CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso De Filosofia

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CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILOCurso de FilosofiaElizeu Antonio da SilvaMAQUIAVEL E ‘O CAMINHO AINDA NÃO TRILHADO’: UMAREFLEXÃO ACERCA D’O PRÍNCIPE.São Paulo2014

Elizeu Antonio da SilvaMAQUIAVEL E ‘O CAMINHO AINDA NÃO TRILHADO’: UMAREFLEXÃO ACERCA D’O PRÍNCIPE.Trabalho de Conclusão de Curso apresentadoao Curso de Filosofia do Centro UniversitárioSão Camilo, orientado pela Profª. Ma. LucianePedro, como requisito parcial para a obtençãodo título de Licenciado em Filosofia.São Paulo2014

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Padre Inocente RadrizzaniSilva, Elizeu Antonio da SilvaMaquiavel e o caminho ainda não trilhado: uma reflexão acerca d’ oPríncipe / Elizeu Antonio da Silva. -- São Paulo : Centro UniversitárioSão Camilo, 2014.137 p.Orientação de Luciane PedroTrabalho de Conclusão de Curso de Filosofia (Graduação), CentroUniversitário São Camilo, 2014.1. Nicolau Maquiavel 2. Maquiavelismo 3. Filosofia 4. Política 5.Renascimento I. Pedro, Luciane II. Centro Universitário São Camilo III.TítuloCDD: 172

Elizeu Antonio da SilvaMAQUIAVEL E ‘O CAMINHO AINDA NÃO TRILHADO’: UMAREFLEXÃO ACERCA D’O PRÍNCIPE.São Paulo, 09 de Junho de 2014Professor Orientador: Ma. Luciane PedroProfessor Examinador: Dr. Benedito Eliseu Leite Cintra

Aos meus pais que, em sua humanidade,simplicidade e humor nordestinos, meensinaram a trilhar caminhos ainda nãotrilhados.

AgradecimentosEsse negócio de agradecer é um tanto complicado. Primeiro porque, ao fazê-lo,podemos esquecer muitas pessoas que gostariam de ser lembradas. Segundo porqueas palavras que geralmente empregamos para agradecer nem sempre faz jus aquiloque cada pessoa representa, ou representou, durante os anos de nossa formação, oudurante a nossa vida de atividade acadêmica.Então, diante destes impasses, poder-se-ia pensar que, a fim de evitar tamanhasinjustiças, o melhor caminho a ser trilhado seja o do não agradecimento.Entretanto, basta pensar na possibilidade de tomar tal caminho que eu me vejoenredado em outro problema: a ingratidão. Assim, como não quero ser tachado deingrato, visto que sinto certa ojeriza a este tipo de comportamento, aqui vão osmeus sinceros agradecimentos.Todavia, de antemão, já peço perdão aqueles que, por falha da minha memória,ou por qualquer outro motivo, não sejam aqui mencionados. O que, por outrolado, não significa dizer que não são ou não foram importantes para a minhaformação. Cabe dizer, tanto os que serão mencionados, quantos os que não foremmencionados, são deveras importantes. Vamos lá!Agradeço a minha família que estando perto ou longe, em alguma medida, meofereceu o seu apoio. Em especial, meus pais, minha irmã Miriam Lopes e seuesposo Hélio Oliveira que, muitas vezes, me socorreram em meio as minhasvicissitudes, suprindo, com seus parcos recursos, minhas necessidades financeiras.Aos meus amigos que caminharam junto comigo durante os anos do Curso.Muitos deles de simples amigos de Curso, são agora amigos de profissão. Dentretodos eles, cito em tom de gratidão, os que seguem: Ana Pinheiro, DanielaMódena, David J. Ferreira, Dirce Alegretti, Edriano Cruz, Elisangela Lemos, FelipeKnöller, Fernando Porto, Jucelaine Soares, Keisle Bezerra, Márcia Chagas, MicheleKanashiro, René, Rita Eunice, Tatiana Peixoto, Vivian Santos e Vitor Piedade.Sou imensamente agradecido aos caríssimos e inesquecíveis professores. Dentreos quais cito com grande alegria e gratidão, os que seguem: Benedito Eliseu LeiteCintra, Bruno Conte, Claudenir Módolo, Cristiane Negreiros Abbud Ayoub, José

