UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA CENTRO DE LETRAS E .

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINACENTRO DE LETRAS E CIÊNCIAS HUMANASDEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAISPROJETO DE PESQUISAESTUDOS SOBRE RELIGIOSIDADES E MÍDIA RELIGIOSAFabio LanzaLondrinaJaneiro de 20121

SÍNTESEEste projeto de pesquisa propõe um estudo sobre as matérias “vetadas” pelos censores queatuaram durante o período da Ditadura Militar (1964-1985) junto ao jornal semanário O SãoPaulo, órgão de imprensa oficial da Arquidiocese de São Paulo. A investigação serásubsidiada pelas fontes bibliográficas e documentais. A pesquisa documental será realizadanos arquivos oficiais vinculados a Cúria Arquidiocesana de São Paulo e a FundaçãoMetropolitana Paulista (mantenedora d’O São Paulo). A perspectiva teórica-metodológicaparte da concepção que a Igreja Católica é um sujeito coletivo que pautou-se em diferentesmatrizes ideológicas expressadas frente ao contexto sociohistórico do período analisado. Emuma perspectiva qualitativa, o estudo analítico e interpretativo das matérias censuradas,selecionadas intencionalmente, promoverá a análise e interpretação do referido material paraperceber as matrizes ideológicas utilizadas nesses documentos e os vínculos com osmovimentos sociais de resistência no período; e possibilitará a organização de um arquivodocumental que será doado ao acervo do CDPH - Centro de Documentação e PesquisaHistórica da UEL. Essa proposta espera incentivar a linha pesquisa “Religiosidades, crenças emodernidades” vinculada ao Departamento de Ciências Sociais e oferecer aos discentes novaspossibilidades de investigação sociológica que colaborará com a formação acadêmicadiversificada e vinculada com as demandas emergentes oriundas dos projetos de iniciaçãocientífica ou pós-graduação. Por último, a investigação estará associada com a oferta dedisciplinas aos discentes dos cursos de Ciências Sociais e outros, em parceria com os docentesdo Laboratório de Estudos sobre as Religiões e as Religiosidades e promoverá a integraçãodas atividades de investigação com o CDPH/UEL.2

2 – TítuloESTUDOS SOBRE RELIGIOSIDADES E MÍDIA RELIGIOSA3 - Fundamentação teórico-metodológicaA produção acadêmica a respeito da Ditadura Militar (1964-1985) no Brasil, assimcomo sobre a Igreja Católica durante esse período, mesmo contemplando o estudo dasrelações entre o campo político e o campo religioso, não focou especificamente as matériascensuradas do jornal semanário O São Paulo, órgão de imprensa da Arquidiocese de SãoPaulo1.Preliminarmente, há necessidade de indicar o conceito de Igreja Católica que seráutilizado ao longo dessa proposta, que engloba tanto a perspectiva eclesiástica ou de “umainstituição hierarquizada” (MANOEL, 1998, p.8), quanto o sentido de uma reunião de fiéis,do “povo de Deus”. Nessa acepção o conceito ora se refere ao conjunto clerical e à estruturade poder da Igreja, ora a compreende como uma comunidade católica, incluindo portanto, osleigos. Outro aspecto de destaque é a heterogeneidade encontrada nessa instituição mesmo nointerior de seu clero e, também, a sua “persistência histórica (.) que supôs transformaçõesessenciais para a sua sobrevivência” (CAMARGO, 1982, p. 51).1Existem apenas duas obras que tratam sobre esta temática e possuíram os arquivos do semanário como fonte de pesquisa, ado Pe. Antônio Aparecido Pereira, que teve como recorte a imprensa e a censura e que foi defendida no Centro Internazionaleper gli Studi sull’Opinione Pubblica em Roma, em 1982, como uma “Tesi di diploma in Giornalismo” , intitulada A igreja ea censura política à imprensa no Brasil 1968-1978: com particular atenção à censura ao semanário arquidiocesano “O SãoPaulo” e a tese de doutorado pelo Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais da Pontifícia UniversidadeCatólica de São Paulo intitulada “Matrizes ideológicas dos arcebispos paulistanos (1956-1985): um olhar sob o prisma dosemanário O São Paulo”, defendida pelo proponente em 2006.3

