COLEÇÃO DAS OBRAS DE NELSON RODRIGUES

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COLEÇÃO DAS OBRAS DE NELSON RODRIGUESCoordenação de Ruy Castro1. O casamento (romance)2. A vida como ela é. O homem fiel e outros contos3. O óbvio ululante: primeiras confissões (crônicas)4. À sombra das chuteiras imortais (crônicas de futebol)5. A coroa de orquídeas e outros contos de A vida como ela é.http://groups.google.com/group/digitalsourceA edição das obras de Nelson Rodriguesconta com o apoio da Unicamp

NELSON RODRIGUESO ÓBVIO ULULANTEPRIMEIRAS CONFISSÕESCrônicasSeleção:RUY CASTRO4ª reimpressão

Copyright 1993 by espólio deNelson Falcão RodriguesCapa:João Baptista da Costa AguiarRevisão:Lucíola Silveira de MoraisCarmen S. da CostaAgradecemos a Christina Konder e a Maria Célia Fraga,do Departamento de Pesquisa de O Globo,e a Felipe Daudt de Oliveira por colaborarna reunião do material que resultouneste livroDados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)Rodrigues, Nelson, 1912-1980.O óbvio ululante : primeiras confissões crônicas : /Nelson Rodrigues ; seleção Ruy Castro. — São Paulo :Companhia das Letras, 1993.ISBN 85-7164-294-X1. Crônicas brasileiras I. Castro, Ruy, 1948 — II.Título.93-0247CDD-869.935Índices para catálogo sistemático:1. Crônicas : Século 20 : Literatura brasileira 869.9352. Século 20 : Crônicas : Literatura brasileira 869.9351994Todos os direitos desta edição reservados àEDITORA SCHWARCZ LTDA.Rua Tupi, 52201233-000 — São Paulo — SPTelefone: (011) 826-1822Fax: (011)826-5523

Àminha mulherLúciapara sempre

ÍNDICEQUASE UM NOVO “ÓBVIO” — RUY CASTRO. 12ERA BONITO SER HISTÉRICA . 13PIRÂMIDES E BISCOITOS . 17REZE MENOS POR MIM . 21NENHUM VENTO PODE APAGAR . 25O GRANDE HOMEM . 28A GRANDE DOR NÃO SE ASSOA . 31UM MENINO DE PAIXÕES DE ÓPERA . 34LILI ARDEU COMO UMA ESTRELA . 37UMA BANANA COMO MERENDA . 40DUAS MÃOS POSTAS. 44ONDE ESTÃO OS NEGROS?. 47“NEGRO BURRO!” . 50A VIRGEM SONHAVA NO JARDIM. 53AMOR PARA ALÉM DA VIDA E DA MORTE. 57A VÍTIMA OBRIGATÓRIA. 60SEM AMAR, NEM ODIAR . 64APELO DE UMA FÉ PERDIDA. 67A EUFORIA DE UM ANJO . 70SER PARA SEMPRE FIEL. 73A ÚLTIMA “MULHER FATAL” . 76MORRER COM O SER AMADO. 79ASSIM É UM LÍDER . 83AMORAL COMO UM BICHINHO DE AVENCA . 87O SEPTUAGENÁRIO NATO . 90OS JOVENS SEM AMOR . 93O LEQUE FOI UM MOMENTO. 96O “JOVEM” MONSTRO . 99AMA-SE, TRAI-SE, MATA-SE “PRA FRENTE”. 102O MEDO DE PARECER IDIOTA . 105DEZOITO QUILÔMETROS DE MULHER NUA . 109O ANTI-BRASIL. 113

