A Teoria Geral Dos Campos De Pierre Bourdieu: Uma Leitura .

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Tempus - Actas de Saúde Coletiva - Antropologia e Sociologia da Saúde: novas tendênciasA teoria geral dos campos de Pierre Bourdieu: uma leituraMiguel Ângelo MontagnerSociólogo, Mestre e Doutor em Saúde Coletiva.Professor da Pós-Graduação em Ciências da Saúde e Cátedra UNESCO de Bioéticada Faculdade de Saúde – UnBmontagner@unb.br, montagner@hotmail.comMaria Inez MontagnerCientista social. Mestre e Doutora em Saúde ColetivaDepartamento de Medicina Preventiva e Social da FCM -Unicamp.inezmontagner@hotmail.comRESUMO:Este artigo analisa as obras de Pierre Bourdieu, e por meio delas, realiza um esboço de uma teoria geral doscampos, ausência assumida pelo autor e por ele encarada como um vade-mécum. A despeito desse temor edo perigo de reducionismo inerente a tal tarefa, julgo importante ensaiar essa síntese, dadas a complexidadedo pensamento do autor aliada a uma escrita por vezes acachapante e barroca, as imprecisões de tradução, aexistência de textos não traduzidos e, por fim, lacunas explicativas da própria proposta de Bourdieu. À luz demeus próprios trabalhos e investigações, proponho o conceito de epifania como chave de um prolongamentopossível de seus trabalhos, neles introduzindo um caráter epistemológico que açambarque também os aspectosde transformação dos habitus dos agentes sociais e dos grupos sociais, contrapondo, dessarte, os aspectos demudanças sociais inscritos nos habitus individuais aos aspectos mais deterministas necessariamente enfatizadosa revezes na obra bourdieusiana. Com este artigo, espero contribuir com conceitos e ferramentas capazes defundamentas pesquisas na área da saúde, ainda carente de referenciais teóricos estruturais advindos das ciênciassociais.Palavras-chave: Pierre Bourdieu, teoria geral dos campos, habitus, epifania.Revista Tempus Actas de Saúde Coletiva 255

ABSTRACT: Pierre Bourdieu’s general theory of fields: a readerThis article examines the Pierre Bourdieu’s works, and through them, makes a sketch of a general theory of fields,absence accepted by the author and he regarded as a vade mecum of their work. Despite this fear and danger ofreductionism inherent in this task, I think it important to test this synthesis, given the complexity of thought ofBourdieu combined with his style of writing sometimes Baroque, the inaccuracies of translation, the existence ofnon-translated texts to the Portuguese, and finally, explain the shortcomings of Bourdieu’s own proposal. In lightof my own work and researches, I propose the concept of epiphany as the key to a possible extension of theirwork, by analyzing epistemological aspects of transforming the habitus of social agents and social groups. Withthis article, I hope to contribute with concepts and tools to the researches in public health field, which needs, inBrazil, theoretical contributions from the social sciences.Keywords: Pierre Bourdieu, General theory of fields, habitus, epiphany.RESUMEN: La teoría general de los campos de Pierre Bourdieu: una lecturaEste artículo analiza las obras de Pierre Bourdieu y, por medio de estas, esboza una teoría general de los campos,ausencia asumida por ese autor, que la consideró como un vademécum de su producción. A pesar de esetemor y del riesgo de reduccionismo, inherente a esa tarea, considero importante ensayar esa síntesis, dadasla complejidad del pensamiento del autor, aliada a un estilo a veces abrumador y barroco, las imprecisiones dela traducción, la existencia de textos no traducidos y, aún, vacíos explicativos en la misma obra de Bourdieu. Enbase a mis trabajos e investigaciones propongo el concepto de epifanía como elemento clave para una posibleextensión de los trabajos del autor, introduciendo en estos un enfoque epistemológico que abarque los aspectosde transformación de los habitus de los agentes sociales y de los grupos sociales, contrastándose, de esa forma,los aspectos de modificaciones sociales inscritos en los habitus individuales con los aspectos más deterministasque necesariamente son a veces enfatizados en la obra bourdieusiana. Con este artículo espero contribuircon conceptos e instrumentos capaces de fundamentar investigaciones en el área de salud, que aún necesitareferenciales teóricos estructurales provenientes de las ciencias sociales.Palabras clave: Pierre Bourdieu, teoría general de los campos, habitus, epifanía.Revista Tempus Actas de Saúde Coletiva 256

