Controle Vertical De Marégrafo Em Tramandaí (Rs) - Rede . - Ufrgs

1y ago
39 Views
2 Downloads
8.23 MB
79 Pages
Last View : 12d ago
Last Download : 3m ago
Upload by : Hayden Brunner
Transcription

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SULINSTITUTO DE GEOCIÊNCIASCURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CARTOGRÁFICAMaurício Kenji YamawakiCONTROLE VERTICAL DE MARÉGRAFO EM TRAMANDAÍ (RS) REDE ALTIMÉTRICA LOCAL PARA APOIO AO MONITORAMENTODO NÍVEL DO MARPorto AlegreJulho de 2018

Maurício KenjiYamawakiCONTROLE VERTICAL DE MARÉGRAFO EM TRAMANDAÍ (RS) REDE ALTIMÉTRICA LOCAL PARA APOIO AO MONITORAMENTODO NÍVEL DO MARMonografia apresentada como requisito parcialpara Conclusão de Trabalho de Conclusão deCursodeCartográfica.Porto AlegreJulho de 2018GraduaçãoemEngenharia

AGRADECIMENTOSAgradeço minha família, especialmente meus pais, Sueli Akemi Yamawaki e MacahitiYamaguti Yamawaki, sempre colocando o futuro dos filhos à frente de tudo.À minha amada companheira, Karen Tiemi Inoue, compartilhando os melhores e pioresmomentos.Aos colegas de curso, sendo a melhor companhia para esta jornada.Aos colegas de trabalho pelo total apoio.Ao meu orientador Felipe Nievinski pela paciência e atenção ao orientar este trabalho.

RESUMOEste trabalho tem como objetivo a determinação de rede altimétrica local para controle verticaldo marégrafo instalado na plataforma marítima em Tramandaí (RS). Para a medição da redeforam aplicadas técnicas de levantamentos topográficos e geodésicos, como nivelamentogeométrico e rastreio por GNSS. Também foram aplicados cálculos de ajustamentos pormínimos quadrados e suas extensões, de forma a prever a precisão e a confiabilidade dascoordenadas dos vértices da rede com base em vários circuitos de nivelamento. Antes dasmedições e cálculos, foram feitas pesquisas preliminares, incluindo levantamento deinformações complementares e reconhecimento de campo, como forma de garantir o sucessodo projeto. Foram consultados órgãos como IBGE, Exército e Prefeituras, onde foram obtidasinformações relevantes para o planejamento do projeto. Posterior ao trabalho de campo, foirealizado o processamento de dados: para o nivelamento geométrico, foi implementadosoftware próprio (em linguage Matlab/Octave); já para os dados GNSS, foi utilizado softwarecomercial (Topcon Tools). O controle de qualidade das coordenadas produzidas foi feito deforma interna (teste individual e global) e externa (levantamentos independentes). Concluindotodas as etapas, foram produzidos produtos cartográficos (planta e perfil), bem como umbanco de dados com as informações geradas neste projeto. Assim, a rede altimétrica localcumpriu seu objetivo, de oferecer apoio topográfico/geodésico a futures estudos e trabalhosde maregrafia na região.

LISTA DE FIGURASFigura 1 - Ressaca do mar em Tramandaí. 10Figura 2 - Localização do município de Tramandaí . 11Figura 3 - Imagem de satélite da plataforma de tramandaí . 12Figura 4 - Imagem aérea da plataforma . 12Figura 5 - Estação oceanográfica da FURG . 13Figura 6 – Estações da RBMC distribuídas pelo país . 15Figura 7 - Nivelamento geométrico . 16Figura 8 - Erro de leitura . 18Figura 9 - Erro de nivelamento. 19Figura 10 - Fluxograma do projeto . 26Figura 11 - Planta preliminar dos elementos da área de estudo . 28Figura 12 - Localização de RNs do IBGE. 29Figura 13 - Localização da RN da SPH. 30Figura 14 - Trecho da carta náutica da região de Tramandaí. 31Figura 15 - RN implantada pelo Exército. 32Figura 16 - Estação maregráfica em Imbé . 33Figura 17 - Marco encontrado no terreno da Transpetro . 34Figura 18 – Caso 1 do planejamento . 35Figura 19 - Caso 2 do planejamento . 37Figura 20 - Caso 3 do planejamento . 39

