APOSTILA DE MECÂNICA DOS FLUIDOS

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HSN002 – Mecânica dos FluidosProfª Maria Helena Rodrigues GomesFaculdade de EngenhariaUniversidade Federal de Juiz de ForaAPOSTILA DE MECÂNICA DOSFLUIDOSAutora: Maria Helena Rodrigues GomesProfessora do Dep. Eng. Sanitária e Ambientalda Faculdade de Engenharia da UFJF1

HSN002 – Mecânica dos FluidosProfª Maria Helena Rodrigues GomesFaculdade de EngenhariaUniversidade Federal de Juiz de ForaCAPÍTULO 1 – CONCEITOS FUNDAMENTAIS1.1 – Mecânica dos FluidosA mecânica dos fluidos trata do comportamento dos fluidos em repouso ou emmovimento e das leis que regem este comportamento. São áreas de atuação da mecânicados fluidos: Ação de fluidos sobre superfícies submersas, ex.: barragens; Equilíbrio de corpos flutuantes, ex.: embarcações; Ação do vento sobre construções civis; Estudos de lubrificação; Transporte de sólidos por via pneumática ou hidráulica, ex.: elevadoreshidráulicos; Cálculo de instalações hidráulicas, ex.: instalação de recalque; Cálculo de máquinas hidráulicas, ex.: bombas e turbinas; Instalações de vapor, ex.: caldeiras; Ação de fluidos sobre veículos – Aerodinâmica.1.2 - FluidoPode-se definir fluido como uma substância que se deforma continuamente, isto é,escoa, sob ação de uma força tangencial por menor que ele seja.Figura 1.1: Força tangencial agindo sobre um fluidoO conceito de fluidos envolve líquidos e gases, logo, é necessário distinguir estasduas classes: “Líquidos é aquela substância que adquire a forma do recipiente que acontém possuindo volume definido e, é praticamente, incompressível. Já o gás é uma1

HSN002 – Mecânica dos FluidosProfª Maria Helena Rodrigues GomesFaculdade de EngenhariaUniversidade Federal de Juiz de Forasubstância que ao preencher o recipiente não formar superfície livre e não tem volumedefinido, além de serem compressíveis.Figura 1.2: Fluido: gás e líquido1.2.1 – Propriedade dos Fluidosa) massa específica : a massa de um fluido em uma unidade de volume é denominadadensidade absoluta, também conhecida como massa específica (kg/m3) (“density”)ρ mV m massasendo V volume(1.1)b) peso específico : é o peso da unidade de volume desse fluido (N/m3) (“unit weight”)- para os líquidos- para os gases GV G pesosendo V volume P - pressão absoluta (kgf/m 2 )P γ sendo R - constantel do gásRT T - temperatura absoluta (º C) (1.2)(1.3)O peso específico pode ser expresso nos diferentes sistemas de unidades, comosegue:Sistema M K * S : kgfm3NSistema M KS: 3 (S.I.)mdSistema C.G.S. : cm 32

HSN002 – Mecânica dos FluidosProfª Maria Helena Rodrigues GomesFaculdade de EngenhariaUniversidade Federal de Juiz de ForaComo exemplo de valores de peso específico para alguns fluidos tem-se:Água: 1000 kgf/m³ 10000 N/m³Mercúrio: 13600 kgf/m³ 136000 N/m³Ar: 1,2 kgf/m³ 12 N/m³OBS: Relação entre e γ G m g γ ρgV V(1.4)c) peso específico relativo rγr GG H 2OG γ G γV V sendo G H 2O G H 2O γ H 2O VH 2O γ H 2O VH 2O Substituindo γ ρgγVγ γr γr sendo γ H 2O VH 2Oγ H 2O γ H O ρ H O g2 2daí :γr ρgρ H 2O g γr ρρ H 2O(1.5)Exemplo de valores de peso específico relativo para alguns fluidos tem-se:Água: r 1Mercúrio: r 13,6Ar: r 0,0012d) volume específico VsVs G pesoV 1 sendo G V volume(1.6)3

