A Perícia Criminal E A Interdisciplinaridade No Ensino De .

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Química e SociedadeA Perícia Criminal e a Interdisciplinaridadeno Ensino de Ciências NaturaisClaudemir Rodrigues Dias Filho e Edilson AntedomenicoUma proposta para o ensino de ciências naturais por meio da perícia criminal, com a utilização de reportagensjornalísticas, filmes e seriados de TV, foi sugerida neste artigo, objetivando-se a interdisciplinaridade do ensinoe a interação entre o conteúdo escolar e a vida discente. Para isso, foi abordado um teste presuntivo para adetecção de sangue (reagente de Kastle-Meyer), baseado na ideia de spot test criada por Fritz Feigl. Forampropostas também formas de abordagem para as disciplinas de Biologia e Física.perícia criminal, ciências naturais, interdisciplinaridadeRecebido em 29/07/09, aceito em 03/02/1067Não é raro os meios de comunicação divulgarem uma descoberta científica que despertegrande interesse popular, tornandose assunto frequente nas diversasesferas sociais e notadamente naescolar. Por muitas vezes, os educadores aproveitam a polêmica de taisdescobertas para explorar conceitose princípios científicos relacionados,promovendo, desse modo, a interação do conteúdo escolar com a vidadiscente. “Quando os conteúdos nãosão contextualizados adequadamente, estes se tornam distantes, assépticos e difíceis, não despertando ointeresse e a motivação dos alunos”(Zanon e Palharini, 1995, p. 15).Nesse sentido, o final do séculoXX e o início do XXI apresentaramexemplos bastante consistentes.Em meados de 1997, Ian Wilmut ecolaboradores publicaram um artigona revista britânica Nature divulgandoo sucesso da primeira clonagem deum mamífero adulto (a famosa ovelhaDolly). A temática (e seus devaneios)foi tão discutida na imprensa quese tornou inevitável que o assuntoem diversas áreas do conhecimento,invadisse o ambiente escolar. Emtais como a descoberta do náilon, nabalados pela mídia, professores deQuímica, e da fissão nuclear, na Física.Biologia aproveitaram a oportunidadeUsando artifícios análogos e vie exploraram aspectos de divisãosando ao mesmo objetivo (aguçar ocelular, síntese de ácidos nucléicosinteresse do aluno), alguns professoe mecanismo de herança genética.res fazem uso de filmes ou seriadosA descoberta gerou um Efeito Dollyque abordam a ciência para difundirformidável: além dos desdobrameno ensino. Muitos filmes de ficçãotos pertinentes aoscientífica, apesar decírculos acadêmicos,distantes da realidaOs educadores aproveitamdespertou grande inde, são pautados ema polêmica de descobertasteresse de toda umaconceitos válidos e,científicas para explorargeração de alunosportanto, ensináveis.conceitos e princípiossobre as ciênciasUtilizar o fundacientíficos relacionados,biológicas. Fenômento de uma despromovendo, desse modo,meno semelhantecoberta científicaa interação do conteúdoaconteceu com a puveiculada nos meiosescolar com a vidablicação do genomade comunicação oudiscente.humano.de obras cinematoA divulgação degráficas para abordescobertas científicas pela imprensadar um conteúdo em sala de aulafornece um grande suporte ao ensinoé uma estratégia de ensino muitode ciências, sobretudo às disciplinasrelevante e conveniente. Entretanto,diretamente relacionadas à inovaçãocuriosamente, tal estratégia parecedivulgada. O exemplo aqui descrito foiser empregada apenas de formada área biológica, mas é possível citar,pontual, sem considerar a relaçãohistoricamente, eventos semelhantescom as demais disciplinas do currículo escolar. Temas midiáticos comaspecto interdisciplinar não parecemA seção “Química e sociedade” apresenta artigos que focalizam diferentes inter-relações entre Ciência e sociedade,procurando analisar o potencial e as limitações da Ciência na tentativa de compreender e solucionar problemas sociais.ser explorados em todo seu potencialQUÍMICA NOVA NA ESCOLAA Perícia Criminal e a InterdisciplinaridadeVol. 32, N 2 , MAIO 2010