Figura 21 - Caso 4 do nivelamento . 41Figura 22 - Caso 5 do nivelamento . 43Figura 23 - Plaqueta instalada próxima ao marégrafo . 45Figura 24 - Plaqueta metálica dos vértices . 46Figura 25 - Localização dos vértices materializados . 46Figura 26 - Distâncias dos pontos da RBMC ao local de estudo . 47Figura 27 - Tempo de rastreio sugerido pelo IBGE . 48Figura 28 - Receptor GNSS topcon GR3 . 48Figura 29 - Levantamento GNSS da base localizada no CECLIMAR . 49Figura 30 - Nivelamento realizado . 50Figura 31 - Linhas base do pós-processamento GNSS da base . 52Figura 32 - Linhas base do processamento dos vértices da rede altimétrica local . 53

LISTA DE TABELASTabela 1 - Confiabilidade interna do caso 1 . 36Tabela 2 - Confiabilidade externa do caso 1 . 36Tabela 3 - Confiabilidade externa do caso 1 . 37Tabela 4 - Confiabilidade interna do caso 2 . 38Tabela 5 - Confiabilidade externa do caso 2 . 38Tabela 6 - Confiabilidade externa para o caso 2 . 39Tabela 7 - Confiabilidade externa para o caso 3 . 40Tabela 8 - Confiabilidade externa para o caso 3 . 40Tabela 9 - Confiabilidade interna para o caso 4 . 42Tabela 10 - Confiabilidade externa para o caso 4 . 42Tabela 11 - Confiabilidade interna para o caso 5 . 43Tabela 12 - Confiabilidade externa para o caso 5 . 44Tabela 13 - Processamento da base CECLIMAR em relação a cada estação da RBMC . 52Tabela 14 - Coordenadas planimétricas da rede. 54Tabela 15 - Precisão das coordenadas obtidas com GNSS . 55Tabela 16 - Coordenada vertical da rede obtida por GNSS . 55Tabela 17 - Coordenada vertical da rede obtida por nivelamento geométrico . 55Tabela 18 - Resíduo das observações . 56

SUMÁRIO1 INTRODUÇÃO . 10Área de Estudo . 11Objetivos . 132 REVISÃO TEÓRICA . 14Referencial Altimétrico Brasileiro . 14Sistemas de Navegação Global por Satélites (GNSS) . 142.2.1 Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo GNSS (RBMC) . 142.2.2 Método Relativo Estático . 15Nivelamento Geométrico. 162.3.1 Incenteza Devido a Erros Aleatórios no Nivelamento Geométrico . 16Ajustamento de Observações . 192.4.1 Método dos Mínimos Quadrados (MMQ) . 192.4.2 MMQ Paramétrico. 19MMQ Paramétrico Aplicado ao Nivelamento Geométrico . 21Teste de Qualidade do Ajustamento . 212.6.1 Resíduos das Observações . 212.6.2 Variância a posteriori das observações . 222.6.3 Teste Global . 222.6.4 Teste Individual (Data Snooping) . 23Confiabilidade . 242.7.1 Confiabilidade Interna . 242.7.2 Confiabilidade Externa . 243 . DESENVOLVIMENTO . 26Fluxograma . 26

Cronograma . 27Estudos Preliminares . 273.3.1 Produção de Planta Preliminar da Área de Estudo . 273.3.2 Análise das Referências de Nível Próximos à Área de Estudo . 293.3.3 Análise da Carta Náutica da Região . 303.3.4 Estudo de Elementos de Logística . 31Reconhecimento de Campo . 31Planejamento do Circuito de Nivelamento Geométrico . 353.5.1 Caso 1 . 353.5.2 Caso 2 . 373.5.3 Caso 3 . 393.5.4 Caso 4 . 413.5.5 Caso 5 . 423.5.6 Conclusão dos Testes de Planejamento . 44Materialização da Rede Altimétrica Local . 45Levantamento GNSS . 46Nivelamento Geométrico. 49Processamento de Dados . 513.9.1 Processamento dos Dados GNSS . 513.9.2 Processamento do Nivelamento Geométrico . 534 RESULTADOS OBTIDOS . 54Coordenadas Planimétricas . 54Coordenadas Altimétricas . 55Controle de Qualidade . 564.3.1 Teste Individual . 574.3.2 Teste Global . 575 CONCLUSÕES . 58

