Vencendo Medos E Ansiedades

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Vencendo Medos e AnsiedadesTraduzido do original em inglês Overcoming Fear, Worry, andAnxiety Copyright 2001 por Elyse FitzpatrickPublicado por Harvest House Publishers990 Owen Loop NorthEugene, Oregon 97402, USA Todos os direitos em língua portuguesa reservados por Editora Fielda Missão Evangélica LiteráriaProibida a reprodução deste livro por quaisquer meios, sem apermissão escrita dos editores, salvo em breves citações, comindicação da fonte.Copyright 2014 Editora Fiel Primeira Edição em Português: 2015 Diretor: James Richard Denham III Editor: Tiago J. Santos FilhoCoordenação Editorial: Renata do Espírito Santo Tradução: IngridRosane de Andrade Revisão: Anna Maria de Azevêdo e Renata doEspírito Santo Diagramação: Wirley Corrêa Capa: Rubner DuraisEbook: Yuri FreireISBN: 978-85-8132-289-6

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)F559v Fitzpatrick, Elyse, 1950Vencendo medos e ansiedades / Elyse Fitzpatrick ;[traduzido por Ingrid Rosane de Andrade]. – São José dosCampos, SP : Fiel, 2015.2Mb ; ePUBTradução de: Overcoming fear, worry, and anxiety.Inclui referências bibliográficasISBN 978-85-8132-290-21. Mulheres cristãs – Vida religiosa. 2. Medo –Aspectos religiosos – Cristianismo. I. Título.CDD: 248.8/43Caixa Postal, 1601CEP 12230-971São José dos Campos-SPPABX.: (12) 3919-9999www.editorafiel.com.br

SumárioAgradecimentosIntrodução: Um “Chapeleiro Louco” de Verdade:Paralisado pelo MedoEntendendo os Seus Medos1. Entendendo como o Medo Funciona2. Heróis Bíblicos que Lutaram contra o Medo3. Substituindo o Seu Medo pelo Poder de DeusA Fonte dos Seus Medos4. Quando Você Sente que Está Perdendo oControle5. Temendo as Pessoas ao Nosso Redor6. O Medo Causado pelo Perfeccionismo7. Deus Realmente se Importa com Você

As Respostas de Deus para osSeus Medos8. A Segurança da Soberania de Deus9. O Medo que Resulta em Bênçãos10. O Oposto do Medo: Amor11. Crescendo Fortemente na Graça12. A Força de Deus Revelada em Nossa FraquezaApêndice A: Como Saber se Você é Cristã?Apêndice B: Filtrando os Seus PensamentosApêndice CNotas

AgradecimentosCada frase neste livro é um mero reflexo damisericórdia de Deus para comigo ao mecercar de pessoas piedosas que conhecem averdade e sabem como aplicá-la à vida. Entre essaspessoas estão: Jay E. Adams, George Scipione doInstitute for Biblical Counseling and Discipleship,as equipes da National Association of NoutheticCounselors, The Biblical Counseling Foundation eThe Christian Counseling and EducationalFoundation. Se há algo de bom neste livro, isso sedeve a eles.Deus também me enviou conforto em forma deamigos que oraram constantemente por mim e meincentivaram. Entre esses estão: Anita Manata,Donna Turner, Julie Pascoe, Hannah e Barbara

Duguid, Jason e Kristin Barrie, Betsy Smith, BonnieGraham, Eileen Scipione do Institute for BiblicalCounseling and Discipleship, e as pessoas queridasda North City Presbyterian Church. Como sempre,a equipe da Evangelical Bible Book Store,particularmente John Hickernell, tem sido deinestimável ajuda. Meu editor, Steve Miller daHarvest House, é um amigo estimado e tem sidouma fonte constante de encorajamento.Aqueles que mais se sacrificaram foram os daminha família e, especialmente, meu amoroso epaciente marido, Phil. Obrigada, querido. James,Cody e Jessica, Joel e Ruth, Wesley e Haydenesperaram pacientemente enquanto eu passava horastrancadas em meu escritório. Queridos: Se alguémfor ajudado através deste livro, vocês podem tercerteza de que tiveram uma parte nisso. E, é claro,obrigada novamente, mamãe, por toda a suainspiração e útil edição.

