Casas Do Patrimônio

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Casas doPatrimônioIMAGENSIPHAN

CréditosPresidenta da República do BrasilDilma RousseffMinistra de Estado da CulturaAna de HollandaPresidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico NacionalLuiz Fernando de AlmeidaDiretoria do IphanAndrey Rosenthal SchleeCélia Maria CorsinoCláudio Marques (interino)Maria Emília Nascimento SantosCoordenação editorialSylvia Maria BragaEdiçãoCaroline SoudantRevisãoGilka LemosDesign gráficoCristiane Dias / Pablo de Regino / Ronald NeriDiagramação e edição de imagensRonald NeriPesquisa iconográfica e organizaçãoMarco Antônio GalvãoFotosArquivo Central do Iphan/RJ, Bento Viana, Marco Antônio Galvão, Ronald Neri, Sylvia BragaIlustraçõesL. Rosa, Percy Lau e Tom MaiaImagens obtidas no Arquivo Central Iphan/RJ e nas seguintes pubicações:CARRAZZONI, Maria Elisa. Guia dos Bens Tombados do Brasil. RJ. Expressão e Cultura, 1987.MACHADO FILHO, Aires da Matta. Arraial do Tijuco Cidade de Diamantina. SP. Edusp, 1980.REIS FILHO, Nestor Goulart. Guia dos Bens Tombados de São Paulo. RJ. Expod, 1982.www.iphan.gov.br www.cultura.gov.brC335Casas do Patrimônio / Organizado por Marco Antônio Pereira Galvão.– Brasília, DF : Iphan, 2010.96 p. : il. color. ; 27 cm. (Imagens ; 7).ISBN : 978-85-7334-172-01. Educação Patrimonial. 2. Casas do Patrimônio. I. Título. II. Coleção.CDD 370.115

Casas doPatrimônioIMAGENSIPHAN

Sede do Iphan em São Paulo/SP.

CasasdoP at r i m ô n i oSumárioApresentação . 07Região NorteAmazonasManaus . 12ParáBelém . 14TocantinsNatividade . 16Região NordesteBahiaCachoeira . 17Salvador . 22MaranhãoSão Luís . 27PernambucoRecife . 28SergipeAracaju . 30São Cristóvão . 32Região Centro-OesteGoiásCidade de Goiás . 34Pilar de Goiás . 35Pirenópolis . 37Região SudesteMinas GeraisBelo Horizonte . 42Diamantina . 45Ouro Preto . 52São João del-Rei . 56Serro . 58Tiradentes . 60Rio de JaneiroParati . 62Petrópolis . 64Rio de Janeiro . 66São PauloCotia . 74Santos . 80São José do Barreiro . 82São Paulo . 84São Roque . 88Região SulParanáCuritiba . 92Rio Grande do SulPorto Alegre . 94Mato Grosso do SulCampo Grande . 39Corumbá . 405

Solar Berquó, Salvador/BA.

CasasdoP at r i m ô n i oA p r esen ta ç ã oEm 30 de novembro de 1937, foi promulgado o Decreto-Lei no 25para organizar a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional,conforme plano elaborado por Mario de Andrade.Anos mais tarde, em 1944, o próprio Mario de Andrade doaria ao Serviçodo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional o Sítio Santo Antônio, emSão Roque, uma das primeiras propriedades de interesse histórico doIphan. Doação antecedida apenas por outras três de grande importância:a da Casa da Baronesa, em Ouro Preto, por Antônio Teixeira de SouzaMagalhães, em 1941; a do Sítio Padre Inácio, no atual município deCotia, feita por Rivadávia Mendonça, em 1945. Recente pesquisa emnosso Arquivo Central identificou como a mais antiga doação de imóvelao Iphan a da sede do atual Museu da Inconfidência, em Ouro Preto, em28 de setembro de 1939. Em 1962, é a vez do Sítio do Mandu, tambémem Cotia, doado pelo arquiteto Eduardo Kneese de Mello.Desse modo, ao longo de seus 75 anos, o Iphan veio adquirindo comrecursos próprios ou por doação uma série de edificações que hojese estende por todo o território nacional. Algumas serviram comocenário de episódios importantes de nossa história. Todas, entretanto,em maior ou menor escala, representam fragmentos da arte e daarquitetura nacionais, bem como da própria história da preservação noBrasil e serão objeto deste livro, cujo primeiro volume temos o prazerde apresentar.7

