e de uma escrita. A realização desse objetivonão só permitirá que se apresente uma reflexão em torno da escrita de Boris Faustoquando de sua imersão nos estudos históricos, como também que se debatamaspectos do campo de produção científica, particularmente do campo historiográfico,que, à época, projetava as instituições universitárias brasileiras como o lugarpreferencial para a construção do saber histórico.Palavras-chave: Boris Fausto; Historiografia Brasileira; História e Historiografia

ABSTRACTThe present work belongs to the Brazilian historiographical field, and its object isBoris Fausto's historical production between the last years of the 60's and the firsthalf of the 70's - specially his doctorate and habilitation theses "1930: historiografia ehistória" (1969), published with the title "A Revolução de 1930: historiografia ehistória" (1970); and "O trabalhador urbano e o conflito social na Repúblicaoligárquica (1890-1920)" (1975), published with the title "Trabalho urbano e conflitosocial" (1976). The goal of this Fausto's texts analysis is to understand them as thesame way as proposed by Michel de Certeau (2006), like a combination productsresulted from a social place, a scientific practice and a writing. Reach this objectiveallows a double reflection about Boris Fausto's writing and his immersion in thehistorical studies, debating, at the same time, particularly aspects of thehistoriographical field which was projecting, in that years, the Brazilian universities asthe primordial places to the construction of historical knowledge.Keywords: Boris Fausto; Brazilian historiography; History; Historiography.

SUMÁRIOINTRODUÇÃO.09CAPÍTULO I – OS DESAFIOS E AS POSSIBILIDADES DO ESPAÇO ACADÊMICO DE FORMAÇÃO DEHISTORIADORES.241.1. Boris Fausto: um advogado historiador ou um historiador advogado?.1.2. Boris Fausto, a FFCL e o curso de História: o fazer-se de um historiador.1.2.1. A Universidade da Comunhão Paulista: os processos de criação da USP e daFFCL.1.2.2. As transformações na estrutura curricular: o curso de História da FFCL da USP entreas décadas de 1930 a 1960.1.3. A pesquisa acadêmico-institucional na USP nos tempos das primeiras experiências deBoris Fausto na investigação histórica.1.3.1. A institucionalização da pós-graduação no Brasil e na USP.1.3.2. O estado da pesquisa histórica na FFCL da USP.29444554696978CAPÍTULO II – O FAZER-SE DE UM HISTORIADOR DA REPÚBLICA EM TERRA DE CIENTISTASOCIAL: BORIS FAUSTO, FRANCISCO WEFFORT E O CONCEITO DE POPULISMO.942.1. A escrita da história da Primeira República: Boris Fausto, um estranho no ninho.2.2. O conceito de populismo em Francisco Weffort.2.2.1. A formulação do conceito de populismo pelos ibespianos.2.2.2. A reinvenção do conceito de populismo pela produção intelectual weffortiana.107140145161CAPÍTULO III – A ESCRITA FAUSTIANA DA PRIMEIRA REPÚBLICA: 1930: HISTORIOGRAFIA EHISTÓRIA E O TRABALHADOR URBANO E O CONFLITO SOCIAL NA REPÚBLICA OLIGÁRQUICA(1890-1920).1713.1. Boris Fausto e a crítica à perspectiva dualista.3.2. A escrita faustiana e o pensamento weffortiano: a interlocução da História com asCiências Sociais.3.3. A memória nas teses de doutoramento e livre-docência defendidas por Boris Faustonos anos de 1960 e 1970.3.4. Boris Fausto e suas fontes.184203218231CONSIDERAÇÕES FINAIS.240FONTES.246REFERÊNCIAS.250