Em meados do século XX, houve a constituição da Conferência Nacional dos Bisposdo Brasil (CNBB). Naquele momento, instaurava-se uma tendência de maior aproximação departe do clero católico às classes despossuídas, e já se observava o início de uma divisão dosbispos entre progressistas e conservadores. A partir de 1950 o Cardeal D. Carlos CarmeloVasconcelos Mota, arcebispo da Arquidiocese de São Paulo, buscou“. uma maior presença junto à população (.) Foi então que a sensibilidadede alguns religiosos e o apoio do Cardeal (.) tornaram possível a instituiçãode uma fundação que proporcionasse à missão pastoral da Igreja Paulista oinestimável concurso dos meios de comunicação social (PEREIRA, 1982, p.145”.Essa “maior presença” junto à sociedade, segundo MONTERO (1992, p.145), indica a“atuação continuada e em permanente mutação da Igreja no campo dasidéias [que] apoiou-se de maneira mais ou menos sistemática, e com grausvariáveis de eficiência, na divulgação impressa em livros, jornais ou revistas– de seus posicionamentos e interpretações”.Dessa forma, o Cardeal Mota instituiu a Fundação Metropolitana Paulista que tinhacomo proposta“propugnar pela formação cívica, moral, cultural e religiosa do povobrasileiro, através da divulgação escrita, falada e televisiva, dentro doespírito democrático e cristão da nacionalidade brasileira, mantendo paratanto, excluindo qualquer intuito lucrativo, jornais, rádios emissoras, serviçode televisão, agência noticiosa e similares” (ESTATUTOS da FundaçãoMetropolitana Paulista, art. 2º, apud PEREIRA, 1982, p. 145).Assim, em 1954, a Fundação mantinha a Rádio Nove de Julho e, em 25 de Janeiro de1956, era editado o primeiro exemplar do semanário católico “destinado a ser o órgão oficiosoda Arquidiocese” (idem), com o título O São Paulo, que passava a intensificar o papelformador da Igreja junto às lideranças da época.A partir da década de 1960, passando a atender um “apelo de João XXIII, a CNBBpublicou o Plano de Emergência, que preparou os espíritos para receber a mensagem dosdocumentos do Vaticano II” (GUIMARÃES, 1978, p.20), e propunha profundas mudanças naestrutura eclesial e na sua relação com a sociedade em geral, principalmente no que se referiaao campo político e social.4

Nessa época houve um novo posicionamento frente à constituição de uma sociedadede massas, com exigências cada vez mais amplas na área comunicacional. Como se podeobservar,a TV Globo, maior rede televisiva do País e quarta no ranking mundial, e aEditora Abril, maior casa de edição, juntas, virtualmente detêm o monopólioda produção e distribuição de “bens culturais” no mercado nacional. Essespoucos dados bastam para nos mostrar que a Igreja, mais do que entrar emconfronto direto com o Estado, que por força das condições políticas domomento ainda fizesse parte das estratégias da Igreja nos anos 60-70 [doséculo XX], precisa hoje disputar com a indústria cultural, se quiser manterainda alguma influência na produção ideológica do mundo moderno(MONTERO; DELLA CAVA, 1986, p. 65, grifos nossos).A partir dessa análise2 é compreensível a intensificação da participação daArquidiocese de São Paulo na sociedade paulistana, a partir da década de 1950, pelos meiosde comunicação, considerando a Rádio Nove de Julho e o semanário O São Paulo; inclusiveporque “setores da Igreja começam a preocupar-se com o relativo atraso da instituição no usodos meios de comunicação” (MONTERO; DELLA CAVA, 1986, p. 65). Ratificando essaanálise, o frade dominicano Carlos Josaphat afirma que “é muito importante no sentido deorientar os leigos para o compromisso social e aí há de se reconhecer a necessidade de umjornal, porque sem a imprensa não se pode fazer um bom trabalho” (JOSAPHAT, 2005).É evidente a necessidade de estudos que identifiquem o posicionamento da IgrejaCatólica frente a esse novo contexto social e comunicacional, no caso especial da “IgrejaParticular” de São Paulo.Pode-se perceber nesse contexto a importância que assumem os meios decomunicação na produção de “visões de mundo” que orientam a sociedade.Ora, poucos estudos têm focalizado o impacto da mídia moderna sobre opapel tradicional da Igreja como árbitro e definidor dos valores éticos emorais da sociedade. (MONTERO; DELLA CAVA, 1986, p. 65)Na busca de entender e formular respostas às novas demandas oriundas da cidade quese constituía, paradoxalmente, com a riqueza e a pobreza, tendo em vista o crescimento2Inclusive “Miguel Pereira (1984), diretor do Departamento de Comunicação Social da PUC-RJ, dá o sinal de alerta:‘Enquanto o terreno (dos meios de comunicação) não é coberto pela Igreja, as seitas que proliferam com gordosfinanciamentos em dólares vão aos poucos invadindo o terreno para realizar seu proselitismo fanático’” (apud MONTERO;DELLA CAVA, 1986, p. 65).5

