Influência Do Teor Em Pozolana Na Reatividade E Nas .

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Luís Miguel do Nascimento MadalenaLicenciado em Ciências de Engenharia CivilInfluência do teor em pozolana na reatividade e nascaracterísticas mecânicas de argamassasDissertação para obtenção do Grau de Mestre em EngenhariaCivil – Perfil de ConstruçãoOrientador:Co-orientadora:António Santos Silva, Investigador Auxiliar,LNECMaria Paulina Faria Rodrigues, ProfessoraAssociada, FCT-UNLJúri:Presidente:Arguente:Vogais:Prof. Doutor Válter José da Guia LúcioProfª. Doutora Cristina BorgesDoutor António Santos SilvaProfª. Doutora Maria Paulina Faria RodriguesJulho 2013i

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“Copyright” Luís Miguel do Nascimento Madalena, FCT/UNL e UNLA Faculdade de Ciências e Tecnologia e a Universidade Nova de Lisboa têm o direito, perpétuo esem limites geográficos, de arquivar e publicar esta dissertação através de exemplares impressosreproduzidos em papel ou de forma digital, ou por qualquer outro meio conhecido ou que venha a serinventado, e de a divulgar através de repositórios científicos e de admitir a sua cópia e distribuiçãocom objetivos educacionais ou de investigação, não comerciais, desde que seja dado crédito ao autore editor.v

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AGRADECIMENTOSAo Doutor António Santos Silva, Investigador Auxiliar no NMM/DM do LNEC, orientador cientificodeste trabalho, um sincero obrigado pelo apoio constante que prestou, pela persistente transmissão deconhecimentos e incentivo, pelo rigor exigido e pela acessibilidade e simpatia que sempre demonstrou.À Professora Doutora Paulina Faria, coorientadora da presente dissertação, o reconhecimentopor toda a orientação, ajuda e disponibilidade prestada.À Engenheira técnica Luzia Barracha e ao André Gameiro, gostaria de agradecer por todo o seuapoio e dedicação, ao longo do meu estudo realizado no laboratório NMM do LNEC.A todos os técnicos do Núcleo de Materiais Metálicos e do Núcleo de Revestimentos eIsolamentos do LNEC, gostaria de agradecer por toda a ajuda prestada na elaboração dos diferentesensaios.Aos meus colegas e amigos, pela partilha de conhecimentos e espirito de equipa.À Inês Carpinteiro, por me acompanhar ao longo deste percurso, no qual sempre me apoiou,sendo determinante em alguns momentos.A toda a minha família, com especial atenção para os meus pais, Luís José Madalena e AnaMaria Madalena, por me proporcionarem a possibilidade de realizar este percurso académico, pelapaciência sempre presente, pelo incentivo, apoio e compreensão ao longo os anos.i

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RESUMOA utilização de materiais ricos em sílica e/ou alumina de grande superfície específica,denominados de pozolanas, em argamassas e betões na quantidade adequada, contribuem para amelhoria das suas características, tais como as resistências mecânicas e a durabilidade.A reatividade pozolânica é definida pela capacidade que a pozolana tem em se combinar com ohidróxido de cálcio, presente na cal ou no cimento, e pode ser determinada por diferentes métodos.Foram realizadas e estudadas um conjunto de composições de argamassas que possibilitaram a análiseda influência das adições pozolânicas em diferentes teores, tendo sido comparadas as resistênciasmecânicas aos 28 e 90 dias com a argamassa de referência, sem pozolana. Como materiais pozolânicosforam utilizados o metacaulino, as cinzas de biomassa e o pó de vidro, sendo os ligantes o cimentoPortland CEM 1 - 42,5R e a cal aérea hidratada em pó. A reatividade entre os ligantes e as pozolanas foicaracterizada através dos ensaios químicos Chapelle e Fratini e pelo ensaio do índice de atividade.Este estudo visa demonstrar a influência da adição de pozolanas em diferentes teores para cada um dosensaios realizados e aferir a correlação entre eles.Com base nos resultados, as principais conclusões, detalhadas ao longo da tese, são que o ensaio deChapelle é o mais indicado para caracterizar a reatividade entre as pozolanas e a cal aérea, permitindoestabelecer a relação com as resistências mecânicas para diferentes pozolanas; o ensaio de Fratinipermite determinar a pozolanicidade de misturas de cimento com diferentes teores de pozolana mas, noentanto, os resultados obtidos neste tipo de ensaio não se correlacionam com os resultados obtidospelos outros tipos de ensaios; o índice de atividade é o mais indicado para caracterizar argamassas comdiferentes teores de pozolana pela determinação da resistência mecânica.Palavras-chave:Pozolana, Cimento Portland, Cal aérea, Ensaios de reatividade pozolânicaiii