Hoje, grande parte desses belos edifícios acolhe as SuperintendênciasEstaduais e Escritórios Técnicos do Iphan, muitos dos quaistransformados em Casas do Patrimônio, que funcionam comopontos de intercâmbio e diálogo entre o Instituto e a sociedade. Alise apresentam exposições e se desenvolvem atividades, oficinas ecursos, sempre relacionados aos temas da preservação patrimonial evalorização da cultura.O conjunto dessas edificações – que reúne tanto exemplares daarquitetura vernacular quanto da mais erudita, das casas de madeirade Antônio Prado e Curitiba a outras grandiosas como o Solar Berquó,em Salvador ou a sede da Avenida Rio Branco no Rio de Janeiro –também reflete o esforço do Iphan em sua luta pela preservação dopatrimônio cultural do Brasil.Nas palavras de Ângelo Oswaldo, ex-Secretário da SPHAN e atual prefeitode Ouro Preto, são “manifestações diferenciadas do Patrimônio Nacionala acentuar a visão pluralista de que nos valemos para interpretar aquiloque emerge, em transparente leitura, como exemplo de criatividade dopovo brasileiro e expressão notável de nossa riqueza cultural”.Luiz Fernando de AlmeidaPresidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico NacionalNovembro 20118

CasasdoP at r i m ô n i oSítio do Padre Inácio, São Paulo/SP.Ilustração de L. Rosa, 1981.9

Painel de azulejos de Portinari no Palácio Gustavo Capanema, Rio de Janeiro/RJ.

M ana u s /AMCasa do Patrimônio em ManausSede do Iphan no AmazonasTrav. Dr. Vivaldo Lima, 13Manaus/AMLocalização: Centro Histórico.Tombamento: Federal, Proc. 1192-T86, Inscrição 589, Livro das Belas Artes,14/10/1987.Histórico: Durante a fase áurea da borracha,1890 a 1910, Manaus viveu um períodode luxo e riqueza, quando um plano demonumentalização da cidade foi traçadopelo engenheiro militar Eduardo Ribeiro,governador do estado. A construção doTeatro Amazonas e do Palácio da Justiçafazem parte desse projeto, apesar de teremsido inaugurados no governo seguinte.Eduardo Ribeiro também foi o responsávelpela ampliação e abertura de ruas e avenidase outras benfeitorias. Nessa época, Manausdispunha de praças e jardins bem cuidados,além das comodidades reservadas às grandescapitais mundiais, como eletricidade,telefonia, água encanada e serviço detransporte coletivo de bondes elétricos.Com o fim do domínio do mercado mundialda borracha devido à concorrência dospaíses asiáticos, a cidade ficou relegada aoabandono e ao ostracismo econômico quesó teve fim com a implantação da ZonaFranca de Manaus, em 1967. No períodoentre 1890 e 1920, a cidade se transformou:os 20 mil habitantes em 1889 forammultiplicados para 65 mil, em 1910, gozandode uma prosperidade total, desconhecidaaté mesmo no sul do país. Grandes obraspúblicas foram iniciadas, aterros, rede deesgotos, canalizações de água, construçõesde pontes sobre os vários igarapés quecortam a cidade, aberturas das novasvias públicas. Além disso, surgiram váriasconstruções imponentes e históricas, entreas quais o luxuoso Teatro Amazonas, retrato12

CasasdoP at r i m ô n i ovivo da opulência que a cidade vivianaquela época. O porto de Manaus,com sua ponte flutuante em formade T, é conhecido como Roadway,denominação deixada pelos ingleses.Essa ponte tem aproximadamente200m de comprimento e cercade 20m de largura, apresentandopasseios laterais para uso de pedestrese uma pista central para veículos.Durante a década de 70 do séculoXX, essa ponte foi avariada por umagrande embarcação, mas ao serrecuperada perdeu sua característicaoriginal, tornando-se fixa sobre pilaresde concreto. Todo esse conjuntoflutuante, assim como os prédiosonde funcionava a administração doporto, foi tombado como patrimôniohistórico nacional.13

