O CRIME DA GALERIA DE CRISTAL - Companhia Das Letras

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O CRIMEDA GALERIADE CRISTALE OS DOIS CRIMES DA MALASÃO PAULO, 1908-1928—BORIS FAUSTO1901226 crime galeria de cristal graf.indd 326/02/19 22:26

Copyright 2019 by Boris FaustoGrafia atualizada segundo o Acordo Ortográficoda Língua Portuguesa de 1990,que entrou em vigor no Brasil em 2009.CAPA E PROJETO GRÁFICORaul LoureiroFOTO DE CAPAGuilherme Gaensly/ Alamy/ FotoarenaFOTO DE QUARTA-CAPAFolhapressPREPARAÇÃOLeny CordeiroREVISÃOCarmen T. S. CostaIsabel CuryDados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)Fausto, BorisO crime da Galeria de Cristal : e os dois crimes da malaSão Paulo, 1908-1928 / Boris Fausto. — 1a ed. —São Paulo: Companhia das Letras, 2019.ISBN 978- 85- 359- 3201- 01. Crimes – História 2. Crimes e criminosos – São Paulo (SP)3. Galeria de Cristal – São Paulo (SP) 4. Imprensa – Brasil5. São Paulo (SP) – História – 1908 6. São Paulo (SP) – História– 1928 7. Violência – São Paulo (SP) I. Título.18-23171CDD- 364.10981611Índice para catálogo sistemático:1. São Paulo : Cidade : Criminalidade : Problemas sociais364.10981611Cibele Maria Dias – Bibliotecária – CRB-8/9427[2019]Todos os direitos desta edição reservados àEDITORA SCHWARCZ S.A.Rua Bandeira Paulista 702 cj. 3204532- 002 — São Paulo — SPTelefone: (11) 3707-3500www.companhiadasletras.com.brwww. blogdacompanhia m/companhiadasletrastwitter.com/cialetras1901226 crime galeria de cristal graf.indd 426/02/19 22:26

1901226 crime galeria de cristal graf.indd 5—Para Janice26/02/19 22:26

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Agradeço a Janice Theodoro da Silvae a Carlos Fausto as produtivas conversas sobreo livro em elaboração e as sugestões apósa leitura da primeira versão do texto. No mesmosentido, agradeço a Lilia Moritz Schwarcz,amiga e colega de escritos por tantos anos,fundadora da Companhia das Letras, assim comoa Otavio Marques da Costa, editor da Companhia.Sem esquecer Erica Fujito e Daniel Barcellos,responsáveis pela seleção iconográfica.Agradecimentos também ao Sérgio Fausto, pelasmúltiplas conversas sobre as tempestades políticas.1901226 crime galeria de cristal graf.indd 726/02/19 22:26

SUMÁRIO—Introdução—o crime11PARTE Ida galeriade cristal—1901226 crime galeria de cristal graf.indd 81 — O crime 272 — A Galeria de Cristal.O crime-folhetim 413 — Os personagens 464 — O enterro.A repercussão do crime.Disputas na imprensa 545 — Duas visões feministasopostas 666 — Na cadeia pública.O primeiro julgamento 767 — O segundo julgamentoe a indignada imprensacarioca 938 — Terceiro julgamento:uma batalha quase decisiva 1069 — Últimos lances 11110 — Os julgamentos de Eliziário:um final previsível 11726/02/19 22:26

—os crimesPARTE IIda mala—1 — Negócios e afetos 1252 — O crime 1343 — O sensacionalismoda imprensa. Fantasias 1414 — Rumo a São Paulo.Um “furo” fracassado 1445 — Trad e Carolina:cartas de amor? 1496 — Peripécias judiciais.Preconceitos e simpatias 1577 — O diário de Trad 1688 — Trad domina a cena 1739 — Uma longa prisão.Livre, mas vigiado 18410 — O segundo crimeda mala 18811 — Os crimes em letrae imagem 20612 — Trad, Pistone e MariaFéa em confronto 212Conclusão—217Anexos 223Notas 243Créditos das imagens 2551901226 crime galeria de cristal graf.indd 926/02/19 22:26