HAMLET NOS BATE A CARTEIRA. 116A FOME DO NORDESTE. 120A ESTRELA DO ATROPELADO . 124UMA PAISAGEM SEM INGLESES . 127O BRASIL KARAMAZOV . 130SEM MEDO DO CONSELHEIRO ACÁCIO . 133NINGUÉM PODE SABER QUE VOCÊ AMA . 137OS QUE ESQUECEM ANTES DE AMAR. 140SÓ OS IDIOTAS RESPEITAM SHAKESPEARE. 143ROBINSON CRUSOÉ SEM RADINHO DE PILHA . 146INTEGRAR PARA NÃO ENTREGAR. 149A VIUVEZ DE SARONG. 153O ÓDIO AO FATO E À PALAVRA. 156UM CORÇÃO JAMAIS SUSPEITADO . 160JOVENS IMBECILIZADOS PELOS VELHOS. 163O ÚNICO NEGRO DO BRASIL. 167MUITO VELHO PARA ANDAR DE QUATRO . 170A MISSA CÔMICA. 174COAÇÃO À LUZ DE ARCHOTES . 177CADÁVER DE PRETO. 181BIS, COMO NA ÓPERA . 184OS IDIOTAS SEM MODÉSTIA. 188OS FALSOS CRETINOS. 191“O VERDADEIRO CRISTO É MARX!”. 194A FEIA SOLIDÃO . 197SÓ O ÓDIO CONSTRÓI . 200O ESPÍRITO MORTO . 203O TRANSLÚCIDO CANALHA . 206OS INTELECTUAIS CORAJOSOS . 209ATOR EM BUSCA DE PLATÉIA . 212A VÍTIMA SALUBÉRRIMA. 215O HOMEM FATAL . 218O PIOR CEGO. 222LÍDER DA PRÓPRIA NAMORADA . 225O CULTO DA IMATURIDADE . 228

O GRANDE COMÍCIO. 231MARIDOS JOVENS E VELHOS. 235O DESTINO DE SER TRAÍDA. 239ÓDIO AO HERÓI. 242O BERRO DE: — “FOGO!”. 245O HERÓI SEM RISCO . 248OITENTA MILHÕES DE VENDIDOS . 251UM MUNDO DE CANALHAS . 254UM DESERTO ENTRE OS AMIGOS . 257A SOLIDÃO DO LÍDER . 260A HERÓICA RESISTÊNCIA. 264SAPOS E PIRILAMPOS ULULANTES. 267O ENTERRO FLUVIAL . 270O CEGUINHO DA RUA DO OUVIDOR. 273

CONTRA CAPAAs passeatas, o “Poder jovem”, a esquerda festiva, os festivais dacanção, a agressão ao elenco de Roda viva, a pregação da violência, o Vietnã,Sartre, Mao Tsé-tung, d. Hélder — eis aqui, em O óbvio ululante, um fabulosopainel de 1968 pela ótica única de Nelson Rodrigues.O óbvio ululante é uma seleção de suas “Confissões”, crônicaspublicadas no jornal O Globo naquele ano. Dia após dia, escrevendo naredação, ao som das ruas, Nelson descreveu o que parecia ser uma tentativade virar o mundo de pernas para o ar — e sintetizou tudo aquilo numa prosaque, hoje, espanta pela coragem, deboche e perenidade de suas observações.O que, em Nelson, tanto irritava na época os “politicamente corretos”,pode ser visto agora pelo que realmente era: a profecia do “anti-Brasil” queele tanto temia e que se instalou entre nós.Seleção de Ruy CastroORELHAS DO LIVRONelson Rodrigues é, provavelmente, o maior teatrólogo brasileiro detodos os tempos. Mas não é só isso. O óbvio ululante — coletânea de suas“Confissões”, crônicas publicadas em O Globo no ano marcante de 1968 —volta a evidenciar que ele está entre os nossos grandes prosadores. Semdúvida, o mais original na utilização direta do idioma vivido e vivido.Insuperável no adjetivo. O adjetivo imediatamente expressivo de“com as mandíbulas trêmulas, uma salivação efervescente”. Ou, então,lexicalizado pela metáfora: “Um sol de rachar catedrais” ou “Fazia um mautempo de quinto ato do Rigoleto”. Há também o diálogo, seco, pitoresco,funcional, como no seu teatro. E o uso do coloquial modulando o à-vontadeno bate-papo com o leitor: “Não sei bem por que estou dizendo isto. Agorame lembro” ou “Mas como eu ia dizendo”.Os seus personagens são ferramentas de uma filosofia bem pessoal.Podem ser os “irmãos íntimos”, gente da vida real ou aqueles de ficção, asimbolizar a generalização icônica de um defeito, qualidade ou postura. Aíestão a “vizinha gorda e patusca”; “Palhares, o canalha”; o “débil mental de