B el é m /PACasa do Patrimônio em BelémSede do Iphan no ParáAv. Gov. Jose Malcher, 563NazaréBelém/PALocalização: Centro Histórico.Tombamento: Federal, Proc. 1026-T-80,Inscrição 565, Livro das Belas Artes, 28/03/1985.Características construtivas: O imóvel integrao Conjunto Arquitetônico da AvenidaMalcher, sendo composto de onze imóveisde características ecléticas evidenciadas naplatibanda que coroa a fachada, nos gradisde ferro decorado e também na implantaçãodo edifício no lote. A edificação de trêspavimentos possui porão habitável, onde seconcentravam as atividades relacionadas aosserviços domésticos; primeiro pavimento quese destinava ao convívio social; e segundopavimento, que era reservado ao setor íntimoda casa, com cinco dormitórios. Quantoà volumetria, esta revela uma linguagemarquitetônica eclética com elementos doneoclássico, própria da transição entre osséculos XIX e XX e do período conhecidocomo a Belle-Èpoque da Amazônia.Histórico: A edificação construída com fimresidencial, presumidamente no final do séculoXIX, pertenceu durante décadas à família deIbiapina Marques da Silva Lamarão. Mas serviuanteriormente como residência do governadorJoão Coelho. Desde 1990 abrigando aSuperintendência do Iphan no Pará, antes dissoo imóvel passou por diversas intervenções eusos, tais como escola de inglês e pensão. Paraa obra de restauração e adequação foi realizadolevantamento das diversas intervenções sofridaspelo edifício. Entre as diretrizes adotadas paraa restauração, ficou estabelecida a intenção dedeixar perceptível a leitura das alterações dopartido arquitetônico, sobretudo da residência,bem como das intervenções contemporâneas.14

CasasdoP at r i m ô n i oA atual sede do Iphan em Belém constituiespaço cultural conhecido como Canto doPatrimônio. Está equipado com auditório, lojade produtos culturais, galeria de arte, livrariae área externa com tratamento paisagístico,oferecendo um rico espaço de interação.15

N at i v i d a d e /TOCasa do Patrimônio em NatividadeEscritório Técnico do IphanRua Coronel Deocleciano Nunes,141Natividade/TOLocalização: Centro Histórico.Tombamento: Federal, Proc. 1117-T-84 –Inscrição 519, Livro Histórico, 16/10/1987.Características construtivas: As edificaçõesda arquitetura civil em Natividade pautam-sepela simplicidade de soluções arquitetônicasainda que constituam harmonioso conjunto.A casa do Iphan não se diferencia nassoluções construtivas. Estrutura de madeira efechamentos em adobe. Fundações em pedracanga. Telhado em telhas coloniais sem forro.Piso tabuado na sala e ladrilho hidráulicoe mazanella nos demais cômodos. Nafachada para a rua, interessantes elementosdecorativos em argamassa.Histórico: Não foram identificados registroshistóricos desta edificação. Sabe-se apenasque pertenceu à família de Mestre Lídio,maranhense que, passando por PortoNacional, acabou fixando-se em Natividade.Mestre Lídio era músico, tocava sax e clarinetae a banda local hoje tem seu nome: “MestreLídio”. A casa foi reformada por ele nadécada de 1940. Tendo falecido em marçode 1973, o imóvel passou a pertencer a suasegunda esposa, Alzira, que, por sua vez, vema falecer em 2000. Em 2004, seus filhos entãovendem o imóvel ao Iphan que ali instala seuEscritório Tecnico.16