Trabalhos Futuros . 586 TABELA DE CUSTOS. 59REFERÊNCIAS . 60APÊNDICE . 62

1INTRODUÇÃOA determinação do nível médio dos mares é um dos maiores desafios parageociências. Na Geodésia, medições maregráficas servem como Datum vertical para todo oterritório nacional. Na Oceanografia, estas informações ajudam a compor as variáveisnecessárias para produção de planejamento urbano e a delimitação de áreas de risco emregiões costeiras, assim evitando estragos como apresentados na Figura 1. Ao longo de todaa costa brasileira bem como no litoral do Rio Grande do Sul (RS), há um déficit de sériestemporais longas de dados observacionais de ondas (ANDRADE et al., 2014).Figura 1 - Ressaca do mar em TramandaíFonte: http://correiodopovo.com.br (2016)Este trabalho visa manter a continuidade das observações maregráficas, produzindorede altimétrica local para fornecimento de referencial vertical para medições presentes efuturas na Plataforma Marítima construída para pesca no município de Tramandaí (RS).Para estudos envolvendo maregrafia, há a necessidade de trabalhar cominformações históricas para produção dos variados estudos envolvendo comportamentosclimáticos regionais. Considerando a vulnerabilidade das estações maregráficas a possívelrecalque da estrutura de concreto, bem como subsidência e soerguimento regionais, foi vistaa necessidade de preservar o referencial altimétrico utilizado nas medições até então atravésdo transporte deste referencial para marco mais seguro.A plataforma de pesca foi escolhida para este trabalho por haver possibilidade demedição por método direto através de réguas linimétricas e possuir estação maregráficaautomatizada, equipada com sensor do tipo RADAR, instalado pelo Instituto Oceanográficoda FURG como parte do Sistema de Monitoramento da Costa Brasileira (SiMCosta), bemcomo futuro sensor ultrassônico a ser instalado pelo Centro de Estudos de Geologia Costeirae Oceânica (CECO) da UFRGS. Além disso, projetos em andamento no departamento de10

Geodésia da UFRGS pretendem instalar receptor/antena GNSS geodésicos para controlevertical de movimentos do marégrafo. Tudo isso necessita de interligação altimétrica deprecisão.Área de EstudoEste trabalho foi realizado no município de Tramandaí, localizado no litoral norte doestado do Rio Grande do Sul, a aproximadamente 120 km da capital, Porto Alegre. A figura 2apresenta a localização do município de Tramandaí, enquanto a Figura 3 e 4 detalham aplataforma marítima, e a Figura 5 mostra em detalhe a estação maregráfica instalada ao seucentro.Figura 2 - Localização do município de TramandaíFonte: O Autor (2018)11

Figura 3 - Imagem de satélite da plataforma de tramandaíFonte: O AutorFigura 4 - Imagem aérea da plataformaFonte: www.youtube.com (2015), usuário: Fernando Pitol12

Figura 5 - Estação oceanográfica da FURGFonte: O AutorObjetivosO objetivo deste trabalho contempla a determinação de rede altimétrica local einstalação de demais elementos estruturais que possibilitam o desenvolvimento do estudo demedição maregráfica na região. Dentre os pontos principais a serem alcançados estão osseguintes itens: Determinação de rede altimétrica local, composta por dois ou mais vértices, próxima aolocal de trabalho, com coordenada geodésica devidamente levantada, Datum vertical equalidade posicional definida. Instalação de plaqueta no local onde serão realizadas as medições maregráficas edeterminação de suas coordenadas. Nivelamento geométrico para determinação de coordenadas verticais dos elementos darede altimétrica local. Possível instalação de réguas linimétricas em locais relevantes para o estudo,possibilitando análise do nível maregráfico por levantamento direto. Controle de qualidade da rede altimétrica local e demais elementos determinados nesteprojeto que fazem parte do apoio à medição maregráfica. Produção de memorial descritivo dos marcos instalados para rede altimétrica local.Contemplando todos os elementos necessários para utilização futura desta base. Produção de relatório geral do projeto, contemplando etapas do trabalho e descrição dasatividades realizadas para gerar o produto final.13