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INTRODUÇÃOAedição de 24 de fevereiro de 1909 do jornal O Com mer cio de São Paulo estampou na sua primeira página um título em letras garrafais: TRAGÉDIA ! Vinhamdepois os subtítulos: O CRIME DE HONTEM/ UM MOÇO ÉATTRAHIDO AO QUARTO DE UM HOTEL E BARBARAMENTEASSASSINADO. O qualificativo “tragédia” se referia aum crime de grande repercussão, e a matéria, além da primeirapágina, ocupava ainda duas colunas da página seguinte. Em seguida, desenrolava-se a narrativa, entremeada com as fotografiasposadas dos protagonistas.O delito ganhou um nome próprio — o “crime da Galeria de Cristal” — e seu relato abre este livro, seguido de111901226 crime galeria de cristal graf.indd 1126/02/19 22:26

dois eventos criminais separados por um intervalo de vinte anos, 1908 e 1928, cujas vítimas, ou seus restos mortais,foram ocultadas em malas, daí o epíteto “crimes da mala”.Por que escolhi a trinca, em meio a tantos e tantos outroscasos? Em primeiro lugar, levando em conta as possibilidades narrativas de todos eles. Depois, pelo papel relevantedesempenhado pelas mulheres, em situações diversas, emcada um dos casos; pela possibilidade de considerar a instituição do júri sob um ângulo particular; pelo tema do papelda imprensa, ao mesmo tempo como formadora e reflexo daopinião pública; pelo assunto da inserção das etnias estrangeiras na sociedade paulistana. Tudo isso tendo como panode fundo uma São Paulo hoje desaparecida, que conheci emparte, e à qual retorno sempre que possível, como homemdo século xx para quem o atual é um mundo estranho.Voltando ao espaço conferido pelos jornais da época ànarrativa dos crimes, temos aí um expressivo exemplo daacolhida dos faits divers na imprensa paulistana e do surgimento do relato sensacionalista, embora acompanhado dasdevidas justificações aos leitores.Tal tendência ganhara vulto na Europa Ocidental e nosEstados Unidos a partir de meados do século xix, quandocomeçaram a surgir jornais populares, de circulação em massa. Foi o caso, nos Estados Unidos, do New York World e doNew York Journal, praticantes do chamado jornalismo marrom. Porém o exemplo mais expressivo se encontra em LePetit Journal, publicado na França a partir de 1863, vendidopor tostões, que chegou a lançar algo em torno de 400 milexemplares, quando da ocorrência de um crime célebre, ocaso Troppmann, nome do responsável por seis assassinatosocorridos em Paris entre 1869 e 1870.121901226 crime galeria de cristal graf.indd 1226/02/19 22:26

—Rua João Brícola, sede de jornais, entre1915 e 1920. Acima, ao fundo, o Fanfulla,órgão da colônia italiana. No topo da página,O Estado de S. Paulo, 1904.1901226 crime galeria de cristal graf.indd 1326/02/19 22:26

Do outro lado do Atlântico, na provinciana São Paulo,que suspirava por Paris, algo começara a acontecer no terreno da imprensa. Na segunda metade do século xix, surgiram dois jornais que, gradativamente, transformaram osmeios de informação da cidade. Lançado em 1854, o CorreioPaulistano se afirmou como cauteloso defensor da República e do trabalho livre. Após a proclamação da República,transformou-se em porta-voz do governo, na qualidadede órgão do Partido Republicano Paulista (prp). Mais devinte anos após o lançamento do Correio Paulistano, surgiu A Província de São Paulo, em janeiro de 1875 (O Estadode S. Paulo a partir de janeiro de 1890), expressão maior doliberalismo conservador. O jornal, que assumiu com clareza a causa do republicanismo e da abolição da escravatura, tinha tiragem de 8 mil exemplares em 1890, número quechegou excepcionalmente a 18 mil, quando leitores ávidosesperavam as reportagens de Euclides da Cunha sobre asperipécias da guerra de Canudos.1Assim, os temas dos dois jornais, a princípio, estiveramligados a acontecimentos políticos que iam introduzindomudanças no país, e a uma variedade de assuntos que abrangiam desde informação do gênero diário oficial até relatosliterários. A entrada dos faits divers se deu num segundomomento, em ritmo diverso. O Estadão manteve uma linhaaustera que só dava destaque a episódios do dia a dia, emcircunstâncias excepcionais. Já o Correio Paulistano aderiuà publicação dos faits divers, embora não deixasse de cumprir, ao longo da Primeira República, seu principal papelpolítico como órgão partidário.Pioneiro entre os jornais diários a admitir toques sensacionalistas, O Commercio de São Paulo se destacou por141901226 crime galeria de cristal graf.indd 1426/02/19 22:26

