Influência Do Teor De Grafeno Nas Propriedades Do .

2y ago
18 Views
2 Downloads
2.63 MB
60 Pages
Last View : 8d ago
Last Download : 3m ago
Upload by : Madison Stoltz
Transcription

DEPARTAMENTO DEENGENHARIA MECÂNICAInfluência do teor de grafeno nas propriedadesdo polipropileno isotáticoDissertação apresentada para a obtenção do grau de Mestre em Engenharia doAmbiente na Especialidade de Tecnologia e Gestão do AmbienteInfluence of graphene content on the properties ofisotactic polypropyleneAutorRita Isabel Sousa e SilvaOrientadorMaria Teresa Freire VieiraJúriPresidenteProfessor Doutor Adélio Manuel Rodrigues GasparProfessor Auxiliar da Universidade de CoimbraVogaisProfessora Doutora Ana Paula da Fonseca PiedadeProfessora Auxiliar da Universidade de CoimbraOrientadorProfessora Doutora Maria Teresa Freire VieiraProfessora Catedrática da Universidade de CoimbraCoimbra, maio, 2017

Influência do teor de grafeno nas propriedades do polipropileno isotáticoAgradecimentosI am enough of an artist to draw freely upon my imagination. Imagination is moreimportant than knowledge. Knowledge is limited. Imagination encircles the world.Einstein Viereck interview, 1929.Aos meus pais.

Influência do teor de grafeno nas propriedades do polipropileno isotáticoAgradecimentosAgradecimentosA realização da presente dissertação de mestrado apenas foi possível com oapoio de certas pessoas que merecem o meu sentido reconhecimento, obrigada a todas elas.Em primeiro lugar à Professora Doutora Teresa Vieira pela oportunidade,disponibilidade e estímulo em todo o desenvolvimento do meu trabalho, pela orientação ededicação ao longo de toda a dissertação.Ao Professor Doutor António Pontes e à Engenheira Andreia Vilela do PIEPpela recetividade, assim como ao Engenheiro Rúben Santos da FEUP pela constantedisponibilidade.Aos meus colegas do Laboratório do Departamento de Engenharia Mecânica edo Laboratório de Ensaios, Desgaste e Materiais do IPN por me fazerem questionar eprincipalmente pela boa companhia, bom ambiente, companheirismo e entreajuda.Aos meus amigos, aos que trouxe e levarei sempre comigo e aos que Coimbrame deu, por todas as vivências e partilhas, pela preocupação e motivação e por conseguiremsempre encurtar as distâncias, eles sabem quem são.Aos meus pais, porque sem eles nada seria possível, por me apoiarem em todasas decisões e motivarem a cada passo. Obrigada por acreditarem.À Rafaela, ao Camilo e à Dalila por serem o meu lar mesmo fora de casaobrigada pela paciência e ajuda incansável.Ao Marcos, pela constante persistência, força, motivação e por me mostrarsempre o melhor de mim e nunca me deixar desistir.Rita Isabel Sousa e Silvai

Influência do teor de grafeno nas propriedades do polipropileno isotáticoResumoResumoEste trabalho de investigação tem como principal objetivo contribuir para aprodução e caracterização de nanocompósitos constituídos por polipropileno isotático egrafeno multicamada (iPP/MLG). O grafeno e seus derivados apresentam inúmerasaplicações nas mais variadas áreas, em particular na engenharia. Grande parte dos resíduosprovenientes da indústria dos moldes são elétrodos de grafite, e é a partir deles que sepretende futuramente obter derivados de carbono, com caraterísticas próximas das dografeno, de modo a obter um compósito económico com propriedades desejáveis para ummelhor desempenho, contribuindo para uma economia circular. Após este estudo base oobjetivo é dar uma nova vida à grafite disponível nos elétrodos usados na maquinagem poreletroerosão (EDM), que geralmente são depositados em aterro.A obtenção dos nanocompósitos iPP/MLG passou por três etapas (P1, P2, P3)onde se variaram os teores de reforço usado, as condições de processamento e o tipo decaracterização. A mistura foi realizada no estado líquido, o teor de MLG variou entre 0 e4,6%(m/m) e sujeita a moldação por injeção.A viscosidade aparente diminui até um valor em função do teor de MLG (1,2%(m/m)). Quanto ás propriedades mecânicas do conjunto P3, que apresenta condições deinjeção melhoradas, o módulo de elasticidade (à flexão e à tração) dos provetes sem reforçoapresentou valores esperados mas a adição de MLG não contribuiu positivamente para estapropriedade. Com apenas 0,5% (m/m) de reforço o módulo de elasticidade diminui para 54%isto pode ser justificado pelo facto de a adição de MLG alterar as propriedades reológicasdo material. A resistência à tração apresentou valores baixos contrariamente ao que eraesperado, a tensão de rutura revelou valores ligeiramente superiores para os compósitos edesvios padrão significativos evidenciando uma baixa homogeneidade e finalmente oalongamento à rutura, como era de esperar, diminuiu significativamente com a adição deMLG passando de um alongamento de 200% para 10%. A avaliação da porosidade veiosustentar a razão do comportamento dos materiais quanto as suas propriedades mecânicas.Palavraschave:Rita Isabel Sousa e SilvaGrafeno multicamadas (MLG); Polipropileno; Nanocompósitospoliméricos; Propriedades mecânicas; Viscosidade aparente;Porosidade.ii