babar na gravata”; o “falso cretino”.Enfim, a frase. Polida, polêmica — era lapidar a intuição conceitual deNelson: “A televisão matou a janela”; “Acho lêndea um nome bonito comose fosse de madre-pérola”; “O homem começou a ser homem depois dosinstintos e contra os instintos”; “O menino está enterrado no adulto comoum sapo de macumba”; “É melhor ser esbofeteado do que esbofetear”. E elepodia ser profético, como nesta frase de janeiro de 1968: “Enquanto aesquerda que aí está não for substituída até o último idiota, não vaiacontecer nada”.Apesar de dizer que “o ser humano é o único que se falsifica” — e atépor isso mesmo —, Nelson, em O óbvio ululante, se revela como o incorrigívelhumanista.José Lino GrünewaldNelson Rodrigues nasceu no Recife, PE, em 1912,e morreu no Rio, em 1980. Sua obra teatral já estáconsagrada, mas o grosso de sua produção,publicado originariamente em jornais, é domesmo nível. A Companhia das Letras estápublicando a obra completa de Nelson. Já saíramO casamento (romance), A vida como ela é. — Ohomem fiel e outros contos e este O óbvio ançamento: A sombra das chuteiras imortais(crônicas esportivas). A editora lançou também O anjo pornográfico: a vida deNelson Rodrigues, por Ruy Castro.

QUASE UM NOVO “ÓBVIO”Esta edição de O óbvio ululante difere ligeiramente — para melhor —da edição original lançada em outubro de 1968 pela extinta Eldorado. Operíodo do material é o mesmo (uma seleção das “Confissões” que Nelsonpublicou em O Globo entre novembro de 1967 e agosto de 1968), mas ascrônicas agora seguem a ordem de publicação no jornal. A obediência àcronologia era indispensável porque não raro Nelson martelava o mesmoassunto em crônicas seguidas, até esgotá-lo. Fora da ordem (como na ediçãooriginal), elas pareciam apenas repetitivas; aqui, passam a fazer sentidoentre si. E, através das datas (inexistentes na edição original), o leitor poderáagora constatar como Nelson estava produzindo literatura duradoura aocalor deste ou daquele acontecimento.Vinte das oitenta crônicas da edição original foram eliminadas porredundantes e substituídas por outras vinte em que Nelson explorou melhoro assunto ou descortinou um novo ângulo. Alguns títulos de crônicas(originariamente de cunho apenas jornalístico) foram simplificados oualterados, sempre de acordo com as palavras ou a idéia do autor. Nenhumsacrilégio nisto, sabendo-se que, nas ausências ou doenças de Nelson, ojornal republicava crônicas antigas com títulos diferentes, confundindo oleitor. Espera-se que estes se tornem os títulos definitivos — e esta a ediçãodefinitiva de O óbvio ululante.R.C.

ERA BONITO SER HISTÉRICA“Beijarei o punhal que matar Pinheiro Machado” — soluçou o orador.E, realmente, enfiou a mão no colete, ou cinto, e de lá arrancou, com ágilferocidade, o punhal homicida. Logo, à vista de todos, beijou, chorando, opunhal. As lágrimas deslizavam pela face cava. E o orador, prolongando oefeito cênico, ainda ficou, por algum tempo, com o punhal erguido eprofético. Um uivo unânime subiu das entranhas do silêncio. O comício veioabaixo. Sujeitos atiravam para o ar os chapéus de palha.Mas resta de pé a pergunta: — Por que exatamente o punhal? Por queo ódio havia de ter a forma esguia e diáfana do punhal? 1915. Era o Brasil dofraque e do espartilho. Nas salas de visitas, havia sempre uma escarradeirade louça, com flores desenhadas em relevo. Eu tinha meus três anos e estavaem Pernambuco. Três anos. Aos três anos, o sujeito começa a inventar omundo. Minha família morava na praia. E eu começava a inventar o mundo.Primeiro, foi o mar. Não, não. Primeiro, inventei o caju selvagem e a pitangabrava.Para os meus três anos, o mar, antes de ser paisagem, foi cheiro. Nãoera concha, nem espuma. Cheiro. Meu pai, antes de ser figura, gesto, bengalaou pura palavra, também foi cheiro. Ninguém tinha nome na minhaprimeira infância. A estrela-do-mar não se chamava estrela, nem o mar eramar. Só quando cheguei ao Rio, em 1916, é que tudo deixou de sermaravilhosamente anônimo.Eis o que eu queria dizer — o primeiro nome que ouvi foi o dePinheiro Machado. Alguém se chamava Pinheiro Machado. A princípio, elenão foi um destino, um perfil, um fraque, mas tão-somente um nome. Umnome solto no ar, quase um brinquedo auditivo. Eu não inventara ainda amorte, não inventara ainda o punhal, nem a palavra “defunto”.Escrevi, não sei onde, que foi um suicida que me revelara a morte e