econômico e as mazelas sociais, o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns privilegiou em sua gestãode arcebispo (1970-98) a população da periferia e os perseguidos políticos, o que envolveudiretamente os meios de comunicação da Arquidiocese.Para melhor compreender as referidas mudanças que a Igreja Católica brasileirapassou a partir da década de 1960, em especial a liderada pelo Cardeal Arns, é necessáriopautar-se na perspectiva conceitual elaborada por Sader em seu trabalho sobre os movimentossociais dos trabalhadores da Região Metropolitana de São Paulo entre 1970 e 1980, quandofoi adotado o conceito de sujeito coletivo porqueum primeiro motivo para o uso dessa noção consiste no fato de que osagentes dos movimentos sociais aqui tratados expressam uma insistentepreocupação na elaboração das identidades coletivas, como forma deexercício de sua autonomias. Neste momento, portanto, o termo aparecemais como objeto de análise do que como instrumento conceitual. Assim,na famosa assembléia do Movimento do Custo de Vida, realizada a 20 dejunho de 1976, Dom Mauro Morelli, bispo da região Sul, proclamava que“nós devemos ser sujeitos da nossa própria história” (SADER, 1988, pp. 501).Ao pensar a Igreja Católica de São Paulo como um sujeito coletivo, a partir dessereferencial, existe um “traço comum que é o fato de a noção de ‘sujeito’ vir associada a umprojeto, a partir de uma realidade cujos contornos não estão plenamente dados e em cujo deviro próprio analista projeta suas perspectivas e faz suas apostas” (SADER, 1988, p. 53).Partindo desse recorte teórico em que a Igreja Católica se constitui enquanto sujeitocoletivo e expressa seu projeto frente ao contexto sociohistórico relacionado com a análise dasmatérias vetadas das edições d’O São Paulo, é necessário entender que a pesquisa buscaráidentificar as matrizes ideológicas expressadas nos materiais que sofreram censura prévia enão foram publicados no semanário.O conceito de matriz ideológica é entendido como a base do “discurso que revela aação [e] revela também o sujeito”. Por isso, a matriz ideológica permite “a atribuição desentido às coisas”, ela é expressa no discurso (oral e escrito) (SADER, 1988, p. 57).6

Dessa forma, será possível identificar, a partir das matérias selecionadas ao longo doprocesso de investigação as matrizes ideológicas expressas, “tendo em vista que a linguagemnão é um mero instrumento neutro que serve para comunicar alguma coisa que já existisseindependente dela” (SADER, 1988, p. 57).A adoção do termo matriz ideológica também está em consonância com a definiçãoconceitual de Bruneau (1974), ao propor a distinção dos termos “teologia” e “ideologia”.Dessa forma,teologia parece indicar um conjunto de princípios gerais, abstratos, do outromundo, que permanecem eternos apenas nas aplicações mais amplas.Ideologia, por outro lado, implica mais coerência interna, racionalidade deintenção, sistemática aplicação particular, que comanda ações definidas.Pode-se dizer, é claro, que o modelo de cristandade, ou o de neocristandade,incluía uma ideologia, [. há] a orientação da ideologia para a ação,intencional e planejada, na Igreja pós-1950. Melhor ainda, era umaformulação particular de elementos tirados de uma teologia católica maisvasta, com relação a, ou com particular relevância para o Brasil, nummomento histórico especial. A ideologia formulada num processo dequestionamento: questionamento do papel da Igreja no passado, da naturezada mudança na sociedade brasileira e do papel próprio da Igreja(BRUNEAU, 1974, p. 147).Com as contribuições acima, associadas às indicações de Sader (1988), há um reforçodo conceito de matriz ideológica expressa nos discursos, ao afirmar não ser possível quetodos os discursos sejam iguais nem mesmo que derivem de uma mesmamatriz discursiva. Mas, tendo de interpelar um dado público, todo discursoé obrigado a lançar mão de um sistema de referências compartido - pelo quefala e por seus ouvintes. Constitui-se um novo sujeito político quandoemerge uma matriz discursiva capaz de reordenar os enunciados, nomearaspirações difusas ou articulá-las de outro modo, logrando que indivíduos sereconheçam nesses novos significados. É assim que, formados no campocomum do imaginário de uma sociedade, emergem matrizes discursivas queexpressam as divisões e os antagonismos dessa sociedade (SADER, 1988,pp. 59-60).Nesse sentido, se propõe identificar as matrizes ideológica adotadas nos discursos daIgreja Católica de São Paulo, expressa nas matérias que foram censuradas e que compunhama esteira das drásticas transformações no final da década de 1960 e início da seguinte.7