HSN002 – Mecânica dos FluidosProfª Maria Helena Rodrigues GomesFaculdade de EngenhariaUniversidade Federal de Juiz de ForaO volume específico pode ser expresso nos diferentes sistemas de unidades, comoSistema M K * S : segue:m3kgfm3(S.I.)Ncm 3Sistema C.G.S. : dSistema M KS: e) compressibilidadeA compressibilidade de um fluido depende do módulo de compressibilidadevolumétrico vol. Um fluido será mais ou menos compressível de pendendo do valor de vol, nunca incompressível. Pode-se também usar o conceito de escoamentoincompressível, isto é, um escoamento de um fluido no qual a massa específica temvariação desprezível devido às pequenas variações na pressão atmosférica.Sempre que se tratar de um escoamento incompressível, ou, idealmente, de umsistema com fluido incompressível, a massa específica será considerada constante.A compressibilidade volumétrica de um fluido é definida pela relação entre oacréscimo de pressão dP e o decréscimo do volume –dV. Como a variação dV de pendedo volume V, o módulo de compressibilidade volumétrica é definido por:ε vol VdPdVUnidade :kgfm2(1.7)O módulo de compressibilidade varia muito pouco com a pressão, entretanto, variaapreciavelmente com a temperatura. Os gases têm vol muito variável coma pressão ecom a temperatura.g) elasticidadeÉ a propriedade dos fluidos de aumentar o seu volume quando se diminui apressão, Berthelot, em 1850, descobriu essa propriedade também para os líquidos poispara os gases, a propriedade já era bem conhecida:dV dP Pfinal Pinicial 01VdP ;E dV 0unidade : kgf/m 2Onde: E é o módulo de elasticidade volumétrico (kgf/m2) R gás (1.8)1E4

HSN002 – Mecânica dos FluidosProfª Maria Helena Rodrigues GomesFaculdade de EngenhariaUniversidade Federal de Juiz de Fora1.3 - Equação Geral dos Gases PerfeitosÉ a forma simplificada de relacionar o volume de um gás e a variáveis comotemperatura e pressão. Por meio da hipótese de gás perfeito, a teoria cinética dos gasespermite estabelecer uma constante universal dos gases R, que no SI, possui o seguintevalor:R 8,314510N.mmol. K(1.9)A equação dos gases perfeitos é uma relação entre a pressão absoluta, o volumeespecífico molar e a constante universal dos gases:PV nRT(1.10)Onde: n é uma forma de quantificação da matéria em número de moles. O número demoles n pode ser obtido como:n mM(1.11)Onde m é a massa total; M é a massa molecular do gás (kg/mol).Substituindo a equação (1.11) em (1.10):PV mR gás T sendo R gas Sendo Rgás a constante particular do gás, nas unidadesRM(1.12)N.mkg. KPara uma mesma massa de gás sujeita às condições diferentes:P1 V1 P2 V2 wR cons tan teT1T2P1 V1 P2 V2V 1 R wT1wT2w (1.13)P1P 2 R cons tan te T1 T25

HSN002 – Mecânica dos FluidosProfª Maria Helena Rodrigues GomesFaculdade de EngenhariaUniversidade Federal de Juiz de ForaPara condições isotérmicas, ou seja, para uma mesma temperatura (T1 T2):P1 V1 P2 V2 P1 V1 P2 V2T1T2(1.14)Para condições adiabáticas, ou seja, não ocorre troca de calor:R gasP1 V1 P2 V2 gasRP1 V2 P 2 V1 T2 P2 T1 P1 R gas(1.15)R gas1.4 - Atmosfera PadrãoA atmosfera terrestre é constituída de uma mistura de gases com alta predominânciade nitrogênio e oxigênio que formam o que denominados de ar. Nas condições próximasao nível do mar tem-se: 79% de nitrogênio ar 21% de oxigênio demais gases porcentagem desprezível As condições físicas atmosféricas são variáveis em função da localizaçãogeográfica e do tempo. A pressão e a temperatura dependem da altura em relação aonível do mar, além de apresentarem forte característica sazonal.Para uniformizar os estudos que dependem das condições atmosféricas adota-seum valor-padrão para as condições normais e pressão e temperatura que se aproximamdos valores encontrados na atmosfera real e constituem a atmosfera-padrão. Os valoresda atmosfera-padrão, no nível do mar (NM) são:PNM 760 mmHg 102,325 KPaTNM 15 C 288 C 1,2232 kg/m3 11,99N/m3 1,777 x 10-5 N.s/m26

HSN002 – Mecânica dos FluidosProfª Maria Helena Rodrigues GomesFaculdade de EngenhariaUniversidade Federal de Juiz de ForaA temperatura do ar, na atmosfera, decresce com a altura. A relação entre atemperatura (T) em graus Kelvin ( K) e a altura (z) em metrosT( K) 288 - 0,006507z(1.16)1.5 - PressãoA pressão, uma das grandezas mais importantes, é definida como a relação entrea força aplicada, perpendicularmente, sobre uma superfície e a área dessa superfície.Uma força tangencial agindo sobre uma superfície provoca uma tensão tangencial τ nasuperfície. Portanto, uma força normal agindo sobre uma superfície também provocatensão normal denominada pressão e indicada pela letraFigura 1.3: Esquema representativo da definição de pressãoPara melhor entendermos o conceito consideremos: Um cilindro no vácuo cheio defluido, fechado em uma extremidade e munido de um pistão em outra, mantendo o fluidoconfinado no cilindro.Figura 1.4: Esquema do cilindro para definição do conceito de pressãoO fluido age sobre toda a face do pistão, a reação é distribuída ao longo da face,gerando uma tensão normal que é uma medida da pressão do fluido sobre o pistão. Apressão é uma grandeza escalar não tendo direção e sentido associados. A força que apressão causa no pistão é sempre de compressão e perpendicular à área onde age. A força depressão é calculada por:7