68nos meios de ensino. Dessa forma,à vítima? Como estimar há quantonão se espera que ocorra a valoritempo a vítima morreu verificando temzação da interdisciplinaridade e daperatura corporal? Essas são apenascontextualização sugeridas pelo MECalgumas das questões que permeiammediante os Parâmetros Curricularesos meios periciais e podem aglutinarNacionais – PCN (Brasil, 2002).conhecimentos de maneira interdisciA interdisciplinaridade aqui consiplinar. Respostas a essas perguntasderada foi caracterizada por Japiassupodem ser dadas respectivamente(1976) como a presença de umapor meio de princípios químicos,axiomática comum a um grupo debiológicos e físicos: os testes predisciplinas conexas (como a física,suntivos para constatação de sanguea química e a biologia) e definidastêm por base processos catalíticos eno nível hierárquico imediatamentede oxirredução; a relação da manchasuperior (nesse caso, as ciênciasde sangue com a vítima pode sernaturais), introduzindo a noção desolucionada pelo exame de DNA; efinalidade. Existem cooperação e diáa estimativa do tempo de morte comlogo coordenados entre as disciplinasbase na temperatura corporal é umado conhecimento nessa abordagem.mera aplicação do princípio da trocaEssa axiomática comum é referidade calor entre o corpo e o ambiente.nos PCN como um elemento (ou eixo)Além das obras de ficção, a períciaintegrador das disciplinas, que norteiacriminal está quase que diariamentee orienta as ações interdisciplinarespresente nas manchetes de jornais e(Brasil, 2002).revistas. Crimes de repercussão ouUm exemplo queacidentes trágicos,pode ser exploradoque de imediato seA divulgação dede forma interdiscitornam casos de codescobertas científicasplinar no ensino dasmoção geral, sejapela imprensa fornece umciências naturais sãopelos meios insidiogrande suporte ao ensinoos programas quesos empregados,de ciências, sobretudo àsabordam a perícia criseja pela fatalidadedisciplinas diretamenteminal como elementoocorrida, proporciorelacionadas à inovaçãode integração. Emnam temas instigandivulgada.meados da décadates para despertar ode 1990, canais deinteresse dos alunostelevisão a cabo começaram a exibirsobre a matéria. Um dos casos maisprogramas de cunho pericial. Séries derecentes a ser noticiado foi o homidocumentários como Medical Detecticídio da menina Isabela Nardoni,ves e Arquivos do FBI foram exibidas ecujos pai e madrasta, supostamente,despertaram grande interesse dos teteriam matado a criança por asfixialespectadores. Tamanho interesse nãoe a atirado do sexto andar de umpassou despercebido pelas emissorasprédio no município de São Paulo.que passaram a editar seriados envolJornais e revistas noticiaram que avendo a temática que se proliferaraperícia determinou a velocidade comrapidamente como CSI: Crime Sceneque o corpo de Isabela atingiu o soloInvestigation; Cold Case; CSI: New(72km/h) e tal valor foi calculado meYork; CSI: Miami; Crossing