2REVISÃO TEÓRICAReferencial Altimétrico BrasileiroDe acordo com o IBGE:“A Rede Altimétrica de Alta Precisão (RAAP) é a estrutura de referência verticaldo Sistema Geodésico Brasileiro (SGB), com mais de 65 mil estaçõesaltimétricas (denominadas RN Referências de Nível) implantadas em todo opaís”Atualmente, grande parte da RAAP está referida ao Datum do marégrafo de Imbituba,isto é, ao nível médio do mar no Porto de Imbituda (SC) (IBGE, 2018), sendo este o referencialaltimétrico oficial brasileiro.Sistemas de Navegação Global por Satélites (GNSS)Os sistemas de navegação e posicionamento baseado na medição de distâncias apartir de constelações de satélites artificiais foram iniciados pelos sistemas GPS (GlobalPositioning System) em 1970 e GLONASS (Globanaya navigatsionnaya sputnikovayasistema) em 1990. Posteriormente, foram desenvolvidos outros sistemas de navegação porsatélite como Beidou/Compass, de acordo com MONICO (2008), de forma geral, essessistemas têm sido chamados de GNSS (Global Navigation Satellite System).2.2.1 Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo GNSS (RBMC)RBMC (Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo dos Sistemas GNSS) trata-se doconjunto de estações geodésicas, equipadas com receptores GNSS de alto desempenho, queproporcionam, uma vez por dia ou em tempo real, observações para a determinação decoordenadas (IBGE, 2017).14

Figura 6 – Estações da RBMC distribuídas pelo paísFonte: IBGE, 20182.2.2 Método Relativo EstáticoTécnica de levantamento geodésico em que é utilizado um par de receptores GNSS,que de acordo com as Recomendações para Levantamento Relativo Estático (IBGE, 2008),para aplicação de levantamento relativo:“(.) as coordenadas são determinadas em relação a um referencialmaterializado através de uma ou mais estações com coordenadas conhecidas.Neste caso, é necessário que pelo menos dois receptores (.), onde um dosreceptores deve ocupar a estação com coordenadas conhecidas, denominada15

de estação de referência ou estação base. No caso do método relativo estático,os dois receptores devem permanecer imóveis por um tempo que varia de 20minutos até muitas horas.”Nivelamento GeométricoMétodo de nivelamento que é realizado através de visadas horizontais com uso denível topográfico e mira vertical graduada, devido sua simplicidade, é a técnica de maiorprecisão para levantamentos altimétricos locais. Consiste na medição de desníveis entrepontos para realização de transporte de coordenada altimétrica através de lances denivelamento.Figura 7 - Nivelamento geométricoFonte: www.ngs.noaa.gov2.3.1 Incenteza Devido a Erros Aleatórios no Nivelamento GeométricoDe acordo com OGUNDARE (2016), os erros internos no procedimento denivelamento são devidos ao tipo de instrumento de nivelamento e régua utilizadas. Os maioreserros associados aos instrumentos de nivelamento e régua são os seguintes:16 Erro de pontaria Erro de leitura Erro de nivelamento do equipamento Erro de colimação do nível Erro de escala da régua Erro de indexação da régua

Além dos erros aqui descritos, é possível a utilização da incerteza de mediçãodescrita nos manuais do equipamento, que descreve incerteza em função da distânciahorizontal da medida, dada pela relação:𝜎 𝐶 𝑑 𝐾Onde:𝜎: Desvio-padrão da observação;𝐶: Fator constante da precisão;𝑑: Fator multiplicador da distância;𝐾: Distância da observação em km;Dentre estes erros, para este trabalho, foram considerados os seguintes erros denivelamento:2.3.1.1 Erro de pontariaErro de pontaria é provocado pelas alterações nas medidas provocadas pelascondições atmosféricas e o aumento da imagem causada pelo conjunto de lentes doequipamento. Para condições típicas de temperatura e pressão, o erro de pontaria é descritopela equação:𝜎𝑃 𝐶𝑆𝑀Sendo:𝑆: Distância horizontal da visada;𝐶: Constante que varia de 0,14544 rad a 0,29089 rad;𝑀: Valor de aumento da imagem produzidos pelas lentes do instrumento;2.3.1.2 Erro de nivelamento da réguaOs efeitos da não verticalidade da régua, em nivelamentos geométricos, sãodescritos através da equação:𝑙𝜎𝑟 2 (𝜈𝑟 )217

