ESCHER E O ENSINO DE GEOMETRIA EM AULAS DE

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ESCHER E O ENSINO DE GEOMETRIA EM AULAS DEMATEMÁTICALuiz Henrique Ferraz Pereira1ResumoEnsinar geometria exige do professor uma busca constante de alternativasmetodológicas que possam auxiliar o aluno a desenvolver habilidades que possam lheauxiliar na aprendizagem dos conceitos básicos de geometria. Com esta perspectiva emmente foi desenvolvido uma atividades com alunos do terceiro ano do Ensino Médio(16 -17 anos), de uma escola publica, quando do estudo de geometria espacial, onde osmesmos foram desafiados a construírem uma nova leitura dos trabalhos de Escher,tendo como referência figuras planas ou alguns dos sólidos geométricos. Em umprimeiro momento os referidos alunos foram apresentados aos trabalhos de Escher,conheceram um pouco de sua vida e se encantaram com as obras desenvolvidas por eleque, mesmo não sendo matemática, lidou muito bem com formas, noções de espaço,ocupação do bi e tridimensional em suas criações. Num momento seguinte, aos alunos,foi proposto que escolhessem uma de suas obras e buscassem representá-la preservandoa essência do trabalho, mas sendo os objetos de atenção e desenvolvimento da atividadeelementos da geometria plana: triângulos, quadriláteros, hexágonos, pentágonos,polígonos em geral, retas, pontos e demais itens, bem com a possibilidade de trabalharcom figuras espaciais: prismas, cubos, paralelepípedos, pirâmides, cones, esferas edemais elementos entendidos como entes geométricos de três dimensões. O resultadoalçando foi muito positivo, pois além dos alunos terem um envolvimento bastante1 – Professor da Universidade de Passo Fundo

significativo, pois ao desenvolverem suas opções de representação foi necessáriodiscutir e buscar aprimoramento em conceitos geométricos inerentes à suas propostas detrabalhos. Esta busca levou a questionamentos e aprofundamentos que contribuíram, deforma extremamente positiva, para uma pré-disposição a compreender e aprofundarestudos envolvendo os conceitos próprios da geometria espacial estudada em sala deaula.Palavras – chaves: geometria, ensino de matemática, Escher, metodologia.IntroduçãoO trabalho desenvolvido junto a um grupo de alunos de uma escolapública quando do ensino de geometria espacial, ou de forma geral retomado tópicos degeometria plana e também espacial, o que poderíamos considerar como sendo osfundamentos da geometria euclidiana.Tendo como referência a importância da geometria dentro da estrutura damatemática e o quanto aos alunos, de forma geral, é difícil assimilar algumas ideiasbásicas desta é que foi pensado o projeto tentando integrar as concepções geométricaspresentes na obra de Escher e elementos próprios da disciplina em questão.Para tanto os alunos foram divididos em grupos, estudaram comorientação do professor as obras de Escher e fizerem considerações tendo comoreferência os elementos de geometria que estava se estudando em aula. Posteriormenteos mesmos foram desafiados a fazer uma releitura destes trabalhos buscando conceberoutras perspectivas para os mesmos trabalhos, sendo a geometria plana e espacial oreferencial para tais ações.Posteriormente, após a elaboração dos referidos trabalhos, os mesmosforam expostas e se realizou um seminário de integração da atividade, buscandoperceber o alcance da atividade, dificuldades, elementos de natureza geométricospercebidos, relações estabelecidas e tudo mais que os alunos envolvidos pudessemrelatar na intenção de bem relacionar com o conteúdo trabalhado em aula.Sobre a geometria[Digite texto]

Impossível pensar uma sociedade, uma organização de pessoas, emqualquer tempo, cultura ou civilização, onde não ocorram manifestações de cunhofolclórico, de danças, de música. São manifestações culturais necessárias para expressarcomo se pensa, se vê, se crê e se vivência o mundo, para o que usa-se a cor, o som e aforma na intenção de comunicar suas concepções.Através da forma e de edificações espantosamente harmônicas, do pontode vista geométrico, egípcios e maias construíram pirâmides de dimensões e proporçõesaté hoje provocativas: Como foram feitas? Como, sem a tecnologia de nossos dias,construiu-se com tanta precisão e harmonia? São muitas perguntas e poucas respostas,especulações e considerações científicas na intenção de explicar, racionalmente, o quenos fascina através dos sentidos.O que também não dizer de obras menores, mas de beleza e percepçãogeométrica inigualável, como a cerâmica marajoara e os trabalhos de Escher? Sãomanifestações, entre tantas, que enaltecem a capacidade humana de expressar-se pormeio das formas, de estimular a percepção ou determinar com precisão o espaço bi etridimensional que ocupamos.São faces de um dos ramos mais antigos da matemática: a geometria.Seja intencional ou não, a harmonia, ou a falta dela, na ocupação do espaço, das formas,das linhas, dos contornos, ao mesmo tempo em que fascinou diferentes gerações dematemáticos, despertou o interesse sobre suas propriedades, gerando um universo defórmulas, teoremas, corolários e subdivisões, abrigadas sobre o grande véu chamado“geometria”. Talvez isso se dê porque “sem conhecer geometria a leitura interpretativado mundo torna-se incompleta, a comunicação das ideias fica reduzida e a visão daMatemática torna-se distorcida” (LORENZATO, 1995, p. 5).Assim, ao mesmo tempo em que a geometria é portadora de grandespotencialidades, sua aprendizagem desperta preocupação pela sua ineficiência, comobem ilustramos trabalhos de Lindquist e Shulte (1994), Pereira (2002), e Almouloud(2003), ao mostrarem diferentes faces da aprendizagem da matemática e o quanto seapresentam deficitárias.Frente a esta constatação a busca da vinculação com os trabalhos deEscher poderia ser uma forma de tornar o ensino de geometria mais significativo einteressante para alunos, que pela faixa etária em que se encontram 16 – 17 anos, são[Digite texto]