Jordan, entrediante a mera aplicação da equaçãomuitos outros. Assim como a clonagemde Torricelli ou por meio do Princípiogerou um Efeito Dolly, esses documenda Conservação da Energia (considetários e seriados geraram um Efeito CSIrando a altura de 20m e a aceleraçãoentre as pessoas e, em especial, entreda gravidade igual a 10m/s2).os jovens.Diversos autores já apontaram aQualquer episódio do seriado CSI:importância da contextualização noCrime Scene Investigation forneceensino de ciências por intermédiomaterial para aulas de ciências: Comode filmes e de matérias jornalísticasos peritos criminais (assim são chama(Cunha e Giordan, 2009; Eichler edos os CSI tupiniquins) determinamDel Pino, 1999). Abordar técnicas ese uma mancha é de sangue ou não?fundamentos periciais em sala deComo relacionar a mancha de sangueaula, elucidando a ciência por trásQUÍMICA NOVA NA ESCOLAA Perícia Criminal e a Interdisciplinaridadedas descobertas em uma investigação criminal, é um caminho paraaproximar os alunos do senso dejustiça social que permeia todo odireito penal brasileiro.O estudo de casos periciais,reais ou ficcionais, fornece umaoportunidade grandiosa ao ensinointerdisciplinar. É, portanto, objetivodeste artigo explorar uma técnicaquímica e outra física utilizadas pelacriminalística brasileira, ilustrando osconceitos que as envolvem e sugerindo maneiras de apresentação emsala de aula de forma interdisciplinar.Sobre sangue e sua detecçãoManchas de sangue estão presentes em quase todo local de crime contraa pessoa como homicídio, infanticídio,aborto, lesão corporal, maus-tratos eacidentes de um modo geral. Diante detais vestígios, é possível extrair muitasinformações que serão decisivas parainvestigação policial, como a compatibilidade entre volume sanguíneo e o ferimento, a dinâmica do fato, a dosagemde algumas drogas, a identificação davítima e/ou suspeito. Entretanto, paraque tudo isso ocorra, é necessário responder a uma simples pergunta: aquelamancha hematóide é mesmo sangue?Para tanto, bastaria coletar umpouco do material e observar aomicroscópio. Se fossem visualizadascélulas típicas e facilmente reconhecíveis (como hemácias) tratar-se-ia desangue, correto? Sim, mas um peritocriminal necessita de uma forma maisrápida, simples e instantânea, já queele não dispõe de um laboratório numlocal de crime. Então, como determinar se aquela mancha vermelha nochão da cozinha é sangue ou não?Num local de crime, as respostasdevem ser rápidas para permitir o prosseguimento da interpretação dos demais vestígios ali presentes. “O tempoque passa é a verdade que foge”, diriaEdmund Locard (apud Vieira, 2005, p.6), um dos precursores da criminalísticafrancesa. Quanto mais rápido se extrairinformações do local de crime, maior aprobabilidade de elucidar o caso. Logo,não se pode utilizar de tempo paracoletar uma amostra, encaminhá-laao laboratório para, então, saber se setrata de sangue ou não.Vol. 32, N 2 , MAIO 2010