HSN002 – Mecânica dos FluidosProfª Maria Helena Rodrigues GomesFaculdade de EngenhariaUniversidade Federal de Juiz de Fora a vetor associado à direção perpendicular à superfície considerad a (1.17)FP PadA A áreadasuperfícieA F forçadepressão PA unidade de pressão é definida pela relação entre as unidades de força e área e,no SI é dada por F P A N Pam2(1.18)1.6 – Tensão Superficial e CapilaridadeTensão superficial é a propriedade de a camada superficial exercer tensão e é aforça necessária para manter o comprimento unitário do filme em equilíbrio. Logo, suaunidade é formada pela relação entre força e comprimento.A tensão superficial também é importante no fenômeno da capilaridade, no qualintervém em conjunto com a capacidade de molhamento e adesão do líquido. Em umlíquido que molha a superfície, a adesão é maior que a coesão e a ação da tensãosuperficial faz aparecer uma força que eleva o nível do líquido nas imediações de umaparede vertical. Se o líquido não molha a superfície, a tensão superficial épreponderante e força o nível a abaixar junto à parede vertical. Em tubos verticais depequeno diâmetro imersos em água a superfície assume forma esférica e é denominadamenisco. Para a água a forma do menisco é côncava e a tensão superficial força olíquido a se elevar no tubo, já para o mercúrio, que não molha a parede, o líquido éforçado a descer e essa variação do nível é denominada depressão ou elevação capilar eeste fenômeno é denominado de capilaridade. (ROMA, 2003)Figura 1.5: Capilaridade em tubos de diâmetros diferentes8

HSN002 – Mecânica dos FluidosProfª Maria Helena Rodrigues GomesFaculdade de EngenhariaUniversidade Federal de Juiz de Fora1.7 – Escoamento de um Fluido em um TuboExistem várias camadas que se deslocam com velocidades diferentes, sendo avelocidade igual a zero junto à parede do tubo e máxima na parte central. Surgem,então, dois tipos de atrito:a) Atrito externo: resistência ao deslizamento do fluido ao longo de superfícies sólidas;b) Atrito interno ou viscosidade: resistência ao deslocamento mútuo das partículas dofluido.1.8 – Viscosidade ou Atrito InternoDurante o escoamento de um fluido observam-se um relativo movimento entesuas partículas, resultando um atrito entre as mesmas. Viscosidade ou Atrito Interno é apropriedade que determina o grau de resistência do fluido à força cisalhante, ou seja,resistir à deformação. Sejam duas placas largas e paralelas separadas por uma películade um fluido com espessura y.Figura 1.6: Esquema representativo da ação da viscosidadeLei de Newton força de atrito: F . A. Vy(1.19)Onde: F é a força tangencial; A é a área; y é a espessura do fluido; ΔV é a velocidade e μ éo coeficiente de viscosidade dinâmica ou absoluta, característica de cada fluido. DEPENDEDA TEMPERATURA.Mas a resistência à deformação, chamada de resistência viscosa, é dada por: F V Ay(1.20)1.9 – Viscosidade EspecíficaÉ a relação entre a viscosidade do fluido e da água a 20 C e 1 atm. esp fluido20 º C ,1atm água(1.21)9

HSN002 – Mecânica dos FluidosProfª Maria Helena Rodrigues GomesFaculdade de EngenhariaUniversidade Federal de Juiz de Fora1.10 – Viscosidade Cinética ou CinemáticaÉ a relação entre a viscosidade absoluta ou dinâmica e a massa específica do fluido. υ viscosidad e cinemática onde μ viscosidad e absoluta ρ massa específica(1.22)1.11 – Medidas de Viscosidadea) Viscosímetro de Michael (cilindros concêntricos): mede a viscosidade absoluta oudinâmica. Para os líquidos, quanto mais elevada for a temperatura, menor será aviscosidade e para os gases, temperaturas elevadas fornecem maiores valores para aviscosidade.Figura 1.7 – Viscosímetro de Michael k - constante do aparelho kMt μ viscosidade absoluta L L - comprimento da corda t - tempo que a massa leva para percorrer um comprimento L(1.23)b) Viscosímetro de Saybott: mede a viscosidade cinemática1,798)t1,798 (cm 2 / s) 0,002197 t t (m 2 / s) 10 4 (0,002197 t (1.24)t é o tempo de escoamento, t 32sFigura 1.8: Viscosímetro deSaybott10