Sendo:𝜈𝑟 ": Precisão do nível de bolha na régua em radianos;𝑙: Altura medida na régua;Figura 8 - Erro de leituraFonte: Ogundare (2016)2.3.1.3 Erro de nivelamento do instrumentoO erro de nivelamento é causado pela sensibilidade do nível de bolha no instrumento.Mo caso do nível utilizado neste trabalho, foi considerada a precisão do compensador doinstrumento. O efeito da incerteza do nivelamento do instrumento é representado pelaequação:𝜎𝐿 0,2 𝜈𝑟 𝑆Sendo:𝑆: Distância horizontal do equipamento de medição à régua;𝜈𝑟 : Incerteza de nivelamento do instrumento em radianos;18

Figura 9 - Erro de nivelamentoFonte: Ogundare (2016)Ajustamento de ObservaçõesDe acordo com GEMAEL (1994), “as observações conduzidas pelo homem secaracterizam pela inevitável presença de erros de medida. (.) A desconfiança no resultadode uma medida isolada, fruto da certeza da falibilidade humana, leva naturalmente àmultiplicação das observações”, assim surgindo o problema da superabundância deobservações. O ajustamento de observações determina solução única para este conjunto deamostras e estima sua precisão.2.4.1 Método dos Mínimos Quadrados (MMQ)Considerando um simples caso de se obter uma grandeza X. Na impossibilidade deobtermos um verdadeiro valor de X nos contentamos com uma estimativa na qual possamosconfiar (GEMAEL, 1994). Comparando as medidas ajustadas com as medidas originais, temse resíduos, que no ajustamento de observações devem ser distribuídos uniformemente. OMétodo dos Mínimos Quadrados (MMQ) estima o valor de X que resulta no menor somatóriodos quadrados dos resíduos.2.4.2 MMQ ParamétricoMétodo de ajustamento de observações que, de acordo com GEMAEL (1994) éválido quando “(.) os valores observados ajustados podem ser expressos explicitamentecomo uma função de parâmetros ajustados”. Quando o seguinte modelo matemático éverdadeiro, pode-se dizer que o ajustamento pode ser realizado por método paramétrico.19

𝐹(𝑋𝑎 ) 𝐿𝑎Sendo: 𝐹(𝑋𝑎 ): Modelo matemático em função dos parâmetros ajustados. 𝑋𝑎 : Parâmetros ajustados. 𝐿𝑎 : Observações ajustadas.Para solução do MMQ pelo método paramétrico, deve ser calculado a seguintefórmula:𝑋 𝐶𝑋 𝑈Sendo que os valores de 𝐶𝑋 e 𝑈 podem ser obtidos pelas funções:𝐶𝑋 (𝐴𝑇 𝑃𝐴) 1𝑈 𝐴𝑇 𝑃𝐿Onde: 𝐶𝑋 : Matriz variância covariância dos parâmetros; 𝑈: Vertor normal; 𝑋: Vetor de parâmetros calculados; 𝐴: Matriz jacobiana; 𝑃: Matriz peso das observações; 𝐿: Vetor de observações;Salientando que 𝐶𝑋 , calculada durante o ajustamento, equivale à matriz variânciaconvariância (MVC) dos parâmetros obtidos, assim sendo possível, com a raiz quadrada dasvariâncias determinar a precisão destes parâmetros.Para obtenção da matriz jacobiana 𝐴, deve-se aplicar a derivada parcial de todas asequações do sistema linear em função de cada parâmetro, resultando em uma matriz doseguinte formato:20