me ensinara a morrer. Engano, engano. Foi Pinheiro Machado. Sim, PinheiroMachado. E, súbito, eu aprendia que o homem morre e que o homem mata.Ainda hoje, e até nas minhas crônicas esportivas, falo muito, com umaconstância obsessiva, no assassinato de Pinheiro Machado. Uns acham graçae ninguém entende a insistência cruel. Ah, eu teria de explicar que há, emqualquer infância, uma antologia de mortos; e, para o menino que fui,Pinheiro Machado é um desses mortos fundamentais.Mas repito a pergunta: — Por que havia de ser o punhal? PinheiroMachado podia ser assassinado a tiro, a bala. Pouco antes, um jornalista foraassassinado em Pernambuco. Chamava-se Trajano Chacon. Três ou quatro sejuntaram e o mataram, a cano de chumbo. Não faca, punhal ou revólver. Nocaso de Pinheiro Machado, quero crer que o punhal convinha mais àretórica. Na época do soneto, era mais parnasiano. O orador podia tirar opunhal, beijá-lo, quase lambê-lo.Muitos e muitos anos depois, me vejo subindo a escadaria daBiblioteca Nacional. Estou crispado como o criminoso que vai reler a notíciado próprio crime. Lá dentro, peço a coleção do Correio da Manhã de 1915.Dou o mês do assassinato. Não me lembro se é permitido fumar na sala deleitura; em caso afirmativo, tiro um cigarro e o acendo (guardo o palito naprópria caixa). Enquanto não vem a coleção, começo a tecer uma pequenafantasia homicida. Não é mais o Manso de Paiva, mas eu que me escondoatrás de uma coluna. Entra Pinheiro Machado, de fraque. Os rapapés oenvolvem: — “Senador! Senador!”. É agora. Corro e mato PinheiroMachado. Sou assassino. Em seguida, imagino a experiência inversa, devítima. A dor fulminante da punhalada. Não tenho tempo nem para oespanto, nem para o grito.O funcionário trouxe a coleção. Começo a ficar tenso. Encontro aedição do crime. Primeiro, passo os olhos no dia, mês e ano (sou umfascinado pelas datas dos velhos jornais e dos velhos túmulos). A mancheterasga as suas oito colunas: —ASSASSINADOoGENERAL PINHEIRO MACHADO!Ao bater estas notas, sinto o abismo entre as duas manchetes: — a dePinheiro Machado era um berro gráfico, um uivo impresso; a de Kennedy,estupidamente impessoal, crassamente informativa. Ah, as manchetes dehoje não se espantam, nem se desgrenham, nem reconhecem a catástrofe.O Correio da Manhã conta tudo. Estou vendo Pinheiro Machado, de

fraque, chegando ao Hotel dos Estrangeiros. Lá está o seu lindo perfil demoeda. Vinha falar com dois políticos de São Paulo. Era um voluptuoso, umlúbrico do Poder. Sua conquista política era um jogo amoroso. O olho ficavamais doce, lascivo, translúcido. Amorosamente, Pinheiro Machado abriu osbraços, enlaçando os dois políticos. E assim, entre um e outro, caminha ogeneral, muito olhado. Claro que todos se voltavam para ver o homem que,segundo os comícios e os jornais, era o autor de todos os presidentes.Pouco antes, chegava da Europa Irineu Machado, um dos grandestribunos da época. Era homem de falar dez horas sem parar (antigamente,tínhamos mais oradores do que hoje camelôs de caneta-tinteiro). E IrineuMachado disse, em comício: — “Matar Pinheiro Machado não é serassassino. É ser caçador”. Ele não estava improvisando nada. A frase foracriada, recriada, até chegar à sua forma exata, inapelável e assassina.Era apenas uma frase. Mas aí é que está: — nada se fazia então semfrase. Para tudo era preciso uma frase. Repito: — uma frase tanto fazia umaadúltera como um ministro. E aquilo que Irineu Machado berrara foi de umaprodigiosa eficácia homicida. Caçar Pinheiro Machado, simplesmente caçar.Manso de Paiva estava ouvindo. E se não fosse Manso de Paiva seria outroManso de Paiva. Até as senhoras eram Mansos de Paiva. A punhalada

por isso mesmo —, Nelson, em O óbvio ululante, se revela como o incorrigível humanista. José Lino Grünewald Nelson Rodrigues nasceu no Recife, PE, em 1912, e morreu no Rio, em 1980. Sua obra teatral já está consagrada, mas

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