James, Joel, Cody, Wesley e HaydenQue os meus filhos e os filhos delessejam cheios do temor do Senhore permaneçam fortes na verdade que lhes permitiráportarem-se como homens.

IntroduçãoUm “ChapeleiroLouco” de verdade:Paralisado peloMedoOauditório estava lotado com os paisorgulhosos dos alunos de teatro avançadomais promissores da região. Nosbastidores, membros de cada elenco repassavamapressadamente suas falas, preparando-se para a suavez de competir.“Vocês são os próximos”, disse a nossa professora,a Sra. Archer. “Basta lembrarem-se daquilo que

viemos trabalhando e. quebrem uma perna”. Todosnós sorrimos um para o outro, sabendo que aexpressão “quebre uma perna” significava, nalinguagem do teatro, “boa sorte”.* Nós nãoachávamos que precisávamos de sorte; nóshavíamos ensaiado nossas falas tantas vezes que elaseram pronunciadas no automático. Nós nossentíamos confiantes – e por que não deveríamos?Afinal, nós éramos os melhores. Quando os cinco denós, atores e atrizes que estavam dramatizando afamosa festa do chá de Alice no País dasMaravilhas, entramos no palco, o público ficou emsilêncio, e as luzes se acenderam.“Eu adoro a festa do chá”, disse Alice para mim, oChapeleiro Louco. Enquanto ela sentava-se olhandopara mim, esperando que eu lhe respondesse com aminha fala, algo absolutamente chocante aconteceu.De repente, senti como se estivesse assistindo toda acena como uma espectadora – tudo se tornouconfuso, e parecia que eu estava perdendo contato

com a realidade. Lá no fundo da minha mente, eusabia que eu deveria estar fazendo alguma coisa.Não tinha algo que eu deveria dizer? À medida queos segundos, que pareciam horas, passavam, euficava cada vez mais desorientada. Minhas mãossuavam e o meu coração batia fortemente. Eu senticomo se fosse desmaiar. Em algum lugar no fundoda minha mente, eu ouvi vagamente a nossaprofessora sussurrando para mim freneticamente asminhas falas de fora do palco. Eu deveria falaressas frases? Eu não conseguia sequer me lembrarde como falar. Nada do que estava acontecendo aomeu redor fazia sentido.“Eu adoro a festa do chá”, disse Alice novamente,dessa vez olhando fixamente para mim. Eu queriaresponder para deixá-la feliz, mas, no fundo do meucoração, eu não conseguia entender o que elaqueria. Eu não sabia quem eu era ou o que eu estavafazendo ali, com todas aquelas luzes sobre mim. Opúblico começou a murmurar. Os meus colegas

atores e atrizes olhavam incrédulos para mim. Eusimplesmente fiquei sentada ali, na ponta da mesa,em transe. Quem eu era. o que estavaacontecendo comigo? Tudo o que eu conseguiapensar era em como escapar. Então, eusimplesmente me levantei e caminhei para fora dopalco. O resto do elenco, humilhado e irritado, saiuem seguida.Sabe, eu consigo me lembrar vividamente dessacena, mesmo ela tendo acontecido há mais de 30anos. Ela está congelada na minha mente,juntamente com todas as outras grandeshumilhações da minha vida. Eu gostaria de lhe dizerque eu fui aos bastidores, voltei ao normal econtinuei com a nossa apresentação, mas isso nãoseria verdade. Não, na verdade, esse foi o fim daminha grande chance de ficar famosa, bem como ode algumas amizades da aula de teatro. Naquele diame senti mais como um Chapeleiro Louco do queeu gostaria.