HSN002 – Mecânica dos FluidosProfª Maria Helena Rodrigues GomesFaculdade de EngenhariaUniversidade Federal de Juiz de Fora1.12 – Classificação de fluidos – Newtonianos ou não - NewtonianosOs fluidos que obedecem à equação de proporcionalidade (eq.1.20), ou seja,ocorre uma relação linear entre o valor da tensão de cisalhamento aplicada e avelocidade de deformação resultante, quer dizer, o coeficiente de viscosidade dinâmicaµ constante, são denominados fluidos newtonianos, incluindo-se a água, líquidos finosassemelhados e os gases de maneira geral. Os fluidos que não seguem esta equação deproporcionalidade são denominados fluidos não-newtonianos e são muito encontradosnos problemas reais de engenharia civil, como exemplos citam-se: lamas e lodos emgeral. Neste tipo de fluido não ocorre uma relação linear entre o valor da tensão decisalhamento aplicada e a velocidade de deformação angular(AZEVEDONETTO, 2007). Encontram-se divididos em três tipos: (i) a viscosidade não varia com oestado de agitação, obedecem a uma lei semelhante e neste caso o coeficiente deviscosidade cinemática µ está elevado a uma potência; (ii) os tixotrópicos em que aviscosidade cai com o aumento da agitação. Quando em bombeamento podem sertratados como fluidos newtonianos, ex: lodos adensados de estações de tratamento deesgoto, e (iii) os dilatantes, em que a viscosidade aumenta com o aumento da agitação,ex: melado da cana de açúcar.1.13 - Fluidos PerfeitosÉ definido como aquele fluido que em repouso goza da propriedade de isotropia,isto é, em torno de um ponto os esforços são iguais em todas as direções. Sãoconsiderados fluidos sem viscosidade e incompressíveis, características essas quereforçam o conceito de fluido perfeito, no qual a densidade é uma constante e existe oestado isotrópico de tensões em condições de movimento. Na prática, o fluido perfeitonão existe, ou seja, na natureza, sendo, portanto, uma abstração teórica, mas em umgrande número de casos tal consideração torna-se prática quando, por exemplo,assumimos a água como fluido perfeito para efeito de cálculos expeditos.1.14 – Unidade Técnica de MassaSuponha que um corpo seja submetido a uma força de 1 kgf e adquira aaceleração de 1 m/s2, então, a sua massa é igual a 1 unidade neste sistema, ou seja, 1Unidade Técnica de Massa (1 kgf 1 (unidade de massa) x 1 m/s2).11

HSN002 – Mecânica dos FluidosProfª Maria Helena Rodrigues GomesFaculdade de EngenhariaUniversidade Federal de Juiz de ForaNo MKS, neste sistema a força é uma unidade derivada então a unidade Newtonpode ser definida como a força atuante sobre uma massa de 1kg quando esta adquireuma aceleração de 1m/s2 (1(unidade de força) 1kg X 1m/s2).Comparando a unidade Newton com a UTM:Dado 1 litro de água a 4ºC, para o sistema MKS este terá massa igual a 1kg epeso igual a 9,8N e para o sistema MKS* terá massa igual a 1/9,8UTM e peso igual a1kgf.Figura 1.9: Esquema ilustrativo para comparação das unidades de medida no MKS e no MKS*A massa de 1kg no MKS pesa 9,8N mas no MKS* pesa 1kgf porque:No MKS:o peso de 1kg 1kg X9,8m/s2 9,8NNo MKS*: o peso de 1kgf mX9,8 m/s2 m 1/9,8utm.1.15 - Conversão de Unidades1Pa 1Nkgf 1 22mcmkgfkgf 1000 2 1,1013x10 5 Pa2cmmNkgfkgf1M Pa 10 6 Pa 10 6 2 10 5 2 10 2 100mcammcmdynalb1 0,1 Pa1 6,9x103 Pa2cmpol21atm 10,33mca 11 litro 1 m331 m 100 cm 1000 mmkg10 g 2 10 P , sendo P Poisem.s 10 cm.sg100centipoise 1P 1cm.s1 kgf 9,81 N1 UTM 9,8 kg11P 0,1N.sm21 N 10 5 dyna12