Luiz Bastos, Lucy Fernandes, Luis Paulo Neves, Lelita de Oliveira Benoit, Pe.Alberto, Pedro Monticelli, Sonia Rodrigues Pereira e Thiago Calçado.Às escolas em que passei durante o estágio, durante as aulas como professoreventual e aos alunos que, de alguma forma, me marcaram com seu olhar, carinho esede de aprender. Em especial, a E. E. Profº. Roldão Lopes de Barros e toda aequipe de professores.Agradeço também as escolas em que trabalho atualmente, principalmente aoscolegas de trabalho das seguintes escolas: a equipe maravilhosa da E. E. ChibataMiyakoshi, a turma inesquecível da E. E. Dep. Shiro Kyono e o novo grupo deamigos da E. E. Profº Wilfredo Pinheiro.Deixo um agradecimento todo especial a minha orientadora Ma. LucianePedro pela paciência e compreensão, por ter relevado os meus atrasos, etc. Luciane,caríssima, obrigado pelo retorno dos e-mails, pela comunicação sempre clara etc.Obrigado por tudo!Meus sinceros agradecimentos e minhas sinceras desculpas ao muito queridoDr. Benedito Eliseu Leite Cintra, por ter aceitado ser o leitor do meu trabalho; porter feito considerações dignas de nota e, sobretudo, por ter me suportado comoaluno durante os anos da graduação. Obrigado, Cintra!Ao Centro Universitário São Camilo por ter me acolhido como aluno durante osanos da graduação, bem como agradeço ao corpo de funcionários desta instituição,em especial os funcionários da Biblioteca, dentro os quais destaco: Carla Nakamura(Carlinha) e Josefa Silva (Jô).Enfim, agradeço a Vida e a todos os que nas idas e vindas desta existênciabreve, de alguma forma ou de outra, deixaram marcas indeléveis do amor e cuidadohumanos, escondidos em cada gesto, em cada sorriso e em cada rosto, signo dacompanhia daqueles que um dia ousei chamar de amigos.

Cada mudança sempre deixa preparado o caminho para a próxima.Nicolau Maquiavel. O Príncipe.Descobrir novos métodos e princípios nunca é menos perigoso do queprocurar por mares e terras desconhecidas.Nicolau Maquiavel. Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio.Como o compreenderiam? Ele escreve conta os bons sentimentos empolítica, mas também é contra a violência. Aceitaríamos um cínico quenega os valores ou um ingênuo que sacrifica a ação. Não gostamos destepensador difícil e sem ídolo. A razão de não se compreender Maquiavelé que ele une o sentimento mais agudo da contingência ou do irracionalno mundo ao gosto da consciência ou da liberdade no homem.Maurice Merleau-Ponty. Signos, ‘Nota sobre Maquiavel’.A escrita, por ser a forma espetacularmente engajada da palavra,contém ao mesmo tempo, por uma ambiguidade preciosa, o ser e oaparecer do poder, o que ele é e o que ele quereria que se acreditasseque ele fosse: uma história das escritas políticas constituiria portanto amelhor das fenomenologias sociais.Roland Barthes. O grau zero da escrita.