O medo é incrivelmente poderoso, não é? Ele podeacabar com a sua memória e fazer com que o seucoração bata fortemente. Na verdade, ele podeparalisar você. Ele pode fazer um soldado treinadochorar como uma criança, assim como o apavoradosoldado de infantaria no filme O Resgate doSoldado Ryan. Ele sabia que deveria se levantar esalvar o seu amigo, mas ele se sentia completamenteincapaz de se mover.À medida que passarmos tempo juntas analisandoos nossos medos e ansiedades, eu compartilhareimais desses momentos com você – tanto da minhaprópria vida quanto da vida de outras. Desde asgrandes humilhações às pequenas e incômodasansiedades que dançam como espectros ao redor denossos pensamentos, eu quero que você saiba quenão está sozinha. Eu sei o que é ficar acordada, ànoite, com aquele mau pressentimento, pensando:“As coisas estão muito bem, isso não vai durarpara sempre” ou “as coisas estão péssimas, elas

nunca vão mudar!”. Eu sei o que é se preocupar,sentir os músculos ficarem tensos ao redor dopescoço, e sentir o estômago se revirar. Passei diaslutando contra o pensamento de que tudo estava àbeira do colapso. Eu deixei minha mente vagar portodos os labirintos – imaginando que os meus filhosestavam mortos, ou que o meu marido havia perdidoo seu amor por mim, ou que eu tinha alguma doençahorrível, ou. e assim por diante.Em resposta a esses pensamentos cheios de temor,eu disse e fiz algumas coisas bem tolas. Algumasdelas, analisando bem, são realmente muitoengraçadas, enquanto outras deixaram um rastro damente, muitos desses incidentes pessoaiscom você, para que veja que somos todas iguais emnossas respostas emocionais. Eu tambémcompartilharei algumas histórias de mulheres que euaconselhei – mulheres como você e eu. Eu farei issoporque quero que saiba que você não está sozinha.

Na verdade, isso é exatamente o que a Bíbliaensina: “Não vos sobreveio tentação que não fossehumana.” (1 Coríntios 10.13). Os medos que vocêe eu enfrentamos não são, na verdade, tão peculiaresassim; esse versículo ensina que todas nós estamospraticamente no mesmo barco. Embora o foco e aintensidade dos nossos medos possam ser diferentes,cada pessoa que já viveu teve que lutar contra eles.Talvez, do seu ponto de vista, não pareça ser assim,mas mesmo aquelas que aparentam ser as maiscorajosas entre nós tiveram que superar o medo.AQUELE QUE VENCEU O MEDOEste não é apenas um livro sobre as lutas e osfracassos que temos em comum. Mesmo que sejaútil para nós sabermos que não estamos sozinhas, euentendo que o fato de termos essa consciência nãonos ajudará a superarmos o problema. Ospassageiros do Titanic podem ter ficado contentespor terem tido a mão de alguém para segurarem,

mas, no final, isso não impediu que o navioafundasse sob aquela água gelada. Não! Assimcomo eles, nós precisamos de alguém forte osuficiente para nos resgatar da escuridão da noite, dofrio terrível que ameaça paralisar as nossas almas.Precisamos de alguém que seja mais forte do que osnossos medos.Jesus Cristo é esse alguém. Ele é o único queconhece intimamente todos os nossos pensamentos emedos. Ele é o único capaz de nos libertar. Issoporque ele enfrentou o maior de todos os medos pornós – o medo da morte e da separação de Deus – eressurgiu vitorioso. A Bíblia ensina que uma dasrazões pelas quais ele deixou o céu e veio ao mundofoi para livrar “todos que, pelo pavor. estavamsujeitos à escravidão por toda a vida” (Hebreus2.15).Nossos medos são como correntes em volta denossos corações – eles nos paralisam, prendem eescravizam. Mas Jesus Cristo é a chave que pode

banir todos os seus medos e libertá-la. Ele é capazde fazer isso porque o amor dele é mais poderoso doque os seus medos. É plano dele ensiná-la, encorajála e transformá-la em uma pessoa que confia nele –mesmo em face de suas mais profundaspreocupações e ansiedades. Ele não promete tornála perfeita aqui na Terra, mas promete trabalharpoderosamente em seu coração agora e, enfim,libertá-la completamente de todos os medos no céu.A promessa de Jesus está disponível para todos oscristãos. Não assuma que esse livro é apenas parapessoas que têm um profundo conhecimento daBíblia. O importante é que você é uma das filhas deDeus, alguém que recebeu Jesus Cristo como seuSenhor e Salvador pessoal.Se você não tem certeza de que é cristã, pare agorae vá até o Apêndice A, ao final deste livro. Lá vocêdescobrirá o plano de Deus para transformá-la emuma nova pessoa. Apenas pense – talvez Deus usesua luta contra os seus medos para trazê-la a ele.