Em muitos episódios de CSI:Crime Scene Investigation, os protagonistas chegam a um local de crimee se deparam com uma manchasuspeita. Quase que imediatamente um deles saca um swab (umaespécie de haste flexível longa comum pedaço de algodão nas pontas),umedece-o em soro fisiológico, passa sobre a mancha, pinga algumasgotinhas de um líquido transparenteque já estava em seu kit pericial e,instantaneamente, o algodão mudade cor, tornando-se uma coloraçãomagenta intensa. Esses acontecimentos são geralmente seguidosde uma música de suspense, umafeição de Sherlock Homes e umafrase de efeito do tipo “É sangue!”.No entanto, quais os fundamentospor trás desse procedimento? Comoé possível determinar se uma mancha é ou não é sangue por meio deuma haste flexível com uma pontade algodão umedecida?O procedimento descrito nadamais é do que um teste presuntivo,baseado na ideia de spot test criadapor Fritz Feigl, utilizado em locais decrime para identificação da manchahematóide (Espinola, 2004).O spot test aplica-se a reaçõesquímicas sensíveis e seletivasem que a principal característicaé a manipulação de pequenosvolumes da substância desconhecida e do(s) reagente(s)[e obtenção de resultados rápidos]. Caso o resultado dareação entre o(s) reagente(s)e a substância desconhecidaseja positivo, o produto formadopode ser identificado a olho nu,seja por modificação de cor oupor formação de precipitado.Esse método é aplicável tantopara compostos inorgânicoscomo orgânicos e, em geral, sãoprocedimentos extremamentesimples, rápidos e de baixo custo. (Zeraik e cols., 2008, p. 371)O relevante é que esses testes sãoacessíveis a estudantes do ensinomédio e dependem de materiais defácil obtenção, tendo, assim, grandepotencial como ferramenta de ensinoQUÍMICA NOVA NA ESCOLA(Espinola, 2004). Abordaremos, portanto, os conceitos por trás do testepresuntivo exemplificado, mostrandoseu mecanismo de funcionamento einterpretação.Antes de minuciar o teste, é necessário relembrar quais são os componentes do sangue – começa aqui ainterdisciplinaridade: as aulas de Biologia devem abordar essa questão. Osangue se compõe basicamente decélulas vermelhas (hemácias), célulasbrancas (leucócitos) e do plasma. Ashemácias têm função vital nas trocasgasosas e no transporte de gases portodo o organismo e desempenhamessa função por meio de uma molécula protéica que dá origem a suacor: a hemoglobina. Essa moléculaé composta por quatro subunidadespolipeptídicas, cada uma das quaiscontendo um grupo heme que apresenta um átomo de ferro.Desde o século XIX, sabe-seque a hemoglobina possui atividadecatalítica típica de uma peroxidase.Com base nesse comportamentocatalítico, alguns testes presuntivospara constatação de sangue forampropostos, entre eles o que os roteiristas das séries televisivas não secansam de mostrar. Trata-se do testeque utiliza um reagente denominadoKastle-Meyer.A preparação do reagente deKastle-Meyer é simples. Basta fazeruma solução de hidróxido de sódio(20g de NaOH adicionados à 90mlde água destilada) e adicionar 1gde fenolftaleína dissolvido em 10mlde etanol. Aqui é possível abordar oconceito de indicador ácido-base emsala de aula: a solução ficará comuma cor vermelha, pois a fenolftaleínaadquire essa cor quando o pH estáacima de 8,0.Adicionando 20g de pó de zincometálico à solução e aquecendo-aem fogo brando, é possível visualizaro desaparecimento da cor vermelha,dando lugar a uma solução incolor.Eis aqui uma oportunidade de explorar fundamentos de oxirredução: asolução torna-se transparente devidoao hidrogênio nascente que é dotadode propriedades redutoras e reduz oindicador.Preparada a solução, já é possívelA Perícia Criminal e a Interdisciplinaridadeproporcionar aos alunos a experiência de ser um CSI por alguns instantes. Basta providenciar algumashastes flexíveis, soro fisiológico, águaoxigenada, uma faca e um pedaçode carne crua. Faça cortes na carnecom a faca (Figura 1) e peça que osalunos passem uma haste flexívellevemente umedecido em soro fisiológico na lâmina da faca (Figura 2). Emseguida, solicite que pinguem umagota do reagente de Kastle-Meyer nahaste flexível (Figura 3), seguido deuma gota de água oxigenada (Figura 4). Quase instantaneamente serápossível visualizar a mudança de corFigura 1: Utilizando a faca, faça corte nopedaço de carne.Figura 2: Passe uma haste flexível umedecida em soro fisiológico na lâmina da faca.Figura 3: Pingue uma gota do reagentede Kastle-Meyer na haste flexível.Figura 4: Pingue uma gota de água oxigenada na haste flexível.Vol. 32, N 2 , MAIO 201069