SILVA, Elizeu Antonio. Maquiavel e ‘o caminho ainda não trilhado’: uma reflexãoacerca d’O Príncipe. 2014. 137 f. Trabalho de Conclusão de Curso. Centro UniversitárioSão Camilo, São Paulo, 2014.Em seu célebre opúsculo, O Príncipe, Nicolau Maquiavel (1469-1527) tem como objetivoessencial, considerar acerca da forma, da origem e manutenção dos principados. Suaobra política se insere no contexto da Renascença, tempo em que outros autoresrealizaram investigações semelhantes acerca da conduta principesca no exercício dogoverno das cidades – como se mostra no gênero literário dos espelhos dos príncipes.Diante do aspecto de familiaridade entre a obra maquiaveliana e as obras dos espelhosdos príncipes, esta pesquisa busca investigar, a partir do contexto histórico-políticosocial da Itália renascentista, no que se constitui a diferença registrada pelo filósofoflorentino. Neste sentido, realiza-se uma exposição das linhas dominantes d’O Príncipe,oferecendo um destaque aos conceitos essenciais de sua filosofia política, a saber, averittà effettuale della cosa, a virtù e a fortuna. Esta exposição visa manifestar a ideia deque a obra maquiaveliana, mesmo contendo certa semelhança com o gênero literáriodos espelhos, em muito se distancia de tal gênero, visto que seu autor, para todos osefeitos, consigna, no imaginário da Renascença, uma ciência política que trilha umcaminho, até então, não trilhado. Considerar-se-ia que este caminho ainda nãotrilhado chega a se expressar no conceito maquiaveliano de verdade efetiva da coisa,depreendendo-se, portanto, que tal conceito instaura o posicionamento da filosofiapolítica no ‘reino do ser’, em oposição ao ‘reino do dever-ser’. Sendo, este último,objeto da reflexão política medieval e humanista, a política de Maquiavel tomará, noideário político-filósofico da Renascença, um caminho até então não trilhado.Palavras-chave: Filosofia. Maquiavelismo. Nicolau Maquiavel. Política. Renascimento.

SILVA, Elizeu Antonio. Machiavelli e 'non il percorso ancora calpestata': unariflessione sul d'Prince. 2014. 137 f. Completamento del corso d'opera. CentroUniversitário São Camilo, São Paulo, 2014.Nel suo famoso pamphlet, Il Principe, Niccolò Machiavelli (1469-1527) ha comeobiettivo primario, considerare circa la forma, l'origine e la manutenzione deiprincipati . Il suo lavoro politico è nel contesto del Rinascimento , durante il quale glialtri hanno svolto indagini analoghe nel comportamento principesco nel governo dellecittà - come mostrato nel genere letterario degli specchi per principi. Dato l' aspetto difamiliarità tra il lavoro machiavellico e le opere degli specchi per principi, questa ricercasi propone di indagare, dal contesto storico, politico e sociale del Rinascimento inItalia, come la differenza è rilevata dal filosofo fiorentino . In questo senso, tiene unamostra delle linee dominanti del Principe, fornendo un punto culminante ai concettiessenziali della sua filosofia politica, vale a dire effettuale verittà della cosa, virtù efortuna. Questa mostra vuole esprimere l'idea che il lavoro machiavellico, anchecontenente qualche somiglianza con il genere letterario degli specchi, molto siallontana da questo genere, dal momento che il suo autore, per tutti gli scopi , slogan,nelle menti del Rinascimento, una scienza politica che traccia un percorso finorainviolato. Considerato che questo ‘percorso non ancora calpestato’ arriva per esprimereil concetto machiavellico di effettiva verità della cosa , se depreendendo , quindi, chequesto concetto definisce la posizione della filosofia politica nel 'regno dell'essere' incontrapposizione al 'regno dovrebbe essere'. Essendo quest'ultimo, oggetto diriflessione politica medievale e umanistica, la politica di Machiavelli fa sulle ideepolitiche e filosofiche del Rinascimento , un percorso finora inviolato .Parole chiave: Filosofia. Machiavellismo. Niccolò Machiavelli. Politica. Rinascimento.

SUMÁRIOResumoAstratto1 PRIMEIRA PARTE: INTRODUÇÃO, ASPECTOS METODOLÓGICOS E OPOSICIONAMENTO DO PROBLEMA . 131.1 A guisa de Apresentação . 141. 2 Aspectos Metodológicos . 151.3 O Posicionamento do Problema . 152 SEGUNDA PARTE: MAQUIAVEL , RENASCIMENTO, CONTEXTO SOCIAL E ATRADIÇÃO POLÍTICA . 182.1 Maquiavel e a repercussão de seu pensamento. 192.2 O homem Nicolau Maquiavel e o Renascimento . 242. 3 Maquiavel e o contexto político de seu tempo . 332.4 Maquiavel e a tradição filosófico-política: aspectos das obras políticas de seu tempo. 432.4.1 Pano de fundo da constituição do cenário político-social de Florença . 432.4.2 Pano de fundo da tradição política humanista: a herança político-filosófica deMaquiavel e os espelhos dos príncipes . 472.4.3 Os humanistas e a inserção da concepção clássica de Fortuna no ideáriorenascentista . 512.4.4 Novos tempos e novo homem exigem uma nova política . 552.5 Digressão e Justificativa da Segunda e Terceira Parte do TCC . 60