Não tenha medo de Deus rejeitá-la caso você nãoentenda tudo sobre a vida cristã. Se você sabe queprecisa de um Salvador, então ele está chamandovocê hoje.A JORNADA PARA A LIBERDADEDesde o dia em que eu saí do palco atordoadatantos anos atrás, Deus transformou a minha vida.Eu falei na frente de grandes multidões e dei muitasentrevistas em rádios e na televisão. Eu reconheçoque essa mudança é resultado de um trabalhopoderoso de Deus na minha vida. Eu não estoupedindo que você coloque a sua confiança em mimou nas minhas palavras. Eu consigo ver como eucresci por causa da bondade de Deus na minha vida,mas, de muitas maneiras, eu ainda sou muito fraca.O que eu escrevi aqui não é a resposta para todos osseus problemas, mas a levará para aquele que é.Então, por que não começar sua viagem por estelivro, pedindo a Deus para ajudá-la a colocar a sua

confiança nele? Afinal, ele é o único que já venceu omedo e a morte, e ele é o único capaz detransformá-la. Ele é o transformador de corações eestá mais interessado em libertá-la do que você podeimaginar. Então, prostre o seu coração diante dele,arregace as mangas, e comecemos a nossa jornadarumo à liberdade.* A expressão equivalente em português pode ser considerada debaixo calão, por isso a tradutora optou por fazer a tradução literaldo termo em inglês.

1Entendendo como oMedo Funciona“Tais criaturas estranhas somos nós queprovavelmente sofremos mais sob ascalamidades que nunca se abatem sobrenós do que sob aquelas que realmente seabatem.”1– Charles H. SpurgeonAutor e pregador britânico do século dezenoveEu conhecia a Kathryn vários anos antes deela vir conversar comigo. Kathryn pareciaser uma mulher segura e trabalhadora, com

uma fé firme. Mesmo sendo tímida, ela visivelmentefazia verdadeiros esforços para manter amizades emnossa igreja e na comunidade.Quando começamos a conviver mais intimamente,eu me tornei ciente de problemas em sua vida queeu nunca havia suspeitado. Kathryn disse que estavase tornando cada vez mais temerosa e que estavapreocupada de talvez estar desenvolvendoagorafobia. Agorafobia é o nome comumente dadoa uma maneira de responder à vida que leva à fugade certas atividades ou situações. Um agorafóbicoprocura evitar coisas como dirigir, ficar em uma fila,ir às compras ou participar de reuniões ou encontrossociais, e pode até se recusar a sair de casa.À medida que Kathryn compartilhava sua históriacomigo, vi o quanto era difícil para ela admitir queestava com medo de fazer compras em um shoppinglocal. A razão para o seu medo? Ela temia que se elaficasse em um local muito longe de uma porta desaída, isso lhe pudesse causar náuseas e vômitos. O

medo de Kathryn havia se tornado uma corda emvolta do seu pescoço que se estreitava cada dia maise a mantinha amarrada cada vez mais perto de suacasa. Kathryn estava experimentando a verdade daspalavras de Spurgeon: “Nossos medos infundadossão nossos principais algozes”.2Kathryn sabia que o seu medo não era razoável,especialmente porque o que ela temia – vomitar noshopping – nunca havia realmente acontecido. Suaconfusão foi agravada pela culpa que sentia por te, ao seu marido. Ela tambémacreditava que seus medos irracionais erampecaminosos, então, ela estava preocupada com asua salvação e achava que era uma decepção para oSenhor.O que estava acontecendo na vida de Kathryn?Será que ela tinha algum problema místico bizarro?Será que ela só precisava orar ou ler mais a Bíblia?Será que ela poderia encontrar, na Bíblia, respostas