CasasdoP at r i m ô n i oCasa do Patrimônio em CachoeiraEscritório Técnico do IphanImóvel à Rua Benjamin Constant, 17Cachoeira/BALocalização: Centro Histórico.Tombamento: Federal, Proc. 244-T-43,Inscrição 287-A, Livro das Belas Artes, fl. 61,16/09/1943.Características construtivas: A casa, comfachada térrea voltada para Rua Benjamin,revela interessante adaptação ao terrenoem acentuado declive. A fachada posteriorcom dois pavimentos é voltada para aencosta. Da varanda do pavimento superior,de guarda-corpo treliçado, se descortinauma bela vista da cidade, do rio Paraguaçue da cidade vizinha, São Félix. Telhado dequatro águas cobrindo corpo principalretangular e acréscimos com prolongamentodos beirais, totalizando área de 412,45m².A peculiaridade do edifício fica por contade uma ala lateral independente, para osserviços, construída sob o puxado de uma daságuas do telhado. Possui envazaduras simplese porta de entrada encimada por adorno emestuque. Sua construção parece ter-se dadoem diferentes momentos, com partes doedifício em pedra e cal e outrosem pau-a-pique.Histórico: É desconhecida a data de construçãodeste edifício, mas sua tipologia parece indicaro período de transição entre os séculos XVIIIe XIX. Inexistem registros documentais sobrea situação fundiária e sobre os nomes dosproprietários do imóvel no século XIX. Sabe-seque Cazuzinha, grande músico cachoeirano,residiu na casa no início do século XX. José deSouza Aragão foi seu proprietário entre 1900 e1907. Posteriormente, pertenceu a FrancelinoMotta, membro da tradicional família detabeliães de Cachoeira. Em 1959, o Iphanrealizou as primeiras obras de estabilizaçãono imóvel tombado em 1943, por solicitaçãodo proprietário.17

C ac h o ei r a /BAEm 1966, o Iphan adquiriu o imóvel. Em1982, através de convênio entre o Iphan, aUniversidade Federal da Bahia e o Governo doEstado da Bahia foi estabelecida a instalaçãono imóvel do Arquivo Público Municipal.Ilustração de Percy Lau.18

C asasdoP at r im ô ni o19

C ac h o ei r a /BACasa Histórica em CachoeiraCasa do Patrimônio em CachoeiraPraça da Aclamação, n 4Cachoeira/BALocalização: Centro Histórico.Tombamento: Federal, Proc. 204-T-41,Inscrição 164, Livro Histórico, fl. 27,18/03/1941.Características construtivas: Sobradomonumental de dois pavimentos e sobreloja.Apresenta planta quadrada com um apêndicede serviços perfazendo área de 1.060m².Fachada principal enquadrada por cunhaisde cantaria e robusta cornija. Telhado deduas águas, apoiado em grossas paredes ebeiral em cimalha. A portada com volutas,as bacias dos balcões do andar superior eas cercaduras das aberturas são em pedrade lioz. As portas e janelas de madeira sãoalmofadadas. Escadaria em pedra dá acessoao andar nobre, originariamente residencial;escada de madeira no pátio interno dá acessoao avarandado com guarda-corpo treliçado.Merecem destaque os forros em caixotõespintados nos salões do andar superior equatro armários embutidos decorados.Histórico: A data de construção do sobrado,considerado o mais belo exemplar daarquitetura civil de Cachoeira, é desconhecida.Consta ter sido edificado pelos Carmelitasno início do século XVIII. Inscrição no cunhalesquerdo registra a data de 1723 como dataprovável do término da construção. Foiresidência do Barão de Cabo Frio, Luís daCunha Moreira, proprietário de parte donotável acervo de móveis dos séculos XVIIIe XIX, exposto nos espaços destinados aoMuseu Regional. No século XX, o sobradoteve diversos proprietários. Em 1962, o Iphandeu início às obras de restauração do imóvelque, em 1966, foi transformado em Museu.Posteriormente, passou a abrigar também oescritório técnico do Instituto.20