3 TERCEIRA PARTE:MAQUIAVEL E ‘O CAMINHO AINDA NÃO TRILHADO’ . 653.1 Recapitulação e Suposições . 663.2 Exposição sucinta do primeiro bloco de Capítulos d’O Príncipe: traços da crítica aosespelhos dos príncipes . 703. 3 César Bórgia, um modelo perfeito de princeps? . 833. 4. Exposição sucinta do segundo bloco de capítulos d’O Príncipe: a verittà effettualledella cosa, ser e parecer, virtú e fortuna. . 953.4.1 A verittà effettuale della cosa, um conceito estranho à tradição política? . 973.4.2 O princeps (o homem-governante) entre Ser e Parecer . 1053.4.3 O princeps (o homem-governante) entre a virtú e a fortuna . 1204 QUARTA PARTE: CONSIDERAÇÕES FINAIS . 128REFERÊNCIAS.131

131 PRIMEIRA PARTE:INTRODUÇÃO, ASPECTOS METODOLÓGICOS E OPOSICIONAMENTO DO PROBLEMA

141.1 A guisa de ApresentaçãoTrilhar caminhos ainda não trilhados. Conhecer terras e navegar mares ainda nãoconhecidos. Escrever livros ainda não escritos. Trazer a lume palavras ainda não ditas.Inventar, criar, descriar, recriar, construir, destruir, reconstruir. Se perceber como umhomem lançado num mundo que, desde sempre, é regido pela inconstância, peloconflito, pelos desejos cambiantes. Se perceber como humanamente mundano. Vivo.Mergulhado em nenhum outro lugar, que não neste mundo e, a partir deste mundo,não ser ninguém mais que a expressão, que o reflexo deste mundo permeado poraparência e mutação. Eis o mundo de Maquiavel, eis Maquiavel neste mundo. É omundo do Renascimento, melhor, do Rinascimento – diria ele. É a partir desse mundo,vendo-o neste mundo, compreendendo-o neste mundo, que esta pesquisa, nas linhasque seguem, inicia seu trajeto a fim de averiguar qual o caminho ainda não trilhado foitrilhado por aquele que se notabilizou como divisor de águas da filosofia políticamoderna.Neste propósito, este trabalho tem como escopo principal acompanhar osmovimentos textuais do panfleto maquiaveliano, a saber, O Príncipe, na medida emque explicita os conceitos nele inscritos. Entretanto, antes de adentrar no conteúdodeste panfleto, realiza-se uma investigação acerca do contexto em que se inscreve avida e obra de seu autor. Assim, em vez de começar pelo objetivo principal estapesquisa faz o caminho inverso: começa pela parte histórico-contextual para chegar àparte conceitual.Em outros termos, esta pesquisa divide-se da seguinte maneira: na Primeira Parteregistram-seaApresentação(Introdução),os Aspectos Metodológicos eoPosicionamento do Problema. Na Segunda Parte tratamos, ao menos parcialmente, darepercussão do pensamento do filósofo, de traços de sua vida e obra, bem como docontexto e da tradição político-filosófica circundante ao seu tempo. A Terceira Partetrata de explicitar os conceitos imbricados no interior do opúsculo maquiaveliano,quais sejam: a verdade efetiva da coisa, Ser e Parecer e virtú e fortuna. Por sua vez, a