Influência do teor de grafeno nas propriedades do polipropileno isotáticoAbstractAbstractThe main objective of this research is the production and characterization ofnanocomposites composed by isotactic polypropylene and multilayer graphene (iPP/MLG).Graphene and its derivatives have countless applications in various areas, particularlyengineering. Much of the graphite residues come from mold industry, and it is intended toget, in the near future, carbon-based nanoparticles out of these residues, with characteristicsclose to graphene, in order to get an economic composite with desirable properties for betterperformance, contributing to circular economy. The goal, after this base study is to give newlife to the graphite electrodes that would be deposited in landfills.The final iPP/MLG nanocomposites were produced in three stages (P1, P2, P3),where it was varied the content of reinforcement material, processing parameters andcharacterization conditions. The composites were produced from melt blending, the MLGcontent ranged from 0 wt% to 4,6 wt% and directed to injection molding.The apparent viscosity decreases in function of the MLG content (1.2 wt%). Asto mechanical properties of the set P3, which has the injection conditions improved, themodulus of elasticity (in flexion and traction) of de PP without reinforcement presents valuesconsidered appropriate, and the addition of MLG did not contribute positively to thisproperty. With only 0,5 wt% of reinforcement decreases the modulus of elasticity to 54%this can be justified by the fact that the addition of MLG changes the rheological propertiesof the material. The tensile strength presented low values contrary to what was expected, therupture tension presented values slightly higher for the composites and significant standarddeviations evidencing a low homogeneity and finally the elongation to rupture, as expected,decreased significantly with the addition of MLG from an elongation of 200% to 10%.The porosity evaluation came to support the behavior of the materials as to their mechanicalproperties.KeywordsRita Isabel Sousa e nocomposites; Mechanical properties; Viscosity, Porosity.iii

Influência do teor de grafeno nas propriedades do polipropileno isotáticoÍndiceÍndiceÍndice de Figuras . vÍndice de Tabelas . viiSimbologia e Siglas . viiiSimbologia . viiiSiglas . ixIntrodução . 11.Estado da arte. 3O grafeno e outros alótropos de carbono . 31.1.1. Família do grafeno . 41.1.2. Produção . 51.1.3. Propriedades e aplicações . 7Os polímeros e o PP . 81.2.1. Propriedades e aplicações do PP isotático . 8Os nanocompósitos poliméricos . 91.3.1. Estudos realizados . 112.Materiais equipamentos e técnicas experimentais . 17Matéria-prima . 172.1.1. Grafeno multicamadas . 172.1.2. Polipropileno isotático Repsol ISPLEN . 18Preparação dos provetes . 202.2.1. Mistura . 202.2.2. Granulação . 212.2.3. Injeção . 22Caracterização dos provetes. 242.3.1. Viscosidade aparente . 242.3.2. Ensaios mecânicos . 262.3.3. Porosidade . 293.Resultados e discussão . 30Viscosidade aparente . 30Módulo de elasticidade . 313.2.1. À tração. 313.2.2. À flexão . 33Limite de resistência à tração (LRT) . 36Tensão de Rotura . 37Alongamento na rotura . 39Porosidade . 41Conclusões . 43Sugestões para trabalhos Futuros . 45Bibliografia . 46Rita Isabel Sousa e Silvaiv