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S alv a d o r /BASolar BerquóCasa do Patrimônio em SalvadorSede do Iphan na BahiaRua Visconde de Itaparica, 8Salvador/BALocalização: Centro Histórico - Pelourinho.Tombamento: Federal, Proc. 119-T-38,Inscrição 107, Livro das Belas Artes, fl. 19,11/06/1938.Características construtivas: Casa construídaem alvenaria de pedra e cal, em grandeterreno, com acesso também pela Ladeira deSão Francisco. O solar Berquó é um dos maisrepresentativos exemplares de casa nobredos séculos XVII e XVIII. Apresenta plantaquase quadrada, pátio interno, subsolo edois pavimentos. No corredor do primeiropavimento possui belo painel de azulejos doséculo XVII. Belas esquadrias com balcões eportal de pedra voltados para a rua, portasalmofadadas e tetos agamelados.Histórico: Possui sobre a portada principala data de 1691, indicando provavelmenteo ano de sua construção ou de seu início.Pertenceu a José Alves Lima que em 1693contrai empréstimo para realizar benefíciosem sobrados de sua propriedade, incluídoo atual Solar. A partir de 1760, ao passar aser residência do Ministro Francisco AntônioBerquó, o solar incorporou o seu nome.Utilizado como quartel durante as guerraspela Independência, ali faleceu o CoronelFelizberto Gomes Caldeira, assassinadodurante rebelião de tropas, em 1824.Posteriormente, foi sede do tradicionalColégio São Salvador por quase 100 anos.Em 1980, o solar quase em ruínas foitransferido pela família Tourinho para aprefeitura de Salvador. De 1982 a 1988, oIphan já como proprietário do imóvel realizouextensa obra de restauração. Atualmenteabriga a sede do Iphan/BA e a Casa doPatrimônio em Salvador.22

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S alv a d o r /BACasa dos Sete CandeeirosCasa do Patrimônio em SalvadorEscritório Técnico do IphanRua São Francisco, 32Salvador/BALocalização: Centro HistóricoTombamento: Federal, Proc. 000-T-48,Inscrição 119, Livro das Belas Artes, fl. 21,14/06/1948.Características construtivas: Edificaçãode grande robustez desenvolvida em doispavimentos mais sótão. Possui bela portada deverga reta em lioz, onde se assenta o brasão dafamília Fonseca Galvão. No pavimento nobreexistem amplos e bem iluminados salões, quese abrem para o exterior através de janelas depúlpito, e capela que apresenta nova pinturana parte interna das portas.24

CasasdoP at r i m ô n i oTetos e portas apresentam guarnições demadeira lavrada. Possui silhar de azulejos nopavimento térreo. Não há notícias sobre afundação desta casa, cujos caracteres são dasegunda metade do século XVll.A casa, de forma retangular, é recobertapor telhado de quatro águas e se articulacom o pátio externo elevado e murado.Funcionalmente, a casa apresenta umesquema que se observa em todo o períodocolonial: pavimento térreo destinado aoarmazenamento de víveres, materiais eanimais, o primeiro andar para salões eaposentos da família, e o sótão destinado àacomodação dos criados. A circulação nos trêspavimentos é do tipo corredor central, o que émuito raro em casa do século XVll.Histórico: A casa situa-se próxima ao CentroHistórico e foi construída sobre um dosbaluartes da primeira cinta defensiva dacidade. Tem, em consequência, uma posiçãodominante sobre a Baixa dos Sapateiros esegunda linha de colinas de Salvador. Em1759 a casa pertencia à Cia. de Jesus e, com aexpulsão de membros da ordem, foi levada aleilão e arrematada pelo Capitão de Cavalariae armador, Antônio Elias da Fonseca Galvão.O beco em que se encontra era conhecidono final do século XVlll como travessa doXimenes, nome de antigo residente da casa.Com o rebaixamento e alargamento da ladeirada Praça, no começo do século XXI, a casafoi parcialmente desambientada.Sua vizinhança é hoje constituída poralguns sobrados do século XlX já alterados,e construções mais recentes, sem nenhummérito arquitetônico. A denominação de Casados Sete Candeeiros deve-se provavelmenteaos sete lampiões de azeite que nela sependuravam por ocasião da estadia da cortede D. Jõao Vl, para melhor iluminaro beco do Ximenes.25