𝑓1 𝑥𝑎1 𝑓2𝐴 𝑥𝑎1 𝑓𝑛[ 𝑥𝑎1 𝑓1 𝑥𝑎(𝑢 1) 𝑓2 𝑥𝑎(𝑢 1) 𝑓𝑛 𝑥𝑎(𝑢 1) 𝑓1 𝑥𝑎𝑢 𝑓2 𝑥𝑎𝑢 𝑓𝑛 𝑥𝑎𝑢 ]MMQ Paramétrico Aplicado ao Nivelamento GeométricoPara ajustamentos realizados em nivelamentos geométricos, deve ser consideradoo seguinte modelo matemático:𝐻𝑉 𝐻𝑅 𝐿𝑖Onde:𝐻𝑉 : Altitude do vértice chegada𝐻𝑅 : Altitude do vértice de partida𝐿𝑖 : Desnível medido entre vértices de chegada e partidaPara determinação do vetor de observações, basta organizar as medidas de desníveldas sessões de nivelamento na mesma ordem utilizada para o conjunto de equações dosistema linear.Já que as observações em nivelamento geométrico são independentes entre si, paraconstrução da matriz peso das observações (𝑃), deve ser calculado o desvio-padrão esperadoem cada desnível, considerando as variáveis que afetam a precisão de cada seção denivelamento.Teste de Qualidade do Ajustamento2.6.1 Resíduos das ObservaçõesDiscrepância observada entre observações e observações ajustadas ao realizarajustamento de observações. Para determinação do vetor de resíduos 𝑉, deve ser calculadoo vetor de observações ajustadas, que, no caso aplicado neste trabalho pode ser encontradapela fórmula:𝐿𝑎 𝐴 𝑋21

E então possibilitando obter o vetor de resíduos da forma:𝑉 𝐿 𝐿𝑎Onde: 𝑉: Vetor dos resíduos; 𝐿𝑎 : Vetor de observações ajustadas; 𝐿: Vetor de observações; 𝐴: Matriz jacobiana; 𝑋: Vetor dos parâmetros calculados;Obter o vetor dos resíduos possibilita analisar a existência de observaçõesdiscrepantes e realização de outras análises descritas a seguir.2.6.2 Variância a posteriori das observaçõesCom o vetor dos resíduos determinado, é possível determinar a variância posterioridas observações, que é encontrada com a fórmula:𝜎̂02 𝑉 𝑇 𝑃𝑉𝑛 𝑢Onde: 𝜎̂02 : Variância posteriori das observações; 𝑛: Número de observações; 𝑢: Número de parâmetros; 𝑉: Vetor dos resíduos; 𝑃: Matriz peso das observações;2.6.3 Teste GlobalTeste estatístico do ajustamento de observações em que é realizada a análise derelação entre variância priori (𝜎02 ) e variância posteriori (𝜎̂02 ). A comparação entre os valoresde 𝜎02 e 𝜎̂02 pode ser um indicador da qualidade do ajustamento (MATSUOKA, 2008). Paraanálise da discrepância entre as variâncias, é aplicado teste de hipótese baseado na22

distribuição qui quadrado para verificar a significância do ajustamento em um certo nível deconfiança.Portando, deve-se trabalhar com duas hipóteses:1. Variância posteriori e variância priori estatisticamente iguais;𝐻𝑜: 𝜎02 𝜎̂022. Variância posteriori e variância priori diferentes;𝐻𝑎: 𝜎02 𝜎̂02Para testar se a hipótese nula é rejeitada ou não, a um nível de significância 𝛼,compara-se o valor calculado por:𝜎02𝑉 𝑇 𝑃𝑉(𝑛𝑇 ( 2 ) 𝑢) 𝜎̂0𝜎022Com o valor teórico da distribuição 𝜒𝑛 𝑢,𝛼(MATSUOKA, 2008)Sendo: 𝑛: Número de observações; 𝑢: número de parâmetros; 𝑉: Vetor dos resíduos das observações; 𝑃: Matriz peso das observações;A hipótese nula é rejeitada se:𝑇 χ2𝑛 𝑢𝛼2.6.4 Teste Individual (Data Snooping)Neste teste é previsto a existência de apenas uma observação anômala (errogrosseiro ou outlier) nas observações. A identificação do outlier está baseada no cálculo daequação:𝑊𝑙𝑏(𝑖) 23𝑇𝑐𝑙𝑏(𝑖)𝑃𝑉1𝑇𝑃 Σ𝑉 𝑃 𝑐𝑙𝑏(𝑖) )2(𝑐𝑙𝑏(𝑖)