Influência do teor de grafeno nas propriedades do polipropileno isotáticoÍndice de FigurasÍNDICE DE FIGURASFigura 1.1 – Grafeno e suas diversas formas: Grafite (esquerda), Fulereno (canto superiordireito) e Nanotubo de carbono (canto inferior direito) [3]. 3Figura 1.2 – Esquema dos variados métodos de obtenção/produção de grafeno [7-9]. . 6Figura 1.3 – Esquema com breve explicação das diferentes quebras de ligações presentesna exfoliação mecânica da grafite [14]. 7Figura 1.4 – Marca de reciclagem presente nos materiais de PP [18]. . 8Figura 1.5 – Representação da estrutura molecular (conformação ziguezague planar) do PPisotático [19]. . 9Figura 1.6 – Esquema representativo da produção de nanocompósitos de PP/grafenorecorrendo a revestimento com latex de PP [26]. . 12Figura 1.7 – Esquema do processo de microencapsulação do PP granulado com GNS [27]. 13Figura 2.1 –MLG (SEM). . 18Figura 2.2 – PP usado na produção dos nanocompósitos (REPSOL ISPLEN PP099K2M). 19Figura 2.3 – Equipamento Brabender Plastograph usado para realizar as misturas deiPP/MLG. . 20Figura 2.4 – Granuladora de laboratório Hellweg Maschinenbau. 21Figura 2.5 – Equipamento Babyplast utilizado para a injeção de provetes P1. . 22Figura 2.6 – Equipamento DEMAG D100 NCIII utilizado para injeção de provetes P2. . 22Figura 2.7 – Equipamento ARBURG ALLROUNDER 270C GOLDEN usado para injeçãode provetes P3. . 22Figura 2.8 – Zona moldante de provetes de tração . 23Figura 2.9 – Zona moldante de provetes de flexão . 23Figura 2.10 – Extrusora Brabender . 24Figura 2.11 –Equipamento usado para ensaios de tração no PIEP . 27Figura 2.12 – Equipamento usado para ensaios de tração na FEUP (Shimadzu). . 27Figura 2.13 – Provete de tração e respetivo corte (é considerada a área da secçãotransversal) . 27Figura 2.14 – Shimadzu – Equipamento usado para ensaios de flexão no DEM/FCTUC. . 28Figura 3.1 – Impacto dos diferentes teores de MLG na viscosidade do PP/MLG. . 30Figura 3.2 – Impacto dos diferentes teores de MLG no módulo de elasticidade à tração dosprovetes P1. . 31Rita Isabel Sousa e Silvav

Influência do teor de grafeno nas propriedades do polipropileno isotáticoÍndice de FigurasFigura 3.3 – Influência dos teores de MLG no módulo de elasticidade à tração de P3. . 32Figura 3.4 – Impacto dos diferentes teores de MLG no módulo de elasticidade à flexão dosprovetes P2. . 33Figura 3.5 – Influência da temperatura no módulo de elasticidade à flexão dos provetes dePP puro. . 34Figura 3.6 – Influência dos diferentes teores de MLG no módulo de elasticidade à flexãode P3. . 35Figura 3.7 – Influência do teor de MLG no LRT de P1. . 36Figura 3.8 – Influência dos diferentes teores de MLG no LRT dos provetes P3. . 36Figura 3.9 – Influência do teor de MLG na tensão de rotura dos provetes P1. . 37Figura 3.10 – Influência de MLG na tensão de rotura dos provetes P3. . 38Figura 3.11 – Influência do teor de MLG no alongamento à rotura dos provetes P1. . 39Figura 3.12 – Influência do teor de MLG no alongamento na rotura dos provetes P3. . 40Figura 3.13 – Módulos de elasticidade à tração e à flexão dos provetes de iPP do conjuntoP3. . 41Figura 3.14 – Relação entre o Módulo de elasticidade e a Porosidade dos provetes de iPPdo conjunto P3. (círculos – tração; triângulos – flexão). 42Rita Isabel Sousa e Silvavi