atraídos pelo novo, dinâmico, diferente, como poderia ser classificado os trabalhos deEscher.Sobre EscherEscher, ou Mauritus Cornelis Escher, nasceu na cidade Leeuwarden,Holanda em 1898, faleceu em 1970 e teve toda a sua vida associada às artes gráficas.Não se caracterizou como um aluno brilhante quanto era adolescente, muito menosmanifestou maior interesse pelos estudos. Embora com tal característica, por influênciados pais ingressou na Escola de Belas Artes de Haarlem para estudar arquitetura. Láconhece aquele que seria seu mestre e referência para continuar em sua atividadeposterior junto a arte gráfica, Jesserum de Mesquita.Escher, ao contrário que se pode pensar ao olhar seus trabalhos, nãopossuía maiores conhecimentos em matemática, mas através da experimentação e doestudo sistemático, descobre diferentes grupos de combinações isométricas que deixamum determinado ornamento invariante. Tais descobertas são utilizadas como grandereferência em seus trabalhos, bem como o uso da reflexão é muito utilizada na em suasobras de xilografia.Considerações sobre a atividadeDepois de realizada a experiência acima descrita o saldo de tal iniciativafoi extremamente positivo, uma vez que pelos relados dos alunos envolvidos naatividade, foi extremamente bom realizar o trabalho. Este, além de proporcionar umconhecimento sobre as obras de Escher, que a maioria desconhecia, também foiimportante para um aprimoramento e refinamento das ideias básicas de geometria, umavez que na intenção de compreender como Escher construiu suas obras, se fazianecessário ter um olhar mais atento, perceber minúcias, notar impossibilidades quesomente um desenho com focos de desenho em perspectiva diferentes poderiam criar.[Digite texto]

A releitura das obras de Escher foi um exercício que excedeu os limitesda própria disciplina, uma vez que a grande maioria dos grupos buscou saber sobre oautor em questão, pesquisava suas obras, buscaram fotos, textos e elementos que melhorpudessem elucidar como Escher construía seus desenho, de onde vinha sua inspiração eprincipalmente criar um senso de estética admirado até hoje.ReferênciasAlmouloud, S. A. Registros de representação semiótica e compreensão de conceitosgeométricos. Aprendizagem em matemática. Registros de representação semiótica.Campinas: Papirus, 2003.Atalay, B. A matemática e a Mona Lisa. Tradução: Vilela, M. São Paulo: Mercuryo,2007.Crowley, M. L. O modelo Van Hiele de desenvolvimento do pensamento geométrico.In: Shulte, AL P., Lidquist, M. M. (1994). Aprendendo e ensinando geometria.Tradução: Domingues, H. São Paulo: Atual, 1994. p. 1 – 20.Der Meer, R. V., Gardener, B. Carpeta de matemáticas. Barcelona: Ediciones Destino,1995.Lorenzato, S. Por que não ensinar geometria. A educação matemática em revista, 3,1995, p. 2 – 12.Lindquist, M. M, Shulte, A. PAprendendo e ensinando geometria. São Paulo: Atual,1994.Pereira, L.H.F. Teorema de Pitágoras. Lembranças e desencontros na matemática. PassoFundo: UPF, 2002.The Matehmatical Art of M.C. Escher. Acessado em 13 de março de 2011, Digite texto]

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pública quando do ensino de geometria espacial, ou de forma geral retomado tópicos de geometria plana e também espacial, o que poderíamos considerar como sendo os fundamentos da geometria euclidiana. Tendo como referência a importância da geometria dentro da estrutura da matemática e o quanto aos aluno

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to nose, and r bats meet head to head. The pattern of Figure 1 is specified by (4,4,4) in this notation. Escher's Notebook Drawing Number 85 would be assigned (3,3,3). Figure 5 shows a (5,4,3) pattern. Figure 5: A (5,4,3) “three element” pattern. Shortly after Escher finished Notebook

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