concretas para o seu problema? O que eraexatamente essa emoção que parecia governá-la, ede onde vinham esses sentimentos?ENTENDENDO O LADO FÍSICO DO MEDONos próximos capítulos, olharemos maisprofundamente para o medo, suas causas econsequências. Vamos considerar o que a Bíblia dizsobre o motivo de nos tornarmos temerosas e comopodemos superar os nossos medos. Mas, primeiro,vamos analisar o lado físico dessa emoção.3 Comotodas as nossas emoções, o medo é experimentadotanto em nossa mente quanto em nosso corpo,causando reações físicas intensas.Fisicamente, o medo é uma reação ao perigopercebido. Porque Deus nos amou, ele nos crioucom a capacidade de respondermos rapidamente asituações de perigo. Aqui está um exemplo: imagineque você acabou de perceber que o seu carro parouem uma estrada de ferro. Você ouve um apito,

levanta a cabeça e vê que um trem está seaproximando. Assim que esses fatos são registradosem seu cérebro, o seu corpo entra automaticamenteem intensa atividade. O seu cérebro recebe o avisode que o perigo é iminente e ordena que o seu corpolibere rapidamente uma série de hormônios,incluindo a adrenalina. Uma vez que esseshormônios são liberados na corrente sanguínea,certas mudanças físicas acontecerão imediatamente.Seus músculos ficarão tensos para prepará-la para aação. Sua frequência cardíaca e respiração serãoaceleradas para lhe fornecer oxigênio e força extra.Mesmo a sua visão e audição se tornarão maisaguçadas. Seu pé, então, apertará o pedal doacelerador até o chão, e você se moverá maisrapidamente do que jamais imaginou ser possível.Todas essas mudanças acontecerão imediatamente,em um instante.Sempre que nos encontramos confrontadas com operigo, é fácil percebermos como a graça de Deus se

revela até na forma como fomos criadas. Osatributos físicos que ajudam a nos proteger doperigo são verdadeiramente um bom presente, nãosão? O projeto de Deus para o nosso corpo éincrível, como o Salmo 139.14 diz: “por modoassombrosamente maravilhoso me formaste”. Deusnos presenteou com essas habilidades físicas paraque pudéssemos sobreviver em um mundo, às vezes,perigoso.Você notou que eu disse que o medo é uma reaçãoa um perigo percebido. Eu propositadamente definimedo dessa forma porque às vezes nossas mentespercebem ou imaginam um perigo que não existe.Todo mundo já experimentou a sensação de acordarde um pesadelo com o coração batendo forte e arespiração acelerada. Nessas ocasiões, o perigo aoqual o nosso corpo está reagindo está inteiramenteem nossa mente. Apesar disso, o nosso corpo reagecomo se tivéssemos enfrentado uma ameaça real.Como você pode ver, nossas mentes afetam os

nossos corpos de formas muito poderosas – eKathryn reconhecia isso.O medo de Kathryn de que pudesse vomitar noshopping era irracional. Mesmo o seu medo sendoinfundado, seu corpo não era capaz de diferenciarentre alarmes falsos e verdadeiros. Ele simplesmenterespondia da maneira que era para ele responder.Não importava o fato de o perigo não ser legítimo.Sempre que ia ao shopping, ela tinha medo deexperimentar todas as mudanças físicas que elatemia, e o seu medo a fazia sentir-se enjoada e aconvencia de que, provavelmente, ela perderia ocontrole e constrangeria a sim mesma. Entende? Ela,na verdade, tinha medo de ficar com medo.Não apenas o nosso corpo responde ao medopreparando-nos para evitar ou atacar o perigo;também há momentos em que a nossa químicacorporal nos influencia de formas mais sutis. Seestamos ocupadas com várias coisas ou se nosacostumamos a viver sob altos níveis de estresse,