S alv a d o r /BA26

CasasdoP at r i m ô n i oCavalo de TróiaCasa do Patrimônio em São LuísSede do Iphan no MaranhãoRua do Giz, 235São Luis/MALocalização: Centro Histórico.Tombamento: Federal, Proc. 454-T-74,Inscrição 513, Livro Arqueológico, Etnográficoe Paisagístico, fl. 15, 13/03/1974.Características construtivas: Mais altaedificação das imediações, apresenta alémdo pavimento térreo, mais três pavimentos.Sua planta em forma de “L“ apresenta bonitohall de entrada que leva a uma escadariade madeira e a um pátio interno. Possuiesquadrias simétricas guarnecidas porbelos e rendilhados balcões metálicos nospavimentos superiores.Histórico: O antigo Solar da Baronesa deAnajatuba foi erguido em 1872, tendo sidoconhecido como Cavalo de Troia por suagrande altura, na época. Até meados doséculo XX serviu como residência da Baronesae de seus descendentes e, posteriormente,sediou agências bancárias. Finalmente, em1980 é ocupado pelo Iphan.27

R ecife /P EPalácio da SoledadeCasa do Patrimônio em RecifeSede do Iphan em PernambucoRua Oliveira Lima, 824Recife/PELocalização: Boa VistaTombamento: Federal, Proc. 130-T-38,inscrição 182, Livro das Belas Artes,18/07/1938.O Palácio da Sociedade e os JesuítasO Sopro do Tempo/ Casa do PatrimônioLivros do PatrimônioLanterna MágicaLinha do TempoPatrimônio MaterialPatrimônio ImaterialBibliotecaAuditório28Histórico: A nova sede do Iphan emPernambuco ocupa uma edificaçãomonumental construída no século XIX paraabrigar o Colégio Nóbrega e serviu comomorada dos bispos de Recife e Olinda,desde os meados do século XVIII até 1917.Hoje acolhe uma das primeiras Casas doPatrimônio, concebidas como polos deconvivência e aprendizado para difundirconhecimento e promover a qualificação donosso patrimônio cultural junto aos habitantesde centros urbanos de todo o país.

CasasdoP at r i m ô n i oInaugurada em dezembro de 2009, a Casa doPatrimônio em Recife surgiu da necessidadede realizar ações efetivas de educação, quepermitissem uma maior interação do Iphancom a sociedade. Fruto do esforço de umgrupo de trabalho composto por técnicosdo Iphan, representantes da UniversidadeCatólica e consultores convidados, a Casatornou-se um centro para a sediar eventosde caráter cultural. Oficinas de educaçãopatrimonial, lançamento de livros, reuniõesinterinstitucionais, palestras, cursos eapresentações, são exemplos do que vemsendo realizado ali.29

A r aca j u /SECasa do Patrimônio em AracajuSede do Iphan em SergipePraça Camerino, 225Aracaju/SELocalização: Bairro São José.Tombamento: Estadual – INSPAC – Parecer207/2002, de 19/03/2002Características construtivas: De característicasecléticas, a construção situa-se em umaesquina da Praça Camerino. Erguida emalvenaria de tijolos possui cobertura emtelhas cerâmicas protegidas por platibandasdecoradas. Na cobertura e no vértice daesquina destaca-se a cúpula revertida emescamas. Pisos em tabuado de madeira emduas cores e esquadrias também em madeiraonde se percebem cuidado e requinte.Pinturas internas parietais.30Histórico: Construída por volta do início doséculo XX, entre 1913 e 1914. Os primeirosproprietários foram Leonardo Gomes deCarvalho Leite e Maria Delmira de CarvalhoLeite. Adquirida pelo Iphan em novembrode 2006.