2.1 Sociedade, meios de comunicação e o jornal O São PauloPartindo do princípio de que a comunicação é um direito essencial ao ser humano(assim como o trabalho, o lazer, a moradia, a saúde e a educação), é possível afirmar que oEstado moderno deu conta de transformar a comunicação num direito restringido, acessívelapenas a uma minoria privilegiada economicamente, aquela que tem a posse ou a “concessão”dos MCS (MELO, 1984).Diversas formas de comunicação 3 marcam a trajetória humana, mas é necessárioindicar quehistoricamente, o direito de comunicação corresponde ao passaporte dacidadania, ao instrumento que viabiliza a integração de cada indivíduo à suacomunidade. Trata-se inegavelmente de um direito de todos – saber etransmitir, ouvir e falar, conhecer e reproduzir (MELO, 1984, p. 613).Na sociedade contemporânea, caracterizada como urbano-industrial-científica econstituída de classes sociais distintas e em constante conflito, a comunicação “assumiu umafeição de privilégio daqueles que, atuando como depositários do saber coletivo, dasexperiências acumuladas, do simbolismo agregador da vida social, tornaram-se trabalhadorescerebrais, converteram-se em intelectuais” (MELO, 1984, p. 613). Na realidade, há umprocesso de dominação a partir dos MCS sobre a maioria da população.Nesse sentido, o direito de comunicação tornou-se não apenas um privilégiode poucos, mas uma estratégia política responsável pelo controle ideológicoda sociedade [.]. O cidadão contemporâneo, que atingiu a maioridade esuperou a fase do aprendizado sistemático (escolarização), depende dosMCM [meios de comunicação de massa] para se manter sintonizado com omeio ambiente. E tudo que ele conhece ou deixa de conhecer é filtrado poressa instância de reprodução simbólica (MELO, 1984, p. 614).3No que se refere à imprensa: “as grandes mudanças que definiram os rumos da imprensa no mundo se deram nos séculosXVIII e XIX. Foi em 1710, na Inglaterra, que surgiu o conceito de copyright – direitos autorais. Em 1723, foi impresso oprimeiro livro em quadricromia, sob a supervisão de Jacques Christophe Le Blom. A obra é Il Coloritto ou The Harmony ofColouring.Nos Estados Unidos, em 1734, uma disputa judicial levou ao estabelecimento do conceito legal de liberdade deimprensa. Os últimos anos do século XVIII assistiram à invenção da litografia e das máquinas rotativas na Alemanha. Em1810, veio a público o primeiro protótipo de impressora com cilindro de forma plana, desenvolvido por Friedrich Koening eseu sócio, Andréas Bauer, também responsáveis pela instalação da primeira rotativa a vapor, no jornal londrino The Times.Mas, antes disso, o que deu sustentação ao mercado jornalístico foi a publicidade imprensa que se desenvolveu no séculoXVIII” (GONTIJO, 2004, p. 220).8