O meio-saber é mais vitorioso que o saberinteiro: ele conhece as coisas de modo maissimples do que são, o que torna sua opiniãomais compreensível e mais convincente.Nietzsche. Humano, demasiado humano.Aforismo 578.Não é a virtude que pode fundar umaordem intelectual livre; é uma ordemintelectual livre que pode fundar a virtudeintelectual.Pierre Bourdieu. As regras da Arte.INTRODUÇÃOMeu esforço aqui será o de esboçar ourecensear uma teoria geral dos campos nasobras de Pierre Bourdieu, uma espécie deexecução póstuma de uma proposta antigado autor. Se ele constata que “um projetode uma teoria geral não seja absurdo” epropõe até mesmo uma mediação entre uma“monografia ideográfica e a teoria formal evazia”1, acredito que visava o que seria uma“teoria de médio alcance”. Apesar disto,esta foi uma tarefa inacabada, mesmo seperseguidos tenazmente, nos vários campossociais, os elementos para a confecçãode tal teoria. Após realizar essa tentativa,procuraremos aprofundar as raízes dessateoria geral e ampliaremos um poucoo escopo desse trabalho, relacionandoa teoria de Bourdieu as suas origensweberianas, o que acreditamos elucidar maissatisfatoriamente a teoria geral dos campos(TGC) desenvolvida pelo autor.Por fim, esperamos que esta teoriados campos possa contribuir para darconsistência e fundamentação aos estudosa se realizar na área da saúde, sobretudo doponto de vista bourdieusiano.Bourdieu costumava deplorar o fatode possuir disposições ao borboleteio(dispositions papillonnes), de não ter jamaisexpendido tempo com uma divulgaçãoespecífica por meio de uma apresentaçãocompleta de seus trabalhos, a ausência delivros mais palatáveis ao grande públicoe uma sistematização expressa de suasobras. Costumava chamar esse esforço de“manualização” de si mesmo, e percebiamais interesse em realizar outras pesquisas edesenvolver outros temas que escrever umaobra pura e simples sobre sua metodologia2.Como resultado, deixou um largoespaço para conjeturas teóricas epossibilidades a serem analisadas. Se, porum lado, uma manualização do autor podereduzir suas teorias e ameaça proporcionarum pretenso ar de familiaridade com umaobra propositalmente complexa, por outro,acredito que uma apresentação consistenteda obra do autor, elidindo inicialmenteas questões mais espinhosas e os textosmais herméticos, e sugerindo chavesinterpretativas que não esgotem e nemenrijeçam a perspectiva do leitor, pode valermais e significar um alento para os novospensadores em ciências sociais, às voltascom uma densidade teórica quase sem parna moderna sociologia e, ainda, proporcionarluzes para uma penetração, no futuro, maisamiudada de seus conceitos.No Brasil, a excelente introdução àobra de Bourdieu apresentada por Miceli3,segue como uma referência incontornável,mas elucida nossa tese: nesse texto, ogrande conceito aprofundado é o dehabitus, tratado de forma arqueológica; e ode campo não é referido como um conceitoRevista Tempus Actas de Saúde Coletiva 257