—Greve no porto de Santos, 1908.Charge de O Commercio de São Pauloem defesa dos grevistas.várias peculiaridades. Em 1895, o noticioso foi adquiridopelo denodado monarquista Eduardo da Silva Prado, que otransformou em órgão da corrente. Empastelado dali a doisanos por uma “turba furiosa”, durante a guerra de Canudos,reabriu meses depois, mas acabou sendo vendido. Tornou-se um jornal com muitas ilustrações e simpático às reivindicações operárias. Nas suas edições de setembro de 1908,por exemplo, ele publicou minuciosas notícias sobre o crimeda mala e sobre a greve dos portuários de Santos, posicionando-se decididamente ao lado dos trabalhadores.151901226 crime galeria de cristal graf.indd 1526/02/19 22:26

O processo de expansão e de maior variedade de conteúdoda imprensa ocorreu em São Paulo por força de vários fatores, entre eles o enorme impulso demográfico; a transformação de alguns jornais em empresas comerciais; e as inovaçõestecnológicas como a introdução da impressora Marinoni, queproporcionou maior rapidez e qualidade à impressão dos jornais. Os noticiosos puderam, assim, divulgar acontecimentos de um dia para outro, ou no mesmo dia, quando saíamedições da tarde. A expectativa do leitor quando o jornalchegava a sua casa, ou era buscado nas ruas, era um hábito cotidiano muito aguardado. Vivemos hoje — diga-se depassagem — uma situação inversa. O suspense desapareceue o jornal de hoje parece um divulgador de notícias velhas,vítima da concorrência avassaladora da mídia digital.Mas o que se entende por faits divers, expressão traduzida literalmente para o português como “fatos diversos”?Em poucas palavras, o rótulo genérico refere-se a acontecimentos que ganham destaque quando se revestem de excepcionalidade, como os crimes sensacionais, os desastresde grande repercussão, os suicídios de pessoas notórias nãonecessariamente notáveis como senadores ou prostitutas.Durante muitos anos, os faits divers não mereceram consideração especial, até que Roland Barthes, na década de 1960,analisou sua estrutura como um relato imanente, que se fecha sobre si mesmo e não necessita de referências externas. 2Barthes toma como exemplo um assassinato. Se o crimeé político, estamos diante de uma informação parcial — amorte — cuja inteligibilidade remete necessariamente a umconhecimento exterior, que existe fora dela, antes dela eem torno dela, qual seja, o conhecimento político, por maisconfuso que possa ser. Se o crime é comum, estamos dian-161901226 crime galeria de cristal graf.indd 1626/02/19 22:26

te de um fait divers — uma informação que contém em situdo o que há por saber. Marlyse Meyer, em seu livro clássico Folhetim, endossa o pensamento de Barthes e diz numapassagem esclarecedora: “Se é impossível, hoje, ao ler umjornal antigo, compreender algum fato político sem recorrerao contexto, sem apelar para nosso conhecimento histórico,a leitura de um fait divers ainda pode, cem anos depois, causar os mesmos arrepios ou espanto”.3Encarados dessa forma, os faits divers seriam relatos autocontidos, estranhos ao âmbito da história. Não por acaso,foram os historiadores que se destacaram na crítica a essavisão, nomes como Michelle Perrot e Marc Ferro, em artigos publicados na revista francesa Annales. 4 Perrot acentuou que o relato dos crimes sensacionais não pode ser tidocomo atemporal porque ele varia no espaço e no tempo: osensacional de 1830 — diz ela — não é o de 1880, nem muitomenos o de 1980. Os faits divers são a epopeia do insignificante. Seu retorno com força, hoje, nas mídias e nas ciênciassociais, inscreve-se num mesmo movimento: valorizaçãodo privado, busca do íntimo, fascinação pelo segredo, gosto pela autobiografia, pelo detalhe, pelo triunfo do sujeito.Ao mesmo tempo, a entrada dos faits divers no campo dahistória tem muito a ver com a “vocação imperialista” dadisciplina, que incorporou novos temas — o crime e a criminalidade, a vida cotidiana, as sensibilidades de toda natureza —, valorizando o indivíduo e a vida privada.Dois dos três crimes tratados neste livro — o primeirocrime da mala e o da Galeria de Cristal — situam-se numperíodo histórico que ficou conhecido por mais uma denominação francesa: a belle époque, época de mudança cultural, de invenções e inovações, vivida pelos países da Europa171901226 crime galeria de cristal graf.indd 1726/02/19 22:26