INTRODUÇÃOA produção de Boris Fausto marcou – e ainda marca – o pensamento deinúmeros pesquisadores da História da República brasileira. Consagrado comohistoriador republicano, Fausto perscrutou temáticas diversas. Para além daRevolução de 1930, a produção faustiana tomou como objeto de suas análises omovimento operário, a história social do crime e da punição, a imigração, dentreoutros. A trajetória de sua produção intelectual aponta, de imediato, para um perfilmarcadamente suscetível à proposição de novas temáticas, novas abordagens,novos referenciais metodológicos.Suas obras mais recentes são ilustrativas da plasticidade que define essehistoriador, pois, vão desde o trato com a micro-história, do qual “O crime dorestaurante chinês: carnaval, futebol e justiça na São Paulo dos anos 30” (2009)tornou-se representativo de suas incursões nesse gênero historiográfico, à análiseconstruída em torno de um personagem. Para esta última, cita-se o livro “GetúlioVargas” (2006), escrito por Boris Fausto para compor a coleção Perfis Brasileiros, daeditora Companhia das Letras.Afora enveredar-se pela micro-história e pela biografia, esse historiadorfoi seduzido pela memória, publicando alguns títulos de teor marcadamentememorialístico, como: “Negócios e ócios: histórias da imigração” (1997), “Memóriasde um historiador de domingo” (2010) e “O brilho do bronze [um diário]” (2014).Ainda dentro desse quadro da memória, Boris Fausto escreveu “Memória e História”(2005), obra que reuniu textos desse autor publicados no jornal Folha de São Paulo,com exceção de dois artigos: “O fim de uma era”, divulgado pela revista Exame, e“Viagem à Bolívia”, redigido para integrar exclusivamente o texto de abertura dessaobra. Interessante observar que, a despeito do título sugerir a composição de umanarrativa que trate da relação entre História e memória, a construção dessa relaçãofica a cargo do leitor, não tendo sido, portanto, problematizada pelo autor.Ainda sobre a trajetória da produção intelectual faustiana, cabe observarque, se tomado como fio condutor para sua análise o modo pelo qual o diálogo entre

10INTRODUÇÃOHistória e memória se deu na construção argumentativa de Boris Fausto, é possíveldividi-la em três fases. Assim sendo, associado às suas pesquisas de doutorado elivre-docência, a primeira fase de sua produção histórica caracterizou-se pormobilizar, vez ou outra, a memória em sua construção argumentativa. Compõemessa fase os títulos “1930: historiografia e história” (1969) e “O trabalhador urbano eo conflito social na República oligárquica (1890-1920)” (1975). Contudo, essamobilização ocorreu sem que isso implicasse no cuidado em distinguir a narrativamemorialística da narrativa histórica ou mesmo na problematização da relação entreHistória e memória. O que não se revela um problema em termos de descompassohistoriográfico na medida em que essas questões ainda não estavam dadas para ocampo de produção histórica brasileira, sobretudo, quando da escrita de sua tese dedoutoramento.A segunda fase, que encontra na obra “Negócios e ócios: histórias daimigração” (1997) o seu marco inaugural, define-se pela incorporação da memória,em especial da memória de seu autor, como fonte histórica na obra faustiana. Naspalavras de Boris Fausto (1997, p. 9), “a narrativa se apóia em minha memória e, emalguma medida, na de pessoas que me são próximas, quase todas pelo parentesco”.Todavia, percebe-se que a imersão de Boris Fausto nos caminhos da memóriaproduz certa inquietação nesse historiador. Inquietação que o leva a anunciar naintrodução de “Negócios e ócios” o seu afastamento da produção de narrativasficcionais apesar de sua aproximação com o campo da memória: “a narrativaprocura cingir-se ao modelo da história, pelo menos da história como eu a entendo,e isso significa evitar a ficção” (FAUSTO, 1997, p. 8).Essa defesa da narrativa histórica em contraposição a ficcional construídapor Boris Fausto aparece também em textos que se propõem a interpretar aprodução faustiana. Escrito para compor a coletânea “Leituras críticas sobre BorisFausto” (2008), o texto de Keila Grinberg, “Pelo prazer de uma boa história:Negócios e ócios na obra de Boris Fausto”, assume, tal qual Fausto, a contraposiçãoentre História e ficção na obra “Negócios e ócios”:Ao lidar com lembranças, com histórias que lhe foram contadas, comepisódios dos quais se lembra mas não viveu, e com outros, queviveu mas não se lembra, Boris Fausto escreveu uma narr

Boris Fausto's historical production between the last years of the 60's and the first half of the 70's - specially his doctorate and habilitation theses "1930: historiografia e história" (1969), published with the title "A Revolução de 1930: historiografia e história" (1970); and "O trabalhador urbano e o conflito social na República oligárquica (1890-1920)" (1975), published with the .

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