15Quarta e última Parte estampa as Considerações Finais deste trabalho. Tendo deixadoclaro o objetivo e a divisão estrutural da pesquisa, passemos então a considerar osAspectos Metodológicos.1. 2 Aspectos MetodológicosDo ponto de vista da interpretação, esta pesquisa ancora-se nos pressupostoshermenêuticos de Hans-Georg Gadamer, em Verdade e Método e O problema daconsciência histórica. Do ponto de vista da leitura estrutural da obra maquiaveliana,apoiamo-nos na proposta hermenêutica de Victor Goldschmidt, em A religião dePlatão, especificamente um texto desta obra, a saber: “Tempo histórico e tempo lógicona interpretação de sistemas filosóficos”.Acerca da construção e análise do texto filósofico, a pesquisa foi fundamentada nosseguintes autores e obras:a) Antonio Joaquim Severino – Como ler um texto de filosofiab) Antoine Compagnon – O trabalho da citaçãoc) Anthony Weston – A construção do argumentod) Folscheid & Wunenburger – Metodologia Filosóficae) Mario Ariel González Porta – A filosofia a partir de seus problemasDe resto – mais não menos importantes –, os autores citados na função decomentadores, seguem referenciados no interior da pesquisa e constam, comorequerido, na página de Referências. Adiante, reflete-se sobre o Posicionamento doProblema.1.3 O Posicionamento do Problema

16Ora, Maquiavel, ao considerar acerca da conquista e manutenção do poder políticonas páginas d’ O Príncipe, insere um distanciamento da tradição política de seu tempo,bem como das reflexões políticas advindas da antiguidade clássica e dos temposmedievais. Este distanciamento posiciona seu pensamento em um lugar até entãoincomum na reflexão política. Veremos que apesar de certa familiaridade com osautores do gênero literário dos espelhos dos príncipes – literatura política muitocomum no ideário do Rinascimento – o florentino introduzirá, por meio de recursosretóricos, à reflexão política um quadro conceitual diferençado.Quando o autor do livro sobre os principados consigna nas primeiras frases doCapítulo XV que se distanciará das linhas traçadas, ou dos caminhos traçados poroutros autores – em especial, os autores dos espelhos – suas palavras entram emharmonia com o que é dito no Livro Primeiro de seus Discursos sobre a primeiradécada de Tito Lívio: aí ele escreve que a fim de trabalhar pelas coisas que pudessemtrazer “benefícios comuns a todos”, foi necessário deliberar então e “trilhar umcaminho ainda não trilhado”.Tendo em vista que os Discursos é tradicionalmente considerado comocomentários d’ O Príncipe, tomamos como tema e ponto de partida desta pesquisa, aaveriguação do que significa este “caminho ainda não trilhado”. Isto se apresentoucomo um problema para nós, porque quando o filósofo consigna que se distanciará deoutros autores que trataram do mesmo assunto que ele trata, ocorreu-nos a hipótesede que a sua concepção política não insere tanta diferença, tal como se propagoudurante muito tempo, no devenir da história da filosofia ocidental.Diga-se, esta é uma hipótese um tanto apressada, mas não sem fundamento, vistoque foi suscitada pela leitura inicial que fizemos do filósofo. Assim, nosso intento,durante a realização desta pesquisa, foi averiguar se havia mesmo, entre a concepçãopolítica do autor e de seus contemporâneos, alguma diferença digna de nota. E se, talcomo se consigna em seus Discursos, esta diferença se apresenta como “o caminhoainda não trilhado”. Dir-se-ia que tal diferença é manifesta no conceito de verdadeefetiva da coisa. Todavia, para não incorrermos em afirmações infundadas,

17percorramos as páginas desta pesquisa. Talvez, assim, tal como filósofo, também,percorramos os nossos caminhos ainda não trilhados.

182 SEGUNDA PARTE:MAQUIAVEL , RENASCIMENTO, CONTEXTO SOCIAL E TRADIÇÃOPOLÍTICO-FILOSÓFICA

192.1 Maquiavel e a repercussão de seu pensamentoQuase cinco séculos nos separam de Nicolau Maquiavel (Florença, 1469-1527) – emitaliano, Niccolò Di Bernardo Machiavelli. Este pensador florentino notabilizou-se nahistória da filosofia política com o lançamento póstumo de seu polêmico panfleto, OPríncipe. Desde a morte de seu autor, o panfleto citado vem sendo interpretado demuitas maneiras. À época de seu lançamento – conforme nota Marie GailleNikodimov,

Centro Universitário São Camilo, São Paulo, 2014. Nel suo famoso pamphlet, Il Principe, Niccolò Machiavelli (1469-1527) ha come obiettivo primario, considerare circa la forma, l'origine e la manutenzione dei principati . Il suo lavoro politico è nel contesto del Rinascimento , durante il quale gli altri hanno svolto indagini analoghe nel .

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