algumas vezes não notaremos as mudançasacontecerem. Não saberemos o que está se passandoem nossos corpos até que algum incidente ocorra etorne isso evidente.Ops! Perdoe-me, Minhas Ansiedades EstãoAparecendoMeu marido Phil e eu vivemos em San Diego,Califórnia, uma cidade na fronteira dos EstadosUnidos com o México. Fizemos muitas viagens parao México, e eu sempre temi a passagem da fronteirade volta para os Estados Unidos. Nessa fronteiramais atravessada do mundo, as filas são quasesempre longas, e a espera para chegar até o posto decontrole é tediosa e desgastante.Em uma ocasião específica, quando meu marido eeu estávamos atravessando de volta para os EstadosUnidos, ambos tivemos uma grande surpresa. Parteda rotina dos policiais que ficam na fronteira é fazerduas perguntas aos viajantes: “Qual é a sua

cidadania?” e “O que você está trazendo doMéxico?”. Phil e eu respondemos “americana” paraa primeira pergunta, e então eu respondi “fruta” paraa segunda. Você não pode imaginar o choque quetivemos com a minha resposta! A razão da minharesposta era porque não havíamos trazido nenhumafruta do México, e sabíamos que trazer frutas pelafronteira era ilegal. Nós dois apenas ficamos lá,horrorizados, espantados e boquiabertos. Finalmenteme recompus e disse: “Quero dizer. nada”.Felizmente, o oficial apenas olhou para mim comose eu fosse louca e acenou para que passássemos. Acaminho de casa, Phil ficou olhando para mim pelocanto do olho – acho que ele pensou que sabia ondeestava o verdadeiro abacaxi!Nesse incidente levemente cômico, eu não sabia oquão temerosa e estressada eu estava em relação aatravessar a fronteira até que minhas ações metornaram consciente disso. Foi esse incidente queabriu meus olhos para o meu nervosismo

desnecessário na fronteira e também para a minhacegueira em relação ao meu estado emocionalverdadeiro.O Círculo ViciosoO medo não afeta apenas o seu corpo e o seucomportamento, mas o contrário também éverdadeiro. Se você for uma pessoa com umapredisposição a reagir de forma temerosa, vocêestará mais propensa a experimentar os sintomasfísicos do medo se beber muita cafeína, comermuito açúcar, não se exercitar ou não descansar osuficiente.4Se você geralmente se sente estressada com as suasresponsabilidades ou temerosa com a sua vida, vocênão se sentirá confortável relaxando e,provavelmente, não reservará tempo para comer ouexercitar-se adequadamente. A incapacidade derelaxar ou dormir de maneira saudável aumentará asua sensibilidade ao alarme e ao perigo, fazendo

com que mais adrenalina seja liberada em seu corpo,o que, por sua vez, pode trazer ainda maisproblemas para dormir. Beber cafeína para superar asensação de cansaço e lentidão causada pela falta desono simplesmente agravará o problema.A partir dessa breve descrição, é possível enxergara facilidade com que o medo pode iniciar um círculovicioso de pensamentos descontrolados, respostasfísicas, imaginações e cuidados negligenciados como corpo que podem servir para trazer ainda maismedo e respostas físicas intensificadas. É fácil vercomo os resultados do medo podem criar maismedos, levando à escravidão total.O MEDO É HABITUALJudith, uma mulher que lutava contra um medohabitual, trabalhava como assistente de enfermagemem uma casa de repouso local. Como Kathryn, elatinha uma forte fé em Deus e queria agradá-lo. Elaveio falar comigo porque estava tendo problemas em

seu trabalho. Ela descobriu que toda vez que entravano quarto de um paciente gravemente doente, ela sesentia dominada pelo terror. Seu corpo reagia comsintomas como coração acelerado, dor no peito, faltade ar e fraqueza. Ela ficava aterrorizada com apossibilidade de desmaiar, assustar seus pacientes oumachucá-los de alguma maneira. Ela se sentia forade controle e pensava que pudesse estar ficandolouca. Eu poderia dizer que ela realmente gostava doseu trabalho, mas tinha medo de que tivesse quemudar de carreira. Na verdade, seus problemas comalguns pacientes se tornaram tão graves, que eleshaviam criado ressentimentos com os outrosauxiliares de enfermagem e conflitos com osupervisor dela.Ao discutirmos sobre as suas dificuldades, ela disseque havia tentado superar seus medos orando todasas manhãs e pedindo a Deus para ajudá-la a nãopensar sobre o seu medo. Ela não estava conscientede nenhum pensamento de medo que pudesse