HSN002 – Mecânica dos FluidosProfª Maria Helena Rodrigues GomesFaculdade de EngenhariaUniversidade Federal de Juiz de ForaCAPÍTULO 2 – ESTÁTICA DOS FLUIDOS2.1 – Estática dos FluidosConsidera-se um fluido em repouso quando não há velocidade diferente de zeroem nenhum dos seus pontos e, neste caso, esta condição de repouso é conhecida porHidrostática. Os princípios da Hidrostática ou Estática dos Fluidos envolvem oestudo dos fluidos em repouso e das forças sobre objetos submersos.2.1.1 – Lei de StevinO equacionamento matemático se dá através da Equação Fundamental daHidrostática - Lei de Stevin. Este equacionamento consiste no equilíbrio das forçassobre um elemento de volume infinitesimal em forma cúbica, definido no planocartesiano de coordenadas obtendo-se a distribuição das forças de pressão e as forças deação a distância agindo sobre o elemento. Como o elemento está em repouso, osomatório das forças de pressão e das forças de ação a distância é igual a zero(Figura 2.1). (ROMA, 2003)Figura 2.1 – Forças de pressão em um elemento de volume (ROMA, 2003)Da figura, tem-se: p p p p p x dx dydze x p p y dy dxdz e y p p z dz dxdy e z mge z 0 em que e x , e y e e z são os versores nas três direções coordenada s.(2.1)13

HSN002 – Mecânica dos FluidosProfª Maria Helena Rodrigues GomesFaculdade de EngenhariaUniversidade Federal de Juiz de ForaSimplificando a equação (2.3), chega-se a: p p pdxdydze x dydxdze y dzdxdye z mge z 0 x y zsubstituindo m por dxdydz e simplificando os fatores comuns, chega - se a : p p p ex e y ez gez 0 x y z(2.2)De forma compacta, pode-se expressar a eq. 2.1 empregando o conceito de gradiente de um escalar e do operador Nabla p gz 0(2.3)A equação 2.1 (ou 2.3) é conhecida como Equação Geral da Estática dos Fluidos.Dessas equações infere-se que a pressão não depende de x e de y, ou seja, a pressão emum plano horizontal é constante. Logo: p 0; x p 0; y p g z(2.4)Sendo a pressão constante em x e de y, ela é função apenas de z, logo a eq. 2.4 pode ser escritana forma:dp g;dz(2.5)Conclusões:1 – A diferença de pressões entre 2 pontos de uma massa líquida em equilíbrio éigual à diferença de profundidade multiplicada pelo peso específico.2 – No interior de um fluido em repouso, pontos de uma mesma profundidadesuportam a mesma pressão.14

HSN002 – Mecânica dos FluidosProfª Maria Helena Rodrigues GomesFaculdade de EngenhariaUniversidade Federal de Juiz de Fora2.1.2 - Aplicações da Equação Fundamental da Hidrostática (AZEVEDO NETO, 1985)a) Vasos Comunicantes: “A altura de um líquidoincompressível em equilíbrio estático preenchendodiversos vasos comunicantes independe da forma dosmesmos.”Figura 2.2: Princípio dosVasos Comunicantesb)PressãoContrao Fundo do Recipiente:Considerando somente a pressão exercida pelo fluidono fundo do recipiente.P h F h F hAA(2.6)Onde F é a força que atua no fundo do recipiente e A éFigura 2.3: Pressão contrao fundo do recipientea área do fundo do recipiente onde atua a força.c) Equilíbrio de dois líquidos de densidadesP1 P 2diferentes: 1 h A 2 h 'A 1 h B 2 h 'B 1 h A h B 2 h 'B h 'A 1 h A h B 2 h 'A h 'B 0donde :hA hB 0 hA hBh 'A h 'B h 'A h 'BFigura 2.4: Tanque com fluidos de densidades diferentes(2.7)Conclusões: As camadas se superpõem na ordem crescente de suas densidades sendoplana e horizontal a superfície de separação. Os fluidos de densidades menores ficamacima dos fluidos de densidades maiores.d) Vasos comunicantes com líquidos de densidadesdiferentesP1 P 2 1h 1 2 h 2(2.8) 1 h 2 2 h1Figura 2.5 – Vasos comunicantes com líquidos dedensidades diferentes15

HSN002 – Mecânica dos FluidosProfª Ma

Onde: E é o módulo de elasticidade volumétrico (kgf/m2) E 1 R . suas partículas, resultando um atrito entre as mesmas. Viscosidade ou Atrito Interno é a propriedade que determina o grau de resistência do fluido à força cisalhante, ou seja, resistir à deformação. Sejam duas placas larga

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