Influência do teor de grafeno nas propriedades do polipropileno isotáticoÍndice de TabelasÍNDICE DE TABELASTabela 1.1 – Propriedades do grafeno [16, 10, 17]. 8Tabela 1.2 – Propriedades do PP [21]. . 9Tabela 1.3 – Potenciais melhoramentos de propriedades de compósitos de matrizpolimérica reforçados com grafeno [5]. . 10Tabela 1.4 – Resumo dos estudos realizados relativo aos valores médios de propriedadescomo módulo de elasticidade, tensão de rotura e alongamento em função dapercentagem de reforço presente no compósito (azul – valores de PP puro; negrito– teor de reforço mais relevante). . 15Tabela 1.5 – Resumo dos estudos realizados relativo aos valores médios das propriedadescomo tensão limite de elasticidade, condutividade elétrica e resistência à flexãoem função da percentagem de reforço presente no compósito (azul – valores de PPpuro; negrito – teor de reforço mais relevante). . 16Tabela 2.1 – Especificações do MLG. . 17Tabela 2.2 – Propriedades físicas, reológicas e mecânicas do iPP REPSOL ISPLEN PP099K2M . 19Tabela 2.3 – Percentagens (m/m) e condições de mistura. 21Tabela 2.4 – Condições de injeção, temperatura e pressão e zonas moldantes usadas emcada fase. . 23Tabela 2.5 – Condições do processamento das misturas na extrusora. . 25Tabela 2.6 – Equipamentos e condições de ensaios de tração. 27Tabela 2.7 – Equipamentos usados nos ensaios de flexão e respetivas condições de ensaio. 29Tabela 3.1 – Porosidade versus módulo de elasticidade à tração e flexão. . 42Rita Isabel Sousa e Silvavii

Influência do teor de grafeno nas propriedades do polipropileno isotáticoSimbologia e SiglasSIMBOLOGIA E SIGLASSimbologia𝑇 – Temperatura ( C)P – Pressão (Pa)v – Velocidade (mm/min)n – Velocidade da rotação (rpm)ηa – Viscosidade aparente (Pa·s)τ – Tensão de corte (Pa)𝛾̇ – Taxa de deformação (s-1)Q – Caudal volúmi

Influência do teor de grafeno nas propriedades do polipropileno isotático Índice de Figuras Rita Isabel Sousa e Silva v ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1.1 – Grafeno e suas dive

Related Documents:

INFLUÊNCIA DO TEOR DE UMIDADE E TEOR DE CINZAS NA GERAÇÃO DE ENERGIA TÉRMICA DE SERRAGEM DOI: 10.19177/rgsa.v9e0I2020692-702 Karoline Fernandes da Silva¹ Debora Cristina Bianchini² RESUMO A biomassa florestal realiza um balanço

dependentes deste teor. Em softwoods (coníferas), o teor de umidade do alburno é maior do que no cerne, enquanto, em hardwoods (folhosas), a diferença entre o teor de umidade destes, depende da espécie (1). Após o abate da árvore, a madeira tende naturalmente a equilibrar-se com a umidad

Avaliar a influência do teor de sais solúveis sobre o desempenho de um sistema de pintura epóxi multicamada aplicado em aço carbono nas seguintes faixas: Condição Faixa proposta de teor de sais Referência normativa A Substrato com teor até 20 mg NaCl /m² Norsok M-501 (2012), tabela 3 –salt

Teor de cal massa específica: - formação de CaCO3 na carbonatação do Ca(OH)2 – maior peso molecular; - aumento do teor de cal hidratada e redução do teor de agregado – massa específica da cal hidratada superior à da areia. Argamassa Massa específica (k

Na dissertação apresentada, pretende-se analisar, por via laboratorial, a influência do teor de matéria orgânica na redução dos assentamentos por fluência do solo mole do Baixo Mondego quando submetido a pré-carga. Os parâmetros objeto de análise são o teor em matéria or

Figura 2 - Teor de cobre (mg/L) das aguardentes após seis meses de armazenamento em barris de eucalipto . Tabela 2 - Porcentagem de redução do teor de cobre após o envelhecimento . Amostras Redução do teor de cobre (%) E. paniculata 47 E. pilularis 16 E. pyrocarpa 5 E. resini

Na Figura 3 está apresentado o gráfico de índice de fluidez relativo em função do teor de reciclado obtido de peças rotomoldadas. Observa-se que o índice de fluidez reduziu com o aumento do teor de reciclado, sendo esta redução superior a 30% na am

(v c 230 m/min, ap 0,6 mm e f 0,1 mm/volta), garantindo assim, como única fonte de variação, o teor de níquel. Os resultados mostram que a vida da ferramenta diminui com o aumento do teor de níquel e que o principal mecanismo de desgaste da f