Onde: 𝑃: Matriz peso das observações; Σ𝑉 : Matriz variância-covariância dos resíduos; 𝑐𝑙𝑏(𝑖) : Vetor unitário n-dimensional, com valor não-zero apenas na i-ésimalinha a ser testada;ConfiabilidadeDeve-se levar em consideração que, ao calcular precisão em um ajustamento, estáse controlando os erros aleatórios de uma dada amostra, enquanto a confiabilidade, estárelacionada ao controle dos erros grosseiros destas observações.2.7.1 Confiabilidade InternaA confiabilidade interna permite determinar a dimensão do menor erro detectávelpara cada observação do ajustamento em determinado grau de confiabilidade.𝜆0 lb(i) 𝑇 1 1𝑐𝑙𝑏(𝑖) Σ𝐿𝑏 Σ𝑉 Σ𝐿𝑏𝑐𝑙𝑏(𝑖)Onde: 𝜆0 : Parâmetro de não centralidade da distribuição de probabilidade; 𝑐𝑙𝑏(𝑖) : Vetor unitário n-dimensional,

2.2.1 Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo GNSS (RBMC) RBMC (Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo dos Sistemas GNSS) trata-se do conjunto de estações geodésicas, equipadas com receptores GNSS de alto desempenho, que proporcionam, uma vez por dia ou em tempo real, observações para a determinação de coordenadas (IBGE, 2017).

Related Documents:

perte de contrôle est néfaste voir traumatisante pour l’individu qui la vit. Enfin, nous verrons que la perte de contrôle est vécue quotidiennement par nos chiens et peut expliquer beaucoup de réactions qu’ils adoptent lors de situations stressantes. Importance du contrôle On considère qu’un évènement est contrôlable

Chicago, IL Mar 19 Los Angeles, CA Mar 20–21 Nashville, TN Mar 20 North East, MD Mar 24 Minneapolis, MN Mar 24 Chehalis, WA Mar 26 Kansas City, MO Mar 27 Atlanta, GA Mar 27 Salt Lake City, UT Mar 31 Canada Chilliwack, BC Mar 10–11 North Battleford, SK Mar 11 Grande Prairie, AB Mar 12

Chicago, IL Mar 19 Los Angeles, CA Mar 20 Nashville, TN Mar 20 North East, MD Mar 24 Minneapolis, MN Mar 24 Midland, TX (Kruse Energy) Mar 25 Canada Edmonton, AB Feb 25–27 North Battleford, SK Feb 28 Toronto, ON Mar 3–5 Chilliwack, BC Mar 10–11 North Battleford, SK Mar 11 International Moerdijk, NLD Mar 4–6 Polotitlan, MEX Mar 6

por V(G) e A(G) respectivamente, os conjuntos de vØrtices e das arestas de G. Teorema. Para todo grafo G X v2V (G) d(v) 2 m: Isto Ø: A soma dos graus dos vØrtices de um grafo Ø sempre o dobro do nœmero de arestas. Demonstraçªo. Quando contamos os graus dos vØrtices estamos con-tando as extremidades das arestas uma vez. Como cada .

North Battleford, SK Apr 23 Edmonton, AB Apr 28-May 2 North Battleford, SK May 6 Edmonton, AB Jun 17-19 USA Denver, CO Mar 4 Fort Worth, TX Mar 10-11 Las Vegas, NV Mar 12-13 Columbus, OH Mar 17 Sacramento, CA Mar 18 Chicago, IL Mar 19 Los Angeles, CA Mar 20-21 Nashville, TN Mar 20 North East, MD Mar 24 Minneapolis, MN Mar 24

CONTRÔLE DE GESTION Tableau de correspondance programme/ouvrage 1. Positionnement du contrôle de gestion et identification du métier (10 heures) Chapitres 1 et 8 Cas de synthèse 1 et 2 2. Contrôle de gestion et modélisation d’une organisation (45 heures) 2.1. Contrôle de gestion et théorie des or

2 2 Pour commencer 2.1 Contrôle de votre STAN StudioLive série III Addenda pour le contrôle de Pro Tools par HUI 2.1 Contrôle de votre STAN 2.1.1 Activation du contrôle par émulation HUI 1. Lancez Univ

Consiste na representação de certas características do sistema físico que são relevantes para seu estudo. Controle É a ação de fazer com que um sistema físico atenda as especificações de desempenho determinadas a priori. Controlador Dispositivo utilizado para a obtenção do controle de um sistema físico. Sistema de Controle