em si, mas adjetivado como simbólico ecultural. Isto demonstra que essa introduçãoestava na charneira da obra bourdieusiana,e muito champanhe iria estourar em tornoda utilização desse conceito, que elidiria, emalguns momentos, mesmo o de habitus. Emuma construção posterior, Ortiz4 já desenhae toma seu tempo na análise do conceito decampo, e então, tematiza alguns invariantesdo funcionamento desses espaços sociais.De minha parte, procurei ressaltar a obrade Bourdieu no campo da saúde, primeirorealizando um balanço teórico da teoriabourdieusiana e suas possibilidades paratratar o tema da saúde5 e, em seguida,por meio de uma recensão dos trabalhosdo autor e de seu grupo na área da saúde,publicados em sua maior parte na revistaActes de la recherche en sciences sociales 6.De certa forma, procuramos atualizare complementar esse esboço quantoao conceito de campo, buscando umageneralização.O conceito de campo e sua genealogiaO conceito de campo surge na obrade Bourdieu em um período mais tardio,e de certa forma eclipsou seu primeiroconceito fundamental, o de habitus. O fatose deve, para o bem ou para o mal, que oconceito proporciona ganhos heurísticosevidentes no trabalho de pesquisa, semremeter ao corpus teórico de Bourdieu.Vale dizer, pode e passou a ser utilizado deforma heterônoma, sem a concorrênciado par teórico representado pelo habitus.Sua utilização permite, como se fora umaprofecia auto-realizável, ao mesmo tempouma análise de um determinado espaço socialespecífico e, nos casos nos quais ainda nãoexistia um determinado campo, a sua própriainauguração fundadora (considerando queos intelectuais são os operadores da criaçãosimbólica). Passou a ser corriqueiro pessoasinvestirem na análise de setores sociais,nomeando-os como campo e, em seguida,tornarem-se especialistas nesse campo,como no exemplo da “terceira idade” naFrança, apontado por Lenoir 7.Por outro lado, o conceito de habitusexige uma hermenêutica pouco evidentee um arsenal de provas não negligenciável.Ele demanda apelo a variáveis geracionais,quantitativas, grupais, de efeitos detrajetórias, de análise histórica de gruposno tempo; do mesmo modo no caso daanálise de um campo, mas envolve tambémvariáveis menos objetivas, mais qualitativase subjetivas. Mesmo se conseguimosobjetivar estatisticamente um habitus, restainanimada toda a sua dimensão de ethos, deconteúdos de imagens e representações.Outro argumento pode ser aduzido: nãodesenvolvemos ainda, na sociologia,elementos de captação e sistemas de análisecapazes de bem determinar a “linguagemcorporal”, ou por outra, a hexis como ela senos apresenta. Mesmo se exemplificada eanalisada externamente, falta uma técnicaalentadora e eficaz no manuseio desse tipode dado. Um ensaio muito convincente e jáclássico foi realizado por Gregory Bateson8,no qual catalogou e expôs o repertóriodas técnicas corporais dos nativos de Bali,para mostrar os esquemas de classificaçãoembutidos nessas técnicas e que exprimemo estilo ou o habitus que preside o uso docorpo.Revista Tempus Actas de Saúde Coletiva 258

Por outro lado, o uso do habitusrepresenta uma aceitação ou uma adesão aoponto de vista bourdieusiano, que poucosautores estão dispostos a confessar ouaceitar. Isto pode ser constatado analisandoos conteúdos teóricos dos autores ecompanheiros que com ele trabalharam epublicaram na revista Actes de la rechercheen sciences sociales, na qual a grande maioriados trabalhos sobre a saúde e a doençaque se utilizaram do conceito de campo,o fizeram sem o concurso do habitus,escolhendo sobretudo a noção mediadorade “representação social” 9, 10.A gênese do conceito de campo podeser pensada como o resultado de umanecessidade de situar os agentes portadoresde um habitus dentro do espaço no qual essemesmo habitus havia sido engendrado sob opecado original da dominação e que, paratanto, pressupôs um arcabouço estável noqual essa dominação se reproduziria.Quando esboça as relações entre umartista - um criador imbuído de um projetointelectual - e um espaço onde essa obra serárecebida, Bourdieu começa a construçãode seu horizonte teórico mais geral,discorrendo sobre o campo intelectual esuas características. Neste texto encontramse já esboçadas diversas propostas queo autor iria enriquecer e desenvolverfuturamente11. De fato, o foco está narelação entre o criador, a obra e o campo noqual ele estava inserido: a idéia é entenderas relações de força que se estabelecementre essas instâncias e de que maneiraelas interferem na produção de um artefatocultural. Assim, as relações entre os diversoscampos - intelectual, político e outros – nãosão longamente analisadas e não se podeainda sistematizar uma teoria geral doscampos11. Bourdieu delimita espaços sociaisespecíficos nos quais o produto do trabalhode um intelectual encontra pessoas capazesde compreender esse resultado artístico emseus próprios termos, e só neles.O que seria o projeto criador? Umprojeto essencialmente individual eidiossincrático que formaria os leitoresapós sua emergência, ou então, um puroepifenômeno das determinações sociais? Aresposta é seguramente colocada em termosde um conceito mediador, o de habitus,mas nesse caso muito mais influenciadopelo espírito do tempo, pela consciência declasse, pela hegemonia histórica do que pelaconsciência e liberdade individual.Essa aproximação das invariantesestruturais é traduzida em Bourdieu porum conceito dinâmico, onde as variáveisgeracionais, de grupos, de classe, de sexoe até mesmo de capacidades pessoaisintegram uma luta pela legitimidade. Essalegitimidade, como no caso religioso, passapelo domínio e posse de um elementosimbólico específico, imanente ao espaçosocial delimitado e determinado por esseelemento. Isso tudo está contido na definiçãoalgo selvagem do conceito de campo, logona página inicial do artigo, definição que trazo tradicional rigor e perenidade na obra deBourdieu. Salvo por pequenas alterações,ela permanece a mesma até as derradeirasobras.Nessa imagem do autor, o campointelectual apresenta peculiaridades. Écomposto de esferas de ação particulares. ARevista Tempus Actas de Saúde Coletiva 259