70no algodão. O resultado positivo é oaparecimento da cor avermelhada.No CSI, esse resultado viria seguidode uma frase do tipo “É sangue!”No entanto, quais os fundamentos por trás desse teste presuntivoque explicam esse resultado? Ao seadicionar água oxigenada (peróxidode hidrogênio), a atividade catalíticadas moléculas de hemoglobina entraem ação e decompõe o peróxido emágua e oxigênio nascente (Figura 5).Esse último reage com a fenolftaleína,transformando-a em sua forma oxidada (vermelha). Repare que o efeitocatalítico é mais um conceito quepode ser explorado pelo professor.Seria prudente ainda explorar asequações das reações envolvidascom os alunos, frisando o entendimento preciso do funcionamento do teste.A partir daí, caberia uma discussãosobre possíveis falsos positivos: emtese, qualquer substância que apresente atividade de uma peroxidaseresultaria em um positivo no teste.Alguns interferentes são o suco gástrico, sais de ferro, oxidantes em gerale qualquer substância capaz de decompor a molécula de H2O2 (Zarzuelae Aragão, 1999).Além disso, vale dizer que oresultado positivo para o teste colorimétrico, ainda que seja sangue, nãonecessariamente se trata de sanguehumano. Todos os vertebrados e alguns poucos invertebrados possuemhemoglobina como metaloproteínaresponsável pelo transporte dosgases respiratórios e, portanto, osangue de qualquer desses organismos resultaria em cor avermelhadano teste. Daí a presunção do teste:o resultado positivo não descarta apossibilidade de ser sangue (humanoou não). Existem outros testes bioquímicos que são específicos paraa constatação de sangue humano,como o teste indireto de Coombs,mas essa é uma temática laboratorial.Algor mortis e intervalo após a morteNa Física, podemos explorar osconceitos de troca de calor e de termologia mediante a estimativa do tempode morte, por intermédio da análise doesfriamento corporal (fenômeno também conhecido por algor mortis). Coma morte e a consequente falência dosistema termorregulador, a tendênciado corpo é equilibrar sua temperaturacom a do meio ambiente (França,2008). É fato comum nos filmes policiais ver o investigador perguntar aolegista a que horas ocorreu a morte.Tal preocupação decorre da necessidade de orientar a investigação numsentido ou noutro, de acordo com osúltimos passos da vítima. Para saberpor onde andou e com quem poderiater estado antes de morrer, a políciaprecisa de uma estimativa da hora damorte (Gomes, 2004).O esfriamento corporal como fe-Figura 5: Representação das reações relacionadas ao preparo do reagente de KastleMeyer e à utilização do reagente em ensaios de orientação para a presença de sangue.QUÍMICA NOVA NA ESCOLAA Perícia Criminal e a Interdisciplinaridadenômeno físico assume uma importância significativa na cronotanatognose(determinação do tempo de morte).Dentre os processos consecutivos àmorte, é o algor mortis um dos poucosque permite uma análise quantitativa,por meio de medição sistematizada ede fácil aplicação, do tempo de morte, permitindo o registro das variaçõesde temperatura a intervalos regulares(Costa, 1998). Entretanto,[.] o esfriamento corpóreopode ser influenciado por diversos fatores: a temperaturae a umidade do ambiente, oarejamento, a temperatura docorpo no momento da morte,o tipo de vestuário, o estadode nutrição anterior à morte, aposição em que se encontra ocadáver, entre outros. (p. 18)Estudos realizados por Costa(1998) demonstraram que, em ambientes com temperatura variávelentre 20 e 30ºC, a queda média datemperatura corporal, observada naprimeira hora após a morte, situou-sena faixa de 0,9 a 1,0ºC e nas horassubsequentes entre 0,6 a 0,7ºC.Assim, quando um perito criminalchega a um local de crime que envolva um cadáver, como um homicídio,ele pode aferir a temperatura docadáver e ter uma noção do tempopost mortem. Como exemplo, se atemperatura aferida for de aproximadamente 33ºC, considerando-sea temperatura corporal média de36,6ºC e a faixa da temperatura ambiente por volta dos 25oC, o tempode morte estimado estará entre 4,5 e5,5 horas, conforme ilustra a Figura 6.A abordagem dessa problemáticaem sala de aula é simples e está relacionada ao princípio geral que rege astrocas de calor, ou seja, se dois corpostrocam calor entre si, a soma algébricadas quantidades de calor trocadaspelos corpos, até o estabelecimentodo equilíbrio, é nula. Considerando osvalores estimados por Costa (1998)e para efeito didático, é possívelaproximar a taxa de decaimento datemperatura de um corpo humano (T)a cerca de 0,67ºC/h.Em aula teórica, o docente poVol. 32, N 2 , MAIO 2010

experimento deve estar entre 0,04e 0,08ºC/min. Esse valor pode sertransformado em ºC/h, resultando emvalores entre 2,40 e 4,80ºC/h.Algumas questões podem instigaros alunos como: (1) por que a taxade decaimento da água (cerca de4,20ºC/h), nas condições do experimento, são maiores do que a docorpo humano?; (2) autores europeusestimam uma taxa de decaimentoda temperatura perto de 1,50ºC/h,portanto maior do que os 0,67ºC/hestimados no Brasil. O que justificariaa diferença na taxa de decaimentoentre essas regiões?Ao explorar essas perguntas comos alunos, o professor pode se utilizardos próprios conceitos relacionadosà troca de calor. Ao responder àFigura 6: Resfriamento de um corpo humano sem vida ao longo do tempo, considerandoprimeira pergunta, o professor deveuma temperatura ambiente entre 20 e 30ºC e as taxas de decaimento da temperaturaestimadas por Costa (1998). As linhas pontilhadas ilustram a estimativa de tempo apósobservar que na equação para o cála morte entre 4,5 e 5,5h de um corpo cuja temperatura era de 33ºC quando encontrado.culo do calor, tanto sensível quantolatente, há dependência da massaderia apresentar um problema queEm termos práticos,

Uma proposta para o ensino de ciências naturais por meio da perícia criminal, com a utilização de reportagens jornalísticas, filmes e seriados de TV, foi sugerida neste artigo, objetivando-se a interdisciplinaridade do ensino e a interação entre o conteúdo escolar e a vida dis

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9. CiA DS-204-1 V1.1, DBT Service Spezifikation, Februar 1996 10. CiA DS-204-2 V1.1, DBT Protokoll Spezifikation, Februar 1996 11. CiA DS-205-1 V1.1, LMT Service Spezifikation, Februar 1996 12. CiA DS-205-2 V1.1, LMT Protokoll Spezifikation, Februar 1996 13. CiA DS-206 V1.1, Empfohlene Namenskonventionen für die Schichten, Februar 1996 14.

Programme: SYBSc Semester: III Course : Calculus & Analog Electronics Course Code : SPHT302 Teaching Scheme (Hrs/Week) Continuous Internal Assessment (CIA) 40 marks End Semester Examination Total L T P C CIA-1 CIA-2 CIA-3 CIA-4 Lab Written 3 - 3 15 15 10 - 60 100 Max. Time, End Sem

27 CIA FINANCIAL REPORTS i. CIA Account Statement ii. CIA Budget Analysis and Projections 2019-2020 Appendix 14 & 15 iii. CIA Inventory Appendix 16 (Financial reports have not yet been provided by the FAI and will be presented at the Plenary meeting). 28 AWARD OF MONTGOLFIER DIPLOMAS –

Course: Food and Dairy Microbiology Course Code: XMI602 Teaching Scheme (Hrs/Week) Continuous Internal Assessment (CIA) End Semester Examination Total L T P C CIA-1 CIA-2 . Banwart G. J. (1989). Basic Food microbiology, 2nd Edn. Chapman and Hall. International Thompson Publishing.

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John Stockwell is the highest-ranking CIA official ever to leave the agency and go public. He ran a CIA intelligence-gathering post in Vietnam, was the task-force commander of the CIA's secret war in Angola in 1975 and 1976, and was awarded the Medal of Merit before he resigned. Stockwell's book In Search of Enemies, published by W.W. Norton .