Os homens e mulheres contemporâneos4 se beneficiam da agilidade comunicacional,via rádio, Internet, transmissões televisivas simultâneas e em tempo real via satélite, vivem a“aceleração contemporânea” que provoca reações deadmiração ou de medo diante do inusitado e a dificuldade para entender osnovos esquemas e para encontrar um novo sistema de conceitos queexpressem a nova ordem em gestação.A aceleração contemporânea não escapa a esse fato. Ela é tanto maissuscetível de ser um objeto da construção de metáforas porque, para repetirJacques Attali, vivemos plenamente a época dos signos, após havermosvivido o tempo dos deuses, o tempo do corpo e o tempo das máquinas. Ossímbolos baralham, porque tomam o lugar das coisas verdadeiras(SANTOS, 1997, p. 15, grifos nossos).A agilidade comunicacional, em consonância com a “aceleração contemporânea”5,permitiu a formação de “adoradores, dubitativos ou firmes, da velocidade” (SANTOS, 1997,p. 15). Essas abordagens permitem perceber a constituição de um “sociedade global” comuma integração cultural, e ao forte mesmo tempo, desintegrada socialmente, porém sob ocontrole de pequenos grupos que controlam os Meios de Comunicação de Massa, assim comoos oligopólios e empresas transnacionais. Sobre o papel da imprensa no século XX,a Europa e a América do Norte consolidaram para o mundo o conceito dejornal e revista. O hábito de consumir informação com periodicidade em umespaço gráfico familiar e com estilo direto e objetivo, diferente da literaturaficcional, foi se disseminando cada vez mais pelas diferentes classes sociais.O fato de existir um fosso separando os interesses das elites daqueles dasclasses menos favorecidas acabou determinando diferentes formas de narrar4Vivem sob a influência da Indústria Cultural e MORIN a conceitua da seguinte forma: “. por mais diferentes que sejam osconteúdos culturais, há concentração da indústria cultural. A imprensa, o rádio, a televisão, o cinema são indústriasultraligeiras. Ligeiras pelo aparelhamento produtor, são ultraligeiras pela mercadoria produzida: esta fica gravada sobre afolha do jornal, sobre a película cinematográfica, voa sobre as ondas e, no momento do consumo; torna-se impalpável, umavez que esse consumo é psíquico. Entretanto, essa indústria ultraligeira está organizada segundo o modelo da indústria demaior concentração técnica e econômica. No quadro privado, alguns grandes grupos de imprensa, algumas grandes cadeiasde rádio e televisão, algumas sociedades cinematográficas concentram em seu poder o aparelhamento (rotativas, estúdios) edominaram comunicações de massa. No quadro público, é o Estado que assegura a concentração” (MORIN, 2002, p. 254)5“A aceleração contemporânea impôs novos ritmos ao deslocamento dos corpos e ao transporte das idéias mas, também,acrescentou novos itens à história. Junto com uma nova evolução das potências e dos rendimentos, com o uso de novosmateriais e de novas formas de energia, o domínio mais completo do espectro eletromagnético, a expansão demográfica (apopulação mundial triplica entre 1650 e 1900, e triplica de novo entre 1900 – 1984), a expansão urbana e a explosão doconsumo, o crescimento exponencial do número de objetos e do arsenal de palavras. Mas, sobretudo, causa próxima ouremota de tudo isso, a evolução do conhecimento, maravilha do nosso tempo que ilumina ou ensombrece todas as facetas doacontecer. A aceleração contemporânea é, por isso mesmo, um resultado também da banalização da invenção, doperecimento prematuro dos engenhos e de sua sucessão alucinante. São, na verdade, acelerações superpostas, concomitantes,as que hoje assistimos. Daí a sensação de um presente que foge. Esse efêmero não é uma criação exclusiva da velocidade,mas de outra vertigem, trazida com o império da imagem e a forma como, através da engenharia das comunicações, aoserviço da mídia, ela é engendrada, um arranjo delibera

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA CENTRO DE LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS . Paulo, órgão de imprensa oficial da Arquidiocese de São Paulo. A investigação será . jornal, porque sem a imprensa não se pode fazer um bom trabalho” (JOSAPHAT, 2005).

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É presidente da Imprensa Oficial, filiado ao PSBD desde 1989 e é tesoureiro da executiva estadual do partido. Maria Cristina Barbosa Storópoli Pró-reitora acadêmica e sócia da Universidade Nove de Julho (Uninove). É esposa do reitor e mantenedor da mesma universidade, Eduardo Storópoli, que é filho do fundador da instituição.

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