CasasdoP at r i m ô n i o31

S ã o C r is t ó v ã o /SECasa da OuvidoriaCasa do Patrimônio em São CristóvãoEscritório Técnico do IphanSobrado da Rua CoronelErundino Prado, 50São Cristóvão/SELocalização: Praça de São Francisco,Centro Histórico.Tombamento: Federal, Proc. 785-T-67,Inscrição 40, Livro Arqueológico, Etnográfico ePaisagístico, fl. 10, 31/01/1967.Características construtivas: Edificação em doispavimentos, com pequeno quintal ao fundo.Situa-se em um dos vértices da praça SãoFrancisco. Às aberturas do pavimento térreocorrespondem outras, simétricas, no pavimentosuperior, guarnecidas com balcão de madeira.Esses balcões conferem característica peculiarao edifício. Suas paredes são em técnica mistade taipa, alvenaria de tijolo, alvenaria de pedrae também pilares em madeira que suportamtrechos do primeiro pavimento. Possuiinteressante pintura no forro em cômodoneste pavimento, além de pinturas parietaisrecuperadas no último restauro.Histórico: A edificação do sobrado data dofinal do século XVIII. Foi mandado construirpelo Tenente Coronel Francisco Xavier deOliveira Sobral, e repassado em carta dedoação para o Padre José Valentim de OliveiraSobral, em 1810. O imóvel ficou comopropriedade do padre até sua morte, comoconsta no inventário do Tenente Coronel LuísFrancisco Freire, o Barão de Laranjeiras, que oadquiriu de seus herdeiros. Sucessivamenteteve como proprietários Anna Francisca Freire,Manuel Santos Lima, Anna Bonfim Pires efinalmente Maria Antonieta Costa Santos que,em 2003, vendeu o sobrado para o Iphan. Em2006, pesquisa de levantamento histórico eintervenção arqueológica realizada por ocasiãoda obra de restauração do prédio esclarecerama questão sobre a ocupação do sobrado, semconfirmar, no entanto, a ocupação do imóvelpela Ouvidoria ou Assembleia Provincial.32

CasasdoP at r i m ô n i oForam recuperadas pinturas internas e docunhal da fachada. Atualmente, a Casado Patrimônio de São Cristóvão promoveexposições e oficinas de educação patrimonial.33

G o i á s /G OCasa do BispoCasa do Patrimônio na Cidade de GoiásEscritório Técnico do IphanPraça Zaqueu Alves de Castro, 1Cidade de Goiás/GOLocalização: Centro Histórico.Tombamento: Federal, Proc. 345-T-78, Inscrição73, Livro das Belas Artes, 18/09/1978. AcervoPaisagístico e Arquitetônico de Goiás.Características construtivas: Típico exemplarda arquitetura civil em Goiás ressaltandose porém, sua implantação em posiçãoprivilegiada para o Rio Vermelho e de frentepara a Igreja São Francisco de Paula. O acessoprincipal é protegido por gradil de madeiracom desenhos hexagonais sobre arrimo depedra. Paredes em taipa e adobe e coberturaem telhas coloniais. Possui forro agamelado ede saia-camisa.Histórico: Não são conhecidas a data exata daconstrução nem os primeiros moradores dessacasa. Sabe-se apenas que em 1909 o imóvel foiadquirido por Dom Prudêncio, Bispo de Goiás,passando a ser utilizado como oficina dojornal O Lidador e pela secretaria do bispado.34Construída em taipa e adobe, o edifíciosofreu várias alterações e reformas aolongo do tempo. No final de 1987,após um processo de restauro de doisanos e meio, a casa foi reinaugurada,passando a sediar a Regional do Iphan.Em 2000, com a transferência da sedepara Goiânia, foi transformada emEscritório Técnico da Cidade de Goiás,que foi elevada a Patrimônio Culturalda Humanidade em 2001. Abrigatambém sala de exposições e bibliotecaabertas à comunidade locale realiza ações voltadas para aeducação patrimonial.

CasasdoP at r i m ô n i oCasa de RótulasCasa do Patrimônio em Pilar de GoiásEscritório Técnico do IphanRua da Cadeia, s/nºPilar de Goiás/GOLocalização: Centro Histórico.Tombamento: Federal, Proc. 458-T-54, Inscrição414, Livro Histórico, fl. 51, 20/03/1954.Características construtivas: casa construídaem alvenaria de pedra e cal, com paredesde aproximadamente 30cm de espessura,executada entre engradamento de madeira,uma vez que o uso da taipa de pilão e deadobe em Pilar se diferencia pelo uso deuma ossatura de madeira dupla, internae externamente; fundação em pedrasargamassadas com barro. Cobertura emduas águas no corpo principal e continuidadetransversal abrigando a parte de serviços.Beirais encachorrados. As duas salas deentrada possuem belos e raros forros degamela pintados, cuja autoria é desconhecida.As belíssimas esquadrias na fachada para arua ainda preservam as rótulas que acabaramemprestando nome à edificação. As bandeirassão entalhadas em trabalho de grande beleza.As portas das salas também contam compintura à tempera com motivos florais ebaldaquim superior, demonstrando a opulênciade seu antigo proprietário.35