disparar seus sentimentos de pânico; parecia que elessimplesmente haviam vindo do nada.O medo, como tudo na vida, pode se tornarhabitual. Na verdade, ele pode se tornar um hábitotão arraigado que, de fato, parece que veio do nada.Pessoas que sofreram o que comumente chamamosde ataques de pânico relatam ocorrências repentinasde intensa ansiedade que não parecem ter qualquerfundamento em seus pensamentos. Essa experiênciaintensa pode parecer tão misteriosa e desconcertanteque o medo dela pode facilmente se tornar um fatorcontrolador na vida de um sofredor.Deixe-me ilustrar como respostas emocionaispodem se tornar habituais.5 Pense sobre o processode descer um lance de escadas. Quando você usa asescadas pela primeira vez, está consciente de cadapasso e observa atentamente onde está pisando paranão cair. Mas se as escadas se tornarem parte da suarotina diária, você desenvolverá rapidamente ohábito de descer por elas sem pensar. Você pode até

mesmo ser capaz de manter uma conversa ou ligarpara alguém enquanto desce os degraus nos quaisum dia teve que se concentrar. Às vezes, você nemmesmo estará consciente deles. Na verdade, se vocêfor do tipo atlético, talvez você até pule dois ou trêsdegraus de uma vez. Ou talvez você se sente nocorrimão e deslize sobre ele apenas por diversão.Agora, se na primeira tentativa de descer asescadas, você tivesse imaginado como seria saltardo topo até a parte inferior de uma só vez, entãovocê provavelmente ficaria com medo edesenvolveria sentimentos de nervosismo à medidaque efetivamente descesse. Se o seu medo persistir,ele pode se tornar habitual. Mesmo que em suamente você saiba que o seu medo é irracional, aindaassim ele terá um efeito sobre você devido à formacomo você permitiu que a sua percepção fosseinfluenciada pela sua imaginação.Agora, um ataque de pânico é como saltar do topoda escada até o chão em nosso processo de

pensamento. Ao invés de encararmos uma situação,degrau por degrau (como deve ser ao andar em umaescada), nós saltamos rapidamente de nossopensamento inicial ao completo pânico.Por exemplo, Judith ficou surpresa quando selembrou de que a primeira vez que haviaexperimentado uma sensação de pânico foi quandotentara cuidar de seu pai cronicamente doente edemasiadamente exigente. Ela o amava e estava commedo de que pudesse desagradá-lo ou machucá-loao medicá-lo de forma errada. Quando criança, elareagia com medo a situações que requeriam algumtipo de cuidado de sua parte. Quando refletiu sobrea sua infância, ela percebeu que havia se tornadouma enfermeira porque gostava de ajudar os outros,mas ela ainda nutria ansiedades quanto a cometerum erro ou ser desaprovada por outros. Ela nãoestava consciente de seus medos durante a suaadolescência ou anos universitários, mas quandovoltou a cuidar de pessoas gravemente doentes, ela

respondeu exatamente como fazia quando criança.Você pode ver como o medo de Judith, emborairracional, tinha sua base em um pensamentoracional e em uma experiência?Enquanto conversávamos, Judith lembrou-se deoutra situação que parecia pertinente. Quando elacomeçou a trabalhar na casa de repouso, um de seuspacientes teve, subitamente, uma parada cardíaca.Judith lidou corretamente com a situação e notificouo seu supervisor, mas depois ela repassou oincidente vez após vez em sua mente. Ela foiassombrada por pensamentos como: “E se o homemtivesse morrido? E se o supervisor não pudesseajudá-lo? Será que eu seria responsável peloproblema dele? Como eu poderia encarar a famíliade um paciente ou a mim mesma se um pacientemorresse?”. Essas questões, e outras como essas,atormentaram seus pensamentos por vários dias atéo incidente desaparecer da sua memória. Foi sóquando ela começou a lutar contra os ataques de