“esfera do legítimo”, composta por instânciassociais de legitimação reconhecidas comoas universidades, as academias, as galeriase museus, tem pretensões ao universal eao atemporal. Nessa esfera encontram-setodas as artes ditas nobres, como a músicaclássica, a escultura, a literatura, a pinturae o teatro, artes que possuem sistemas detransmissão e reprodução de suas regras,capazes de unificar os valores ideais e asformas de consagração destas produçõesculturais.uma “primeira elaboração rigorosa da noçãosaiu de uma leitura do capítulo de Wirtschaftund Gesellschaft consagrado à sociologiareligiosa”13. Nesse trabalho, Bourdieudeslancha definitivamente uma teoria doscampos e começa a propor conceitos comointeresse, capital simbólico, poder simbólico,dentre outros12. O objetivo era entendercomo o carisma se rotiniza através degrupos de interesse, dispostos a legitimar,reproduzir, interpretar e acumular o podersimbólico, por via de estratégias diversas.Já a “esfera do arbitrário” é composta,por sua vez, de instâncias de legitimaçãonão reconhecidas socialmente enquantotais, como a publicidade, as revistas, a mídialigeira, eventos públicos, exposições etc.Entre as duas dimensões, resta um espaçode formas de produção cultural liminares,que podem assumir ares de legítimo, quandotratadas de forma culta, e ares de popular, seanalisadas através do gosto não cultivado.Assim, o jazz, a fotografia e o cinema podemser o material de um investimento intelectualrefinado e por esta via serem guindados aostatus de uma arte (pelo menos parte dessetipo de produção) ou relegados a uma artemenor, popularesca11.Nessa primeira tópica, que abrangediversos textos, Bourdieu começa a incluir asrelações entre o que ele denomina “campodo poder” e o “campo da produção” dosbens simbólicos. Com a introdução destanoção, o autor procura explicar os efeitosdentro do campo que não obedecem à lógicade legitimação interna, o capital simbólicoespecífico. Assim, começa a destrinchar asrelações complexas entre as formas de podertemporais e o modo de funcionamentointerno de cada campo. Nesse sentido, eledesenvolve em dois textos coetâneos algunspontos relativos a essa problemática.Neste artigo encontra-se subentendidoo paralelo entre o universo religiosoe o mundo intelectual, retomando osescritos de Weber sobre a gênese docampo religioso e das religiões, mesmosem expor explicitamente essa tese nestetexto. Isto aconteceria mais tarde em Uneinterprétation de la théorie de la religionselon Max Weber12. Nesse segundo artigo,Bourdieu apresenta claramente o conceitode campo e, como afirmou posteriormente,O primeiro, quanto ao camporeligioso, desenvolve a tese da retradução,reinterpretação e revalidação dos conteúdosreligiosos em termos de habitus individuaisou grupais, com afinidades eletivas préviase que se desenvolvem de acordo com asestratégias de racionalização do campo dareligião, isto é, as interpretações religiosassão vazadas em formas diretamentede acordo com os habitus grupais dospraticantes e das instituições encarregadasda rotinização do carisma inicial da igreja14.Revista Tempus Actas de Saúde Coletiva 260