Ocidental entre o fim da guerra franco-prussiana de 1871 ea Primeira Guerra Mundial.Com traços específicos, ela abrangeu também os EstadosUnidos e a periferia do mundo capitalista, como é o caso doBrasil, sem que se reduza a um simples transplante sociocultural. Focalizando a cidade de São Paulo, a introdução denovas invenções e o rápido crescimento paulistano aceleraram — é bem o termo — o ritmo da vida. Em poucos anos,surgiram os automóveis, os telefones, os bondes elétricos. Apartir de 1905, ruas do centro receberam a energia elétricaa cargo da Light — o “polvo canadense” —, em substituição aos lampiões de gás que, entretanto, se mantiveram nosbairros distantes até por volta de 1930. Os automóveis, introduzidos por Santos Dumont em 1891, ao trazer um carroPeugeot da França, eram peça de luxo, acessível a um núcleo restrito de famílias muito ricas; os telefones se restringiam aos palacetes, às grandes casas comerciais e bancos docentro da cidade, aos consultórios de profissionais de muitoprestígio. Entre todos os inventos, foi o bonde elétrico queprovocou o maior entusiasmo da população. O automóvelera apenas um brinquedo veloz de gente abastada, enquantoo bonde elétrico, em substituição ao puxado pelos indolentesburros, representava um ganho coletivo. É bem verdade quenesse campo São Paulo não tinha a primazia. Quando a primeira linha Barra Funda-Largo São Bento foi inaugurada,em 7 de maio de 1900, Rio de Janeiro, Salvador e Manaus jácontavam com os elétricos, mas nem por isso o entusiasmona capital paulista foi menor. Em suas memórias, Oswald deAndrade, na época com dez anos, fala do clima provocadopela chegada da invenção a São Paulo:181901226 crime galeria de cristal graf.indd 1826/02/19 22:26

Uma febre de curiosidade tomou as famílias, as casas, os grupos. Como seriam os novos bondes que andavam magicamente, sem impulso exterior? Eu tinha notícia pelo pretinhoLázaro, filho da cozinheira de minha tia, vinda do Rio, queera muito perigoso esse negócio de eletricidade. Quem pusesse os pés nos trilhos ficava ali grudado e seria esmagado facilmente pelo bonde. Precisava pular.5—Inauguração de bonde no Bom Retiro, em 1900.Entretanto, as comodidades e prazeres da belle époquese concentraram na elite e em estratos da classe média, quetratava de imitar os padrões da primeira. Marcos típicos dasdiferenças de classe eram, de um lado, o bairro dos CamposElíseos e a nascente avenida Paulista; de outro lado, o bairrodo Brás e adjacências, que representavam o mundo de “além-porteiras”. Estas, como os antigos paulistanos se lembram,eram as porteiras que se abriam e se fechavam na avenida Rangel Pestana para a passagem dos trens da São Paulo Railway(spr), bloqueando o trânsito da avenida por muitos minutos.191901226 crime galeria de cristal graf.indd 1926/02/19 22:26

Protótipo da pobreza, dos cortiços, da gente rude que“não tinha modos”, o Brás pulsava de vida com o afluxo deimigrantes italianos e espanhóis. Já nesses primeiros anos doséculo xx, o povo do Brás encontrava tempo para festas nosdias dos santos de devoção, no sincrético Carnaval, nas óperas e operetas encenadas no grande orgulho do bairro, o Teatro Colombo, inaugurado em 1908. Mas a grande atração detodos os domingos eram as sessões do cinematógrafo, anunciadas com destaque pelos jornais. Numa tarde, exibiam-sedez ou mais filmes, todos de curta-metragem. O preço dasentradas era acessível e os jovens casais, com os devidos cuidados, podiam trocar carícias no escurinho protetor. Maisainda, o sucesso do cinematógrafo se explica porque o enredo dos filmes era muitas vezes inspirado num fait divers, emque os crimes sensacionais tinham um lugar de relevo.—Teatro Colombo, na entrada do Brás, em 1952.201901226 crime galeria de cristal graf.indd 2026/02/19 22:26

o crime da galeria de— cristal. Introdução— 11. 1 — O crime. 27. 2 — A Galeria de Cristal. O crime-folhetim. 41. 3 —s personagens O. 46. 4 — O enterro. A repercussão do crime. Disputas na imprensa. 54. 5 — Duas visões feministas opostas. 66. 6 — Na cadeia pública. O primeiro julgamento. 76. 7 — O segundo julgamento e a .

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