pânico nos leitos de seus pacientes é que ela tomouconhecimento do poderoso efeito que essaexperiência anterior havia tido sobre ela.Pessoas que sofrem com ataques de pânicofrequentemente relatam sensações semelhantes.Parece que, sem qualquer tipo de alarme oupremeditação, o corpo começa a bombearadrenalina. Isso é o que faz com que os ataques depânico e certos tipos de fobias, como o medo dealtura ou de espaços fechados, sejam tão difíceis deentender. A maioria dos que sofrem com isso nãoestão conscientes de quaisquer pensamentos quepredispõem a sensação de medo. Ela simplesmenteparece vir do nada. No entanto, ao invés de serterrivelmente misteriosa, a verdade sobre os ataquesde pânico e sobre os medos é realmente muito fácilde se entender. As pessoas os experimentam porquedesenvolveram um hábito. Quando estão emqualquer situação, elas nem sequer precisam pensarsobre os seus medos – elas simplesmente reagem. A

mente funciona de forma tão rápida e habitual que,mentalmente, essas pessoas saltam do degrausuperior para o degrau inferior sem qualqueresforço. Isso, por sua vez, as leva a pensar que suasemoções estão fora de controle, ou que elas estãoficando loucas. Elas, então, começam a tentar evitaressas situações “fora de controle”, o que permite queo hábito se torne cada vez mais paralisante.Algumas pessoas lutam contra medos em situaçõessociais. Elas temem dizer ou fazer algo que pareçatolo e, então, elas evitam-nas. Outras têm medos emrelação à doença ou morte, enquanto outras tememter que falar com estranhos ou diante de um grandepúblico. Algumas pessoas evitam relacionamentosíntimos, mesmo que estejam solitárias e desejem secasar, simplesmente porque estão com medo decometer um erro ou de ser desapontadas. Existemdiferentes formas de medo para diferentes situaçõesna vida.AS FACES DE NOSSOS MEDOS

Como você pode ver, a predisposição de umapessoa ao medo pode ser causada por umacombinação de coisas. Em primeiro lugar, pareceque algumas pessoas, devido à sua própriapersonalidade, estão mais inclinadas a isso do queoutras. Nos próximos capítulos, veremos maisprofundamente os fatores em nossa personalidadeque nos tornam temerosas. Algumas pessoastambém parecem ter corpos mais sensíveis quereagem de forma mais intensa ao medo, ou elaspodem ser mais conscientes das mudanças queocorrem em seus corpos.A história pessoal também desempenha um papelsignificativo na capacidade de lidar com osproblemas da vida. Se você cresceu com paismedrosos – uma mãe que estava sempre recuandodiante das dificuldades da vida ou um pai que seomitiu – então é mais provável que você sejamedrosa. Se você cresceu em uma casa onde haviamuito abuso ou vergonha, ou onde você se sentia

como se nunca pudesse agradar ninguém, vocêprovavelmente lutará contra isso. Mas a sua históriade infância não é a única história significativa quevocê tem. Você também tem suas experiênciasadultas que, em muitos casos, são mais significativasdo que o que aconteceu quando você era maisjovem. Por exemplo, se você teve dificuldade paraconseguir um emprego, quanto mais você forentrevistada sem sucesso, mais temerosa você setornará em conhecer pessoas e tentar vender suashabilidades e, portanto, você terá mais problemaspara encontrar trabalho.Finalmente, somos todas um produto do mod

Publicado por Harvest House Publishers 990 Owen Loop North Eugene, Oregon 97402, USA Todos os direitos em língua portuguesa reservados por Editora Fiel da Missão Evangélica Literária Proibida a reprodução deste livro por quaisquer meios, sem a permissão escrita dos editores, salvo em breves citações, com indicação da fonte.

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