No outro texto do período, o autortrabalha as relações entre o campo daprodução erudita, restrito e específico, e ogrande campo da indústria cultural15. Nele sepercebe as tensões entre os dois campos eas formas de que se revestem as lutas pelalegitimação das obras intelectuais vis-à-vis ospoderes temporais.Um campo possui uma autonomiarelativa que varia de acordo com o maiorou menor peso dado às forças internas aocampo como definidoras do que é legítimoou ilegítimo; quanto menos autônomo,mais um campo está sujeito às inferênciasexternas e aos poderes temporais.Por outro lado, esta autonomiaestabelece as condições para uma lutaconcorrencial interna ao campo, realizadapelos integrantes que aceitam a illusio inicial,e que a acatam como, ao mesmo tempo,condição e direito de entrada. Os quepartilham da illusio podem livremente lutarpela legitimidade no campo e pela própriadefinição do que é legítimo.Essa luta concorrencial passa por todauma pletora de estratégias empregadaspelos agentes sociais. Elas estão diretamenteinfluenciadas por aspectos geracionais, poisna cadeia de sucessão de cada campo háuma dinâmica de conservação e mudançacontínua. Isso cria espaço para estratégiasde conservação, levadas a cabo pelos“herdeiros naturais” ou aqueles quenaturalmente, dentro da dominação socialem vigor, têm maior probabilidade de fazervaler seus direitos de assumirem os melhorespostos, à custa de menores esforços ou deesforços equivalentes. Cria também o espaçopara estratégias de subversão, utilizadaspelos que intuem e prevêem, baseados emsuas próprias interpretação das condiçõesobjetivas vigentes no campo e de suaspróprias possibilidades, meios que visam amesmo fim, a “tomada” do poder simbólico,isto é, a consagração da vanguarda, mas pormeio de um adiamento e todo um trabalhode mudança e/ou acumulação do que éconsiderado legítimo. Vale dizer, ambas asestratégias mudam no tempo e se tornamobsoletas desde que os valores internosao campo mudem e as apostas soframrevoluções periódicas.A configuração teórica do conceito decampo remete à dinâmica da regularidadedo social. Um campo traz em si mesmoas condições de sua própria reprodução.Isto inclui os meios de formação de novosintegrantes(escolas,gruposformais,academias, universidades);incluiasinstâncias de consagração, responsáveispela regulação do que é legítimo e o que édesvalorizado, ou seja, os ritos de instituiçãobalizados e consagrados pelas instituições edispositivos do campo, como as premiações,o auxílio e o fomento à pesquisa, osfinanciamentos de novos projetos etc.;inclui as instâncias e os modos de seleçãodos novos integrantes ou postulantes a tal,como os concursos, os sistemas e as regrasde avaliação dos lugares disponíveis aosagentes.O próprio campo simbólico pode sofrergrandes alterações a partir das influênciasde outras ordens sociais, como do poderpolítico, o poder econômico e até mesmoo poder religioso. Bourdieu define o campointelectual em oposição a esses três poderesRevista Tempus Actas de Saúde Coletiva 261

sociais, como uma diferenciação histórica,possível inicialmente dentro das sociedadeseuropéias e graças a uma série de fatoresespecíficos.puro”, vazado no prestígio interpares, devisada internacional, baseado na capacidadecriativa e de inovação propriamente internaà ciência.Essa abordagem assemelha-se emmuitos pontos a maneira usada por Mertonpara perscrutar as origens da ciência e a suarel

campos - intelectual, político e outros – não são longamente analisadas e não se pode ainda sistematizar uma teoria geral dos campos11. Bourdieu delimita espaços sociais específicos nos quais o produto do trabalho de um intelectual encontra pessoas capazes de compreender esse resultado artístico em seus próprios termos, e só neles.

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