P ila rdeG o i á s /G OHistórico – Infelizmente não se possuidocumentação sobre as origens dessaedificação, conhecida como Casa Setecentistaou Casa de Rótulas, que por doação hojepertence ao Iphan. Foi provavelmente,construída no apogeu da mineração do ouroem Pilar, entre 1741 e 1760. Pelo isolamentoe estagnação que a cidade foi relegada depoisdo término da exploração aurífera, algumasedificações tiveram as suas característicaspreservadas. Nesta casa, as janelas com rótulasornadas com requintados desenhos a destacamcomo exemplo único. Encontra-se aberta àvisitação. A cidade dista cerca de 360km deBrasília e 263km de Goiânia.36

CasasdoP at r i m ô n i oCasa do Patrimônio em PirenópolisEscritório Técnico do IphanRua 24 de Outubro, 1Pirenópolis/GOLocalização: Centro Histórico.Tombamento: Federal, Proc. 1181-T-85,Inscrição 530, Livro Histórico, 10/01/1990.Características construtivas: Construída emmétodos tradicionais da arquitetura vernacularde Goiás, pilares de madeira na estruturae adobe nas vedações. Piso de tábuascorridas sobre barrotes. Passou por processode restauro para abrigar nos dias atuais oEscritório Técnico do Iphan.Histórico: O primeiro proprietário conhecido foio capitão Pedro Lourenço Dias, provavelmenteseu construtor. Faleceu em 1894, deixandoem seu inventário “huma morada de casas decinco lanços coberta de telhas com quintal,sita à rua do Bomfim desta cidade, avaliadapor 4:000 000”. Pertenceu sucessivamentea: Benedita Ferreira Dias, José Lourenço Dias,Joaquim de Carvalho, Waldemir AdjuctoPinheiro, Albacio Flueri e depois a GeraldoMoreira de Melo. Este a transfere a Luiz Tomazde Aquino Filho que, finalmente, em 1988, avendeu ao Iphan. Além de abrigar o EscritórioTécnico do Iphan, oferece à população localespaço para exposições e biblioteca voltadapara educação patrimonial.37

P i r en ó p o lis /G O38

CasasdoP at r i m ô n i oCasa do Patrimônio em Campo GrandeSede do Iphan em Mato Grosso do SulRua General Melo, 23Campo Grande/MSLocalização: Centro Histórico.Tombamento: Em área tombada pelo Estadode Mato Grosso do Sul, por meio da Lei nº1.735, de 26 de março de 1997. Protegido naesfera municipal, Lei nº 3.249, de 13 de maiode 1996. Tombamento federal, dezembro de2009, Processo 1536-T-06.Características construtivas: Casa sólida,de linhas simples, tem planta em formade T, centralizada em lote de esquina de806,95m2. A edificação tem área construídade 374,00m2. Erguida em alvenaria de tijolorevestida em argamassa, tem acesso principalatravés de uma varanda dotada de grandesaberturas, voltada para a Rua General Melo.Um longo corredor, longitudinal ao corpo daedificação, organiza a distribuição das setesalas e sanitários, com dois amplos salões nasextremidades leste e oeste. Cobertura emtelhas francesas, piso em tacos de madeira,as janelas são basculantes de ferro e as portasde madeira.Consta ter sempre abrigado o escritório dosengenheiros ferroviários.O imóvel foi doado ao Iphan pela GerênciaRegional em Mato Grosso do Sul da Secretariado Patrimônio da União, em maio de 2009.Recebeu obras de recuperação e readequaçãopromovidas pela Superintendência do Institutono estado.Histórico: A Superinten

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