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ABSTRACTThe use of pozzolans, which are materials rich in silica and alumina, with high specific surface,in the right quantities on lime and cement mortars enhances some of its characteristics, such as themechanical resistance and durability. The pozzolanic activity is defined by the ability to combinepozzolan and calcium hydroxide. It can be determined by different methods. Calcium hydroxide can befound both in lime and cement.Several compositions of mortar were made to analyze the influence in adding differentdegrees of pozzolans. Its mechanical resistance at the end of 28 and 90 days was compared with thereference mortar. The pozzolanic materials used were metakaolin, biomass fly ash and glass powder.The binders were Portland cement CEM I - 42,5R and hydrated air lime. Chapelle, Fratini and strengthactivity index tests were conducted to measure the reactivity between the binders and pozzolans.This work assesses the influence of adding pozzolan in different quantities through eachmethod and the correlation between the different methods.Based on the results, the main conclusions are that the Chapelle test is the most adequate tocharacterize the reactivity between pozzolan and air lime, allowing to establish a link with mechanicalresistance for different pozzolans; the Fratini test determines the pozzolanicity of cement after theaddition of different quantities of pozzolan but, however, the results obtained did not correlate with theones found using the other tests; the strength activity index is the most adequate to characterizemortar with different quantities of pozzolan by measuring the mechanical resistance.Keywords: Pozzolan, Portland cement, Air lime, Pozzolanic activity testv

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ÍNDICE GERAL1.INTRODUÇÃO . 11.1 Enquadramento . 11.2 Motivação e Objetivo do Trabalho . 21.3 Organização da dissertação . 22.ESTADO DO CONHECIMENTO . 32.1 Matérias-primas . 32.1.1 Ligantes . 32.1.1.1 Cal aérea . 32.1.1.2 Cal Hidráulica . 42.1.1.3 Cimento Portland . 52.1.2 Materiais pozolânicos . 52.1.2.1 Pozolanas Naturais . 72.1.2.2 Pozolanas Artificiais . 82.1.3 Agregados / Areias . 122.2 Argamassas Pozolânicas . 132.3 Reatividade Pozolânica . 152.4 Métodos de ensaio para avaliação da reatividade pozolânica . 162.4.1 Ensaio de Chapelle modificado . 172.4.2 Ensaio de Frattini. 182.4.3 Índice de atividade. 193.CAMPANHA EXPERIMENTAL. 213.1 Materiais . 213.1.1 Agregados . 213.1.2 Ligantes . 233.1.3 Pozolanas . 243.2 Ensaios de caracterização dos materiais e da reatividade pozolânica . 253.2.1 Baridade . 253.2.2 Ensaio de Chapelle modificado . 263.2.3 Ensaio de Fratini. 283.2.4 Índice de Atividade . 313.2.4.1 Planeamento das argamassas e amassaduras . 313.2.4.2 Consistência por espalhamento . 33vii

3.2.4.3 Realização dos provetes e condições de cura . 343.2.4.4 Resistência à flexão e à compressão . 354.RESULTADOS E DISCUSSÃO . 394.1 Resultados individuais de cada ensaio . 394.1.1 Ensaio de Chapelle . 394.1.2 Ensaio de Fratini. 404.1.3 Resistências Mecânicas à flexão e compressão . 424.1.3.1 Argamassas de cimento Portland . 434.1.3.2 Argamassas de cal aérea . 454.1.4 Índice de Atividade . 484.1.4.1 Argamassas de cimento Portland e pozolanas . 484.1.4.2 Argamassas de cal aérea e pozolanas . 504.2 Resultados comparativos entre ensaios . 534.2.1 Chapelle Vs Fratini . 534.2.2 Chapelle Vs Índice de Atividade . 564.2.3 Frattini Vs Índice de Atividade . 584.3 Avaliação da reatividade pozolânica dos materiais analisados . 635.CONCLUSÃO . 675.1 Considerações Finais . 675.2 Desenvolvimentos Futuros . 686.BIBLIOGRAFIA . 697.ANEXOS . 75ANEXO I – DRX da mistura de areias . 75ANEXO II – DRX do metacaulino . 76ANEXO III – Ficha técnica do cimento Portland. 77ANEXO IV – Ficha técnica da cal aérea . 78ANEXO V – Ficha técnica do metacaulino . 79viii

ÍNDICE DE FIGURASFigura 2.1 - Organização das pozolanas (adaptado de Massazza [1993]) .6Figura 2.2 - Montagem do ensaio de Chapelle adaptado de NF P 18-513 (2009). .17Figura 2.3 - Diagrama para a determinação da pozolanicidade segundo a NP EN 196-5. .19Figura 3.1 - Areias utilizadas. .22Figura 3.2 - Curva granulométrica das areias e da respetiva mistura. .22Figura 3.3 - Peneiração a jato de ar. .24Figura 3.4 – Filtragem. .27Figura 3.5 – Montagem do ensaio de Chapelle. .27Figura 3.6 - Titulação ácido-base. .27Figura 3.7 – Reagentes usados no ensaio de Fratini: HCl a 0,1M, EDTA a 0,03M, solução dehidróxido de sódio e indicadores de alaranjado de metilo e de calcon. .29-Figura 3.8 – Determinação da concentração de OH no ensaio de Fratini antes e após da titulação. .29Figura 3.9 – Determinação da concentração de CaO no ensaio de Fratini: solução antes e após atitulação. .30Figura 3.10 - Misturadora mecânica. .33Figura 3.11 – Determinação da consistência por espalhamento: imagem antes e depois das 15quedas. .33Figura 3.12 - Conservação do molde em saco de polietileno fechado. .34Figura 3.13 - Provetes de argamassa identificados e guardados em sala climatizada. .35Figura 3.15 - Ensaio de determinação de resistência à flexão. .36Figura 3.16 - Ensaio de resistência à compressão. .37Figura 4.1 - Resultados obtidos no ensaio de Chapelle e comparação do consumo de cal comvalor de referência da norma NF P 18-513. .39Figura 4.2 - Resultados do ensaio de Fratini para misturas de cimento com pó de vidro (PV) oucinzas de biomassa (CB).41Figura 4.3 – Resultados do ensaio de Fratini para misturas de cimento com metacaulino (MK). .42Figura 4.4 – Evolução com a idade das resistências mecânicas de argamassas de cimentoPortland e cinzas de biomassa. .44Figura 4.5 – Evolução com a idade das resistências mecânicas de argamassas cimento Portland emetacaulino. .44Figura 4.6 – Evolução com a idade das resistências mecânicas de argamassas de cimentoPortland e pó de vidro. .45Figura 4.7 Evolução com idade das resistências mecânicas de argamassas de cal aérea e cinzasde biomassa. .47Figura 4.8 – Evolução com a idade das resistências mecânicas de argamassas de cal aérea emetacaulino. .47Figura 4.9 - Resistências mecânicas das argamassas de cal aérea e pó de vidro. .48ix

Figura 4.10 - Resultado do índice de atividade aos 28 dias das argamassas de cimento Portlandcom diferentes teores de pozolana. .49Figura 4.11 - Resultado do índice de atividade aos 90 dias das argamassas de cimento Portlandcom diferentes teores de pozolana. .50Figura 4.12 - Resultados do Índice de atividade aos 28 dias das argamassas de cal aérea comdiferentes teores de pozolana. .52Figura 4.13 - Resultados do Índice de atividade aos 90 dias das argamassas de cal aérea comdiferentes teores de pozolana. .52Figura 4.14 - Relação entre o consumo de portlandite no ensaio de Chapelle e a concentração doião hidroxilo (a) e de óxido de cálcio (b) em cimentos com 10% de teor em pozolana, aos 8 dias noensaio de Fratini. .

Licenciado em Ciências de Engenharia Civil Influência do teor em pozolana na reatividade e nas características mecânicas de argamassas Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